Cap. 9 - Salvamento e Prisão

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Enquanto almoçavam, a atendente da hospedaria, que eles descobriram ser a proprietária do lugar, os observava com desconfiança. Logo após estarem satisfeitos, o casal nota um alvoroço de pessoas se formando do lado de fora, e se apressam em verificar.
Sentindo um forte cheiro de fumaça, eles vêem que o estábulo da hospedaria está pegando fogo e que os animais ali confinados estão presos, incluindo seus próprios cavalos.

- Por favor, alguém me ajuda! - Eles ouvem uma voz jovial advinda do lado de dentro do local que estava sendo consumido pelas chamas.

Alguns homens tentavam quebrar o cadeado que havia sido colocado nas trancas, enquanto outros buscavam água para conter o incêndio.

- O garoto está ferido. - Karlayo diz a Rowenna enquanto cheira o ar. - Temos que ajudá-lo.

- Karlayo, espere. - A ruiva tenta dizer algo, porém o rapaz já se encontra nas portas do estábulo.

- Preciso que se afastem, por favor. - Ele pede enquanto os homens abrem caminho ao notarem o que ele é.

Karlayo consegue arrebentar as portas e alguns animais saem correndo, relinchando e atropelando pessoas que se encontravam no caminho.

- Socorro. Cof. Cof. - O menino implorava em algum lugar entre os destroços.

Enquanto Karlayo seguia até a voz que pedia por ajuda, ele abria as baias para que o restante dos animais pudessem sair mais rápido.

Após andar alguns metros para dentro das chamas, ele finalmente encontra o mancebo.

- Vai ficar tudo bem. Se acalme. - Ele fala tentando acalmar o jovem que aparentava possuir cerca de 14 anos.

- Minha perna, moço. Não consigo andar. - Ele fala com uma das mãos estancando o sangue do corte provocado por algo bastante pontiagudo.

Karlayo sentindo o cheiro de sangue, muda o semblante.

- V-você vai m-me devorar? - Ele o questiona trêmulo.

- Não, claro que não. Estou aqui pra lhe ajudar. Porque acha isso?

- P-porque você é um lobisomem, oras...

- Ôh, céus! Não sei de onde vocês tiram esse pensamento torto de que Lupis comem carne humana. Por Deus, não somos monstros. - Ele esbraveja enquanto ajuda o garoto a se levantar. - Vamos sair daqui antes que...

E antes de poderem sair, uma das vigas que sustentava toda a estrutura, acaba por desabar quase em cima dos ajudantes que tentavam conter as chamas.

- Vai cair tudo. Eu não quero morrer. - O menino afirma choroso.

- Você não vai morrer. Eu não vou deixar. Venha aqui. - Karlayo coloca sua capa em volta do garoto, o pega nos braços e corre até os fundos do estábulo, porém outra das estruturas também desaba bloqueando por onde eles iriam tentar sair.

- Maldição. - Ele olha pros lados e não tem saída. - O jeito é irmos pra cima.

- Pra cima como? Você consegue pular dessa altura?

- Eu posso tentar. Ou é isso ou morreremos queimados. - Ele se prepara para correr. - Cubra seus olhos e não os abra em hipótese alguma. Confie em mim.

- Está bem.

Karlayo segura firme o jovem que está embolado em sua capa que é bastante resistente a altas temperaturas, ele começa a correr e dá um salto conseguindo se equilibrar em outra viga que estava cedendo. E antes dela se quebrar totalmente, Karlayo se lança para cima do telhado, correndo até cair de mal jeito próximo aos curiosos que ali se encontravam. Ele se joga com o menino dentro de um bebedouro de cavalos ali perto, pois partes descobertas de seu corpo e roupas estavam em chamas.

O silêncio tomava conta do local, até mesmo os homens que apagavam o fogo ficaram observando o que acabara de acontecer. E após alguns segundos submersos na água, eles retornam tomando fôlego. A multidão se aglomera em volta deles, e pequenos vestígios de fumaça ainda saíam da pelagem de Karlayo que estava totalmente transmutado, em plena luz do dia.

- Um lobisomen! - Algumas pessoas esbravejam e se despacham rapidamente dali.

- É um monstro vindo diretamente das profundezas do inferno. - Outros vociferam por conta da fumaça do fogo recém apagado de seu corpo. - Volte para o seu lugar, demônio!

O menino se desenrola de sua capa, e nota que não havia sofrido nenhuma queimadura graças ao rapaz Lupi.

- Vejam, ele feriu o garoto. - Alguns bradam ao notarem o corte em sua perna.

- NÃO! Não foi ele. - O menino se vira para Karlayo e o abraça. - Obrigado por ter me salvado.

- De nada. - Ele retribui, voltando ao seu normal e revelando várias queimaduras pelo corpo, além de um tornozelo dolorido por conta de uma torção.

- JOÃOZINHO! - A dona da hospedaria vinha gritando em meio as pessoas. - AI MEU DEUS! MEU FILHO! Você está bem? Está ferido? Quem fez isso com você? - Ela fala com lágrimas nos olhos e se vira para Karlayo. - Obrigada por ter salvo meu menino, e me desculpe por tê-lo destratado de alguma maneira.

- Está tudo bem, senhora. Não precisa me agradecer. - Karlayo fala com sorriso de satisfação no rosto.

- KARLAYO! - Rowenna segue em meio a multidão juntamento com Eclipse até o rapaz Lupi. - Ah, graças à Deus você está bem. Fiquei tão preocupada quando o estábulo desabou. - Ela diz o abraçando e ele dá um pequeno gemido de dor.

- Eu estou bem, Row. Nós estamos. - Ele passa a mão na cabeça do menino ao lado, bagunçando seus cabelos.

No mesmo instante, o delegado da cidade juntamente com alguns homens dispersam rapidamente a multidão.

- Rowenna? - Um rapaz loiro desce de sua montaria e segue na direção da moça.

- Roswell? O que você está fazendo aqui? - Ela o questiona surpresa.

- Eu é que pergunto o que você está fazendo aqui? E na companhia desse lobisomem fugitivo?

- O quê? Do que você está falando?

- PRENDAM-NO! - O delegado dá o comando enquanto alguns homens vão pra cima de Karlayo.

- Esperem. O que foi que eu fiz, minha gente? - Ele questiona enquanto com muita violência o jogam no chão e o prendem com correntes e algemas de ferro.

- Roswell, o que está acontecendo?

- Rowenna, minha querida. Este sujeito é suspeito de atacar e matar várias pessoas, incluindo o dono do bordel e de seu segurança. Ambos foram encontrados por outro vigia do prostíbulo que fora brutalmente atacado e está sob os cuidados de médicos curandeiros neste momento.

- Espere, o dono do bordel está morto? Como isto aconteceu?

- Eles foram encontrados estripados. Gargantas totalmente dilaceradas, além de estarem faltando vários órgãos internos, incluindo fígado, coração, rins, olhos e cérebro. - Roswell diz friamente enquanto olha com nojo para Karlayo. - Você não sabe o perigo que correu ao se juntar com este reles lobisomem, minha princesa.

- Rowenna, por favor, eu jamais faria uma atrocidade dessas. Você tem que acreditar em mim. - Um dos sujeitos que o seguravam dá um soco em seu estômago, fazendo-o perder o fôlego.

- Calado, seu assassino. Temos provas que levam até você.

- Não, não, Roswell. Isso só pode ser algum engano. - Rowenna tenta argumentar não acreditando no que estava acontecendo.

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ROWENNAWhere stories live. Discover now