Cap. 6 - Fogo no Bordel

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Ao raiar do dia, Rowenna acorda e percebe que havia perdido a hora, pois o sol já estava alto. A cama de Karlayo e o cantinho de Cassandra estavam arrumados. Até mesmo Gael não se encontrava mais no quarto.

- Maldição. - Ela se levanta apressada, e nota que seu ferimento havia praticamente cicatrizado. - Mas o quê?

Ela retira sua blusa branca e procura outra para se vestir, mas se lembra que não havia trazido outras mudas de roupas. Neste momento Karlayo entra de uma vez no quarto e encontra a moça com o busto seminu.

- Karlayo! - Ela grita afoita cobrindo os seios com a blusa.

- Rowenna, me perdoe. - Ele se vira de costas. - Não sabia que já havia despertado.

- Tudo bem. Eu só gostaria de saber porquê não me acordaram? - Ela questiona vestindo a blusa manchada, já que não havia encontrado nenhuma outra roupa em sua bolsa.

- Nós não lhe acordamos pois estava exausta e... - Ele vira a cabeça devagar e observa que Rowenna está de costas para ele, ajeitando a blusa e ele se volta para frente novamente. - Ferida, e precisava se recuperar. Posso me virar agora?

- Pode. - Ela diz arrumando seus cabelos, e ele se aproxima sorrateiramente dela. - Estou ótima. Não sei o que tem nessa sua boca santa, mas meu ferimento além de ter parado de doer, está quase fechado.

- É mais um dos nossos dons. Mas lhe peço que não conte para ninguém, pois é algo bem íntimo de nós Lupis. Afinal, muitos não entenderiam, e não quero ser o responsável de você ser mal falada pelas más línguas que existem por aí.

- Está bem, prometo guardar seu segredo, e lhe agradeço mais uma vez. - Ela sorri, e logo o observa com olhar confuso. - E por qual motivo você se preocuparia com o que as pessoas irão pensar sobre mim?

- Porque eu me importo com você. - Ele engole a seco e se embanana nas palavras. - Digo, estamos em uma busca juntos, não é mesmo? Você me ajuda e eu lhe ajudo. Você é minha companheira. Quer dizer, somos uma dupla. Éh... - Ele dá um tapa na própria testa, deslizando a mão sobre o rosto envergonhado.

- Calma. Eu entendi. - Ela fala dando uma risadinha. - Eu não importo muito com a opinião alheia, mas você tem razão, estamos juntos nessa. - Ela coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha disfarçando. - Enfim, onde está Cassandra?

- Éh... Ela está lá em baixo, tomando café da manhã. Esperamos todos os outros inquilinos saírem pra depois a gente descer. Como eu disse, Cassandra e eu somos mal vistos aos olhos de todos.

- Não se preocupe. Daremos um jeito. Primeiro encontramos minha avó, em seguida inocentamos sua aldeia e depois ajudamos as meninas.

- Escuta, por que você se importa tanto com as pessoas? O que vai ganhar com isso?

- Ora... Não sei. Só sei que me importo. E quando ninguém mais se importar, eu ainda estarei me importando. - Ela diz pegando sua bolsa. - Vamos, tenho que ir na feira.

- Primeiro a senhorita irá comer algo.

- Não, obrigada. Estou sem fome. Talvez na volta. Preciso dar comida pro Eclipse.

- Não se preocupe, está incluso com o aluguel dos quartos. Os funcionários da hospedaria já o alimentaram e o levaram para o estábulo. Lá eles são cuidados e permanecem até seus donos voltarem. Minha pequena Canela também está lá, e ela disse que gostou do Eclipse.

- Ah, sendo assim, tudo bem. Fico mais tranquila, pelo menos agora ele tem uma companhia pra passar o tempo. Agora vamos na feira, pois preciso comprar uma blusa nova. Esta minha não tem condições.

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