Trap

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Hope narrando

Estar em Nova Orleans sempre era reconfortante. As ruas eram familiares, e tirando o local onde meu pai e meu tio Elijah enfiaram metades da estaca de carvalho um no outro, eu realmente amava essa cidade. Queria poder passar na minha casa, mas não era possível agora. Recebi uma mensagem da minha tia Freya avisando que chegariam em alguns minutos. Respondi dizendo para nos encontrarmos no Russeau, o bar mais conhecido da cidade. Sorri para a bruxa que atendia o balcão, que conhecia desde pequena.

- Pequena Mikaelson, o que te trás de volta em período escolar? – perguntou, me entregando uma garrafa de cerveja.

- Você realmente vai continuar me chamando assim, sendo que me deixar beber escondida aqui desde os 15 anos?

- Você sempre vai ser um bebê pra mim. – Eu ri, dando um gole na cerveja.

- Vim resolver uns problemas

Seu olhar mudou. Ela saiu de perto de mim e quando voltou foi para responder com a voz mais séria que eu já ouvi dela.

- Nós bruxas não vamos te ajudar, se é o que está pensando... – Eu suspirei. Droga. Eu precisava da ajuda de ao menos algumas, mais não tinha tanto controle sobre esse lado da comunidade sobrenatural da cidade.

- Se eu fosse você, pensaria melhor nisso. – Marcel disse a bruxa, se sentando ao meu lado no bar. – Eu peço isso como um favor. Estamos em paz a tanto tempo, não precisamos de todas as bruxas, apenas das mais fortes.

- O que me garante que eu não vou morrer? Ou as outras bruxas...

- Meus homens vão estar lá.  Os meus homens de mais confiança.

- E os que restaram da minha matilha também. Não vamos deixar esse cara destruir a todos nós.
Ela pensou. Bastante.

- Qual o plano? – eu sorri, começando a murmurar para ela tudo que tinha idealizado nos últimos 3 dias.

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- Agora sim. – Ele murmurou quando saímos do bar, me abraçando forte. Muito forte.

- Você vai querer me matar de novo com um abraço? – Perguntei e ele riu, me soltando.

- Agora eu vou fingir que não estou feliz em te ver, e dar a bronca que sua tia Rebekah daria se estivesse aqui. – Ele mudou a postura, cruzando os braços e me direcionando um olhar que me daria medo, se ele não fosse quase meu irmão mais velho brincalhão. – Você é maluca de fugir com a sua namorada recém transformada sem nos dizer onde ia?

- Se eu dissesse deixaria de ser uma fuga.

- Não importa. Somos responsáveis por você. Estávamos quase malucos naquela escola com Freya dizendo insistentemente que vocês estavam bem, sem dizer como sabia disso.
Comecei a andar em direção a nossa casa, porque sabia que era onde tia Freya nos esperava.

- Eu não queria preocupar vocês. A questão é que na escola, o Sr. Saltzmann jamais deixaria Jo livre para viver a vida dela, e aprender a se adaptar a sua nova realidade. Ele ia insistir que ela só bebesse sangue animal, ou sangue de bolsas, que apesar de ser melhor do que o de animal, tem gosto de lixo podre. Ela precisava ser uma vampira normal, e beber de pessoas e se divertir. E eu como responsável por trazer a ela uma vida que ela não queria, precisava fazer isso, para tentar me redimir.

- Hope, Josie não culpa você pelo que aconteceu.

- Eu não estou falando de me resumir com Josie. Eu precisava me redimir comigo mesma. – falei de forma simples, continuando meu caminho.
- Não, para. – Ele puxou meu braço, me fazendo parar. Havia pessoas em volta, mas ele não parecia se importar. – Você não pode se culpar por isso. Ela tinha seu sangue no organismo? Sim. Isso é culpa sua? Não, porque você não bebeu dela a força e depois enfiou seu sangue garganta abaixo para curá-la. Seja lá o motivo dela ter seu sangue no organismo, nenhuma das duas previu que isso ia acontecer, porque apesar de ser a mais fodona de toda comunidade sobrenatural, você ainda não é vidente. Então pare de se culpar, porque vai chegar um momento em que essa culpa acumulada (injustamente) vai acabar dominando você, e tudo que nós não precisamos é de uma Dark Hope andando por aí.

Just one more girl - HOSIEDonde viven las historias. Descúbrelo ahora