Consequences

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1 mês depois

Lizzie narrando

Estava sentada em minha cama esperando o horário marcado para fazer projeção astral com minha mãe, que infelizmente precisou voltar pras suas viagens. Quando apareci em seu quarto na belíssima Paris, minha mãe estava sentada lendo um livro.

- Oi, querida, como estão as coisas por aí?

Bufei, me deitando ao seu lado na cama.

- Horríveis. Hope está péssima, não saí do quarto a duas semanas, não deixa ninguém além de mim entrar lá, e ainda assim, ela não fala comigo. Acho que só me deixa entrar para mostrar a todos que ainda está viva. Já peguei ela fazendo projeção astral no nosso quarto. Ela fica sentada vendo Josie dormir, por horas. É deprimente.

- Bom, por que você não dá um espaço pra ela? É tudo muito confuso ainda. Ela ficou meses sendo torturada, depois fico presa dentro da própria cabeça.

Concordei com a cabeça.

- Josie está completamente diferente. Ela parece meio sem emoção, não sei. Parece até que nós invertemos os papéis.

Minha mãe parecia preocupada, mas ao mesmo tempo parecia querer passar aquele tempo direito comigo, então nós começamos a conversar sobre Paris, e as aulas, e coisas aleatórias.

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1 semana depois

Hope narrando

Uma voz no fundo da minha mente me dizia para superar. Para seguir em frente e esquecer. Josie não vai voltar ao normal. Uma outra voz dizia para eu não desistir, porque Josie lutou por mim por quase um ano, e eu queria desistir no fim do primeiro mês. Como Josie podia ter sido tão forte? Eu me prendia as coisas que ela havia me deixado, como se aqueles poucos objetos fossem me manter viva. Mudei algumas coisas no meu quarto. Empurrei a cama contra a parede, onde antes ficava uma arara aberta de uniformes, que eu coloquei em um canto vazio. Pedi a minha tia Freya para me trazer minhas coisas de pintura, e um quadro que eu amava do meu pai. Acrescentei fotos minhas com Josie, principalmente as de NYC na minha parede de memórias. Quando minha tia voltou com as coisas. Pendurei o quarto do meu pai na parede acima da cama. Coloquei a canaleta grande no meio do quarto, puxando um armarinho pequeno que enchi com as minhas tintas. Lizzie pareceu surpresa com a mudança quando veio me ver - ela faz isso sempre. Pela primeira vez, pedi pra ela sentar e ficar comigo. Conversamos sobre um monte de coisas, e foi bom. No fim, ela me convenceu a descer pro jantar. Quando me enfiei no meu quarto,  fiz todo mundo prometer que apenas Lizzie viria me ver, e que eu não queria nenhuma informação de Josie fora "está bem" ou ao contrário.

É verdade que eu fiz projeção astral quase todas as noites e fiquei como uma tonta sentada, vendo ela dormir, mas nada me preparou para a real cena que vi.

Josie estava sentada na mesa de Penélope, que tinha os braços em seus ombros. Minha morena ria de algo que uma das seguidoras da cobra falava, e parecia completamente confortável. Pelo menos até me ver. Ela pareceu assustada ao me ver, e uma vozinha de esperança me dizia que ela havia se lembrado, que ela ainda sentia algo por mim. Mas quase tão rápido quanto veio, ela tirou os olhos de mim, voltando a rir. Penelope me encarou de cima abaixo, abriu um sorriso vingativo,  e beijou a bochecha de Josie, da forma que eu costumava fazer. Lizzie segurou minha mão, me trazendo de volta a realidade, e me levou até a mesa com a comida, quase como se eu fosse um bebê. Fiz um prato enorme porque pretendia sair como loba essa noite, para espairecer. Nos sentamos com nossos amigos, e apesar de eu tentar muito, eu não consegui prestar atenção nas conversas. Meu olfato e minha audição estavam em Josie rindo das piadas idiotas das seguidoras de Penelope, que parecia querer forçar alguma coisa, porque beijava ela sempre, e Josie mandava ela parar. Eu sorri com isso, pensando por um momento que a minha Josie ainda estava ali em algum lugar, eu só precisava encontrá-l

Just one more girl - HOSIEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora