Cap. 16 - Armadilhas Mortais e uma Descoberta

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Rowenna e Karlayo retornam até a bifurcação na estrada e encontra Eclipse sendo segurado pelas rédeas por um senhor de idade, barbudo, de cabelos brancos e que fumava um cigarro grande de palha.

- O casal de pombinhos têm que tomar cuidado por essas redondezas. - Ele diz enquanto seu próprio cavalo que estava montado dá um negado para trás quando Karlayo se aproxima. - Essa mata não é lugar de praticar suas brincadeiras. - Ele dá um sorriso malicioso ao olhar para Rowenna.

- Me respeite, senhor. - Rowenna toma as rédeas de Eclipse de sua mão tão rápido que o pobre homem quase cai de sua montaria. - Eu e meu amigo não estamos aqui para brincadeiras e nem sem-vergonhices. Estamos em uma busca muito importante, e as pistas nos trouxeram até essa bendita estrada.

- Bendita? - O velho dá uma risada horripilante e retruca. - Você quis dizer maldita, né senhorita? Me desculpe minha falta de educação, não quis desrespeitar o casal de amigos. - Ele retira o chapéu de sua cabeça, revelando sua calvície.

- Tudo bem, senhor...? - Rowenna arqueia uma das sobrancelhas.

- Queiram me desculpar. Minha memória já não é mais a mesma desde que levei uma pancada na cabeça uns anos atrás. - Ele ri tossindo, enquanto dá uma tragada em seu palheiro. - Meu nome é Adamastor.

- Então, seu Adamastor, meu nome é Rowenna e esse é meu amigo Karlayo. - O velhote observa com desconfiança o rapaz. - E nós estamos por estas redondezas procurando minha avó que está desaparecida. Seguimos algumas pistas e chegamos até aqui.

- Certo, certo. - O homem diz enquanto coloca seu chapéu novamente. - Vamos até o vilarejo, vocês descansam um pouco, tomam uma bebida, procuram por mais pistas e logo após retomam sua busca.

- Obrigada, seu Adamastor. - Rowenna e Karlayo montam em Eclipse e seguem atrás do homem.

Gael os seguia, sobrevoando todo o local.

- O pássaro é seu? - O senhor questiona enquanto olha para cima.

- Ele é meu sim, senhor. - Karlayo retruca com cara de incógnita.

- Então peço para que o chame pra junto de você, rapaz. Por aqui algumas pessoas adoram caçar gaviões para o jantar. - Ele torce o nariz. - Os infelizes acreditam que as pobres aves de rapina lhes dão poder de superioridade e coragem. Não fique surpreso se encontrar alguém com uma garra de gavião no pescoço ou algum indivíduo querendo comprar o seu amiguinho penado. Vai da crença de cada um, né? Mas eu acredito que se alguém quer ter coragem ou qualquer outra conquista, tem que fazer por merecer.

Karlayo assobia para Gael e diz para o pequeno pássaro ficar em seu ombro durante a estadia naquela vila, e lhe avisa do perigo que corria nos céus.

- Pronto. Chegamos. - O homem os conduz até uma pequena taverna e um garotinho, aparentando ter uns 9 anos pede uma moeda à Rowenna para cuidar do seu cavalo. - Josefino, olha os modos menino.

- Tudo bem, seu Adamastor. - A ruiva tira de dentro de sua bolsa uma moeda e entrega para o garoto. - Promete que cuida bem dele pra mim? - Ela questiona e a criança balança a cabeça positivamente, segurando as rédeas de Eclipse e o conduzindo até um bebedouro para cavalos.

- Isabel. - O homem grita dentro da taverna, e aparece por detrás do balcão uma mulher de meia idade, rechonchuda e de cabelos loiros.

- Olá, querido. - Ela beija o homem que aparentemente é seu marido. - Como está sendo seu dia?

- O de sempre, querida. - Ele retruca suspirando frustrado. - Isabel, encontrei este casal de amigos se embrenhando pelas beiras da Estrada do Lobo. Eles estão numa busca também.

- Queiram se servir, meus queridos. - A mulher pega uma cuia de cabaça cheia de torresmos crocantes. - E pra beber vão querer o quê?

- Pode ser uma cerveja pra mim. - Karlayo diz enquanto se delicia com o torresmo.

- E pra mim, se vocês tiverem, um copo de vinho.

- Temos. Temos sim. - A mulher diz animada. - Faz tanto tempo que não recebemos visitas de gente de fora. - Ela pega uma taça e derrama o líquido vermelho dentro da mesma.

- Obrigada.

- Por nada, meus queridos. - Ao notar os olhos alaranjados de Karlayo, a mulher trás uma forma de pão de mel recheado com doce de leite, para a felicidade do rapaz Lupi.

Isabel e Adamastor explicam para o jovem casal que a tal Estrada do Lobo era um ótimo atalho para os viajantes e caçadores da região, porém um dia, tudo mudou. Haviam relatos de desaparecimentos e ataques neste local, e pouco a pouco a velha estrada fora esquecida. E como ninguém mais passava por lá, o tempo foi a desgastando, fazendo com que a floresta tomasse conta de vez e junto os desaparecimentos foram esquecidos.

Adamastor dizia que de pouco a pouco as pessoas se mudaram do pequeno vilarejo, uns por medo, outros a procura de uma vida melhor, pois agora com a estrada abandonada, quase ninguém passava por ali. E a economia da cidade foi-se findando dia após dia.

E pra completar tamanha desgraça para o minúsculo povoado, surgiram boatos de que um ser das trevas rondava a velha estrada abandonada e que a mesma era assombrada. Claro que o experiente Adamastor não acreditava nessas baboseiras de assombração, e um belo dia que ele e juntamente de mais alguns amigos caçadores resolveram tirar essa história a limpo. Iriam caçar a suposta fera e provar que não existia nada de maldição ou coisa do tipo. Adamastor e seus companheiros achavam que era apenas alguém pregando peças para encobrir algum crime.

O grupo seguiu até a entrada da trilha e seguiram a pé, munidos com suas espingardas, garruchas e facões. O mato já tomava conta do local e ao passarem por alguns cipós, um dos rapazes que estava na parte de trás do grupo começou a ser enforcado por um dos cipós e com muito custo conseguiram cortar o dito cujo que o prendia.

- Desse momento em diante foi só ladeira abaixo. - Adamastor conta que quanto mais se embrenhavam mata adentro, mais armadilhas e coisas estranhas eram vistas.

Um homem que os acompanhavam pisou em uma armadilha de urso e teve seu pé amputado. Outros dois ou três foram atingidos por dardos paralisantes e quase morreram com o veneno que continha neles. Um quase caiu em uma armadilha de poço com estacas de madeira. Outro foi atingido no abdômen por flechas. E Adamastor disse que ele havia sido atingido na cabeça por um tronco que surgiu por entre as árvores e perdeu a consciência no mesmo instante.

O jovem casal ouvia boquiabertos a história que o velhote lhes contava.

- E é por este e outros motivos que ninguém mais ousa entrar naquele lugar esquecido por Deus. - Ele toma um gole de cerveja que sua esposa havia entregado. - Além do mais, nesse dia em questão, também ouvimos assobios, sussurros e gargalhadas vindas da parte mais escura da floresta. Então se isso não for assombração, não sei o que é.

- Caramba. - Rowenna fala espantada.

- Pois é, minha filha. Agora vocês entendem o perigo que estavam correndo né? - O homem à questiona.

- Eu entendo, seu Adamastor. Mas se temos alguma chance de encontrar minha avó, vai ser neste lugar mesmo. É perfeito pra um malfeitor se esconder e praticar seus crimes, seja lá quais forem.

- Entendo sua vontade de encontrar sua matriarca, mas arriscar a vida? Vale a pena?

- Vale sim, se é pra encontrar a pessoa que eu amo, vale o risco sim. - A ruiva termina de tomar seu vinho. - E além de tudo, ela é a única família que ainda me resta.

- Ah, minha querida. Você me lembra tanto minha filha. Tão linda, cheia de coragem, forte e de bom coração. - Isabel fica pensativa e uma lágrima rola de seus olhos. - Ah, Cassandra, que saudades de você minha filha. - Ela murmura enquanto dá um longo suspiro para não dasabar em choro.

- Oi? Qual é o nome da sua filha?


🐺🐺🐺
Oiê, pessoal!
Tatu do Bem com Vocês?
Gentes, Desculpem a Demora, Espero q estejam Gostando da História, deixem uma Estrelinha e um Comentário pra Nos Ajudar!!

Um Abração pra Todos e Até o Próximo Capítulo... 🧡

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2023 ⏰

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