VII. Imo, Alma.

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Nossas respirações pesadas se mesclaram em uma harmonia descomunal assim como o calor de nossos corpos colados. Taehyung me provocou mordendo os lábios, os meus; preso entre seus dentes, o moreno puxou meu lábio inferior para si e fez questão de fixar as íris escuras nas minhas, se deliciando.

Ele tinha o olhar felino. Sedento. Quase podia sentir no ar o cheiro do desejo, da luxúria. Ele transpirava prazer.

Soltando minha boca lentamente e roubando outro selar, Taehyung escorregou os dígitos por minha tez. O arfar involuntário vinha sempre em seguida quando éramos obrigados à cessar os beijos ébrios para tomar fôlego.

Se manter nas preliminares àvidas nunca me tinha sido tão prazeroso. Cada toque, cada aperto, cada deslizar de mãos bobas, cada suspiro e gemido que não se continham em nossas bocas eram surreais demais. Ardentes demais. A tensão no ar era explícita tal como o desejo que sobressaía os olhares.

Nunca quis tanto ser de alguém como naquele exato instante. Meu corpo o desejava do mesmo jeito que sua alma tornava evidente através do breu de suas orbes que me pertencia.

Em seu colo, Taehyung segurou com ríspidez minha cintura entre as mãos e pressionou o membro duro contra minha intimidade, tombando a cabeça para trás.
Ao deixar os lábios finos e avermelhados entreabertos, gemeu arrastado em rouquidão.

Uma vibração desmedida percorreu cada milímetro do meu interior, meus olhos não conseguiram parar de observar atentos o outro encenar estocadas, imerso em um prazer que eu sentia só de ver. Mas, não o daria esse gostinho de vitória tão fácil assim.

Faria aquele garoto enlouquecer por minha causa, implorar para me ter. E seria divertido.

Aquele era o meu jogo, as minhas regras e o primeiro tempo mal tinha começado.

- O que acha de uma bebida?

- Uh?

Estiquei o braço e tomei em mãos a garrafa de uísque pela metade. Taehyung mirou meus movimentos atento, seus dedos esguios ainda pressionavam minha pele com força. Estávamos ofegantes, o peito subindo e descendo, quando, de um jeito nada discreto, derrubei um pouco do licor em cima do moreno.

- Ei! O que...?!

Tentei segurar o riso o máximo que pude, mordendo os lábios. Taehyung olhou indignado e seu semblante apenas piorou quando eu sai de seu colo embora ele não soubesse que a sensação de vazio que me tomara no mesmo segundo também fosse tão ruim quanto estava sendo para ele.

- Tenho mais o que fazer, Taehyung. Poderia me dar a honra? - sorri ironicamente ao apontar para a porta.

Na realidade, aquilo não era mentira. Precisava solucionar tudo e estava correndo contra o tempo. Cada segundo é precioso.

- Ah, qual é. Sério isso?

Tinha descontentamento explícito nas suas orbes e ao mesmo tempo revolta.

- Seríssimo.

Dei alguns passos e apanhei a toalha largada sobre o carpete. Eu estava a beira de delirar em êxtase, a respiração descontrolada era uma das muitas provas do quanto o moreno mexia comigo de maneira inexplicável, eu estava tão molhada que a umidade do ar em noventa e nove por cento naquele dia não seria digno de comparação, mas, eu queria mostrar que estava no comando. Por mais que fosse uma bela mentira.

Meus olhos percorreram o breu do cômodo e logo alcançaram a janela enquanto pegava uma roupa qualquer para vestir. O vidro estava um tanto embaçado, porém aquilo não impediu que meus olhos enxergassem a cena inusitada e umbrosa. Senti um calafrio.

Proditorium | Kim Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora