V. Excita minha alma.

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Eu não tinha planejado aquilo.

Não mesmo.

Me ver escondido debaixo da cama de uma garota que nem ao menos sei o nome não era bem o que eu tinha em mente quando resolvi investigá-la.

Desde o dia anterior, o clima sombrio daquele hotel tinha ficado ainda mais acentuado e peculiar. Lúgubre, eu diria. Hoseok queria ir embora, Yoongi vivia sumindo e eu, bom, eu estava aqui, com mil dúvidas na cabeça pensando na melhor forma de me safar daquela situação na qual tinha me metido.

A morena ainda sem nome não me dava outra escolha. 

Desde ontem que eu não a via. Depois do que acontecera naquele hall -  desde o sangue, as velas, o grito desconhecido até a velha suspeita - tudo parecia bem mais intrigante e misterioso, porém eu era o único sozinho. O único que não sabia e nem tinha a mínima ideia do que fazer. Meus instintos sempre diziam que o melhor era fugir dali, escapar enquanto ainda restava tempo, mas, aquela garota me prendia.
Sem atinar, ela me prendia. 

Seus lábios bem desenhados, o corpo que conduzia mistério, os cabelos negros e íris de mesma cor eram instigantes.

Simplesmente não conseguia recuar. Queria respostas, saber o que estava acontecendo naquele lugar, entretanto, acima de tudo, eu queria ela. Já estava viciado no seu jeito de brincar comigo e no cheiro doce que se espalhava de sua pele contrastando com as palavras duras e sempre provocantes que soavam de sua boca.

Foi assim que parei aqui, ouvindo o barulho distante da água cair do chuveiro. O calor consumindo meu corpo junto da insaciável vontade de vê-la naquele banheiro sem roupa alguma enquanto a água escorre por suas curvas.

Ah, como eu queria ver suas curvas. Do jeito mais detalhado possível. Da forma mais impura.

Para ser sincero, eu tinha ido ali somente para descobrir os segredos que ela tanto guardava. O porquê continuava naquele hotel e o investigava nas espreitas. E nessa, eu acabei me condenando. Estava excitado. Altamente em êxtase. Minha concentração em decifrar as coisas ocultas tinha se perdido no pulsar de meu membro alerta e nos pensamentos profanos que se formavam em minha mente.

Morder o lábio inferior com força me foi a única alternativa quando a fisgada se deu no meio de minhas pernas e meu corpo estremeceu ouvindo a porta ranger.

Era manhã, uma manhã sórdida, mas ainda assim uma manhã em que eu não deveria estar excitado ao extremo por causa de uma desconhecida. Não a esse ponto. Nunca fui fácil de se atrair, menos ainda de me deixar levar por qualquer coisa que fosse, mas, entre o suor que escorria e grudava meus cabelos sobre testa e a falta de fôlego que me consumia ali debaixo da cama alheia estava me fazendo afundar em sensações que antes eram um simples tanto faz.

Mordi o lábio com mais força quando ouvi seus passos e mirei pela brecha os pés descalços e ainda molhados. Numa tentativa de prender a respiração rapidamente e engolir em seco, deixei um quase gemido baixinho escapar. Os passos da garota cessaram. Meus músculos retesaram no mesmo segundo.

Só então, ouvi um sutil barulho e logo meus olhos fitaram a toalha branca destacada sobre o carpete de tom vinho escuro.

Um arrastar soou estridente. Me pareceu que ela estava fechando a janela ou mesmo a abrindo, não fazia a mínima ideia.

A intensidade do pulsar no volume de minha calça quando me deparei com um suspiro malicioso vindo da outra foi o ápice para que eu já estivesse com o membro duro em minha minha mão deslizando as pontas dos dedos esguios no pré-gozo que melava a glande rosada e inchada. Nem me dei conta do exato momento em que o zíper de minha calça não fizera efeito nenhum em me impedir de tocar ali na hora mais inoportuna. Foi involuntário, inconsciente.

Foi desesperador ao não ver mais os pés alheios no meu campo de visão.

— Parece que alguém quer brincar de esconde-esconde. — o timbre suave e provocante ecoou no cômodo seguido por uma risada sensual.

A luz acesa do quarto se apagou e o silêncio dali deixou minha respiração pesada transparecer.

— Vou te dar uma chance de sair daí e talvez consiga me convencer de que você não tava me espiando outra vez. — a garota brincou com o tom irônico. Escutei seus passos perto de onde eu estava e me praguejei mentalmente por não ter escutado Hoseok quando o mesmo me disse que aquela era uma péssima ideia.

Suspirei e me retive, tornando o órgão exposto e enrijecido ao lugar em que estava fazendo com que uma sensação sufocante tomasse meu corpo. O breu que agora dominava o quarto alheio me permitiu sair dali e não ver nada e nem sequer ser visto.
Como eu já tinha suspeitado, ela havia fechado a janela e tudo que ss conseguia ver eram as sombras dos móveis antigos modelando o papel de parede velho.

— Como sabia? 

— Vou te deixar adivinhar essa. — ditou rouca, mas ainda distante e sem me dar nenhuma pista de onde estava. Oscilei o olhar por todo o quarto escuro à procura da morena ou ao menos de sua sombra. — Tá bem fácil.

— Talvez eu tenha fechado mal a porta? — entrei no seu jogo, sorrindo de canto e mordiscando os lábios.

— Mais uma chance.

Dessa vez senti sua voz mais próxima, o sussurrar perto de minha audição me fazendo arrepiar cada milímetro da extensão de minha pele. Ela estava atrás de mim.

— Será que fiz algum barulho? Minha intenção era ficar quietinho. — deslizei a língua pelo lábio inferior e fechei os olhos assim que senti um soprar quente em minha nuca.

— Falhou então, Kim Taehyung. — ela riu deliciosamente ao pé do meu ouvido.
Não consegui me conter nem por mais meio segundo, apenas virei e tive minhas íris de encontro com as suas refletindo uma estreita e ínfema faixa de luz que escapara de uma brecha da janela. O negror era intenso, singular, me tirava o ar a cada segundo passado no silêncio que se seguiu encarando um ao outro.

A morena delineava um sorriso astuto no canto da boca. Mal conseguia vê-la até que a mesma deu um passo para frente, desfazendo o mínimo de espaço que ainda nos separava sem tirar as orbes das minhas.

— Me diz. Conseguiu dar uma boa olhada dessa vez? — ditou baixo, e aí que notei o corpo despido. As curvas molhadas e tenuemente sombreadas pela claridade da manhã que tentava invadir a escuridão do cômodo, os detalhes de sua pele e os cabelos úmidos nas pontas caídos sobre os ombros.
Aquilo me fez atroar. Por um instante deixei tudo à minha volta esvair e perdi o fôlego. Voltei meu olhar para o seu, sorrindo travesso com o lábio preso entre os dentes.

— Não sei dizer se é suficiente. — disse em um blefe bem calculado, tombando a cabeça para o lado.

— Parece ser suficiente até demais.
E nesse instante senti o tocar alheio sobre o tecido jeans de minha calça. O latejar ali foi insano, me fez perder todo o fôlego recuperado por um breve segundo e gemer baixinho como um grunhido manhoso que fez a outra sorrir sugestiva.

— Aigoo, você parece precisar de uma mãozinha. — em sarcasmo, a morena formou um fingido beicinho nos lábios avermelhados e apertou na mão com destreza o membro ainda coberto, arrancando outro gemido meu.

A menor se aproximou o tanto que pode e se ergueu na ponta dos pés até que sua boca sutilmente encostasse na minha, os poucos centímetros de distância me causando um espasmo e uma enorme vontade de encaixar nossos lábios e finalmente sentir seu gosto; provar das malícias que me tiravam toda a noção de tempo e lugar.

Mas, antes mesmo que eu a beijasse, seu dedo indicador se pôs entre nós e tocou meus lábios.

— Sooyeon. — ela moveu a boca lentamente, me prendendo com o olhar e me deixando perdido em suas incitações ímpetas.

— Uh? — franzi o cenho em confusão.

— Meu nome é Bae Sooyeon. Quero que grave bem ele, porque agora, Taehyung, você vai se tocar pra mim e gemer meu nome bem devagar. 

Proditorium | Kim Taehyung Where stories live. Discover now