PRÓLOGO.

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Quem acreditaria se eu dissesse o que vi naquela noite? Naquelas noites. Surreais, indecentes, profanas de todas as formas, quentes em todos os ângulos. Noites em que perdi o fôlego, me deixei levar pelas curvas do mal, senti e dei prazer do modo mais incontestável, do jeito mais imoral.

Por mais que o medo estivesse logo ali ou o inimigo bem debaixo dos meus olhos, estava corrompido demais para notar. Extasiado demais para perceber alguma coisa. Bem mais atraído pela garota de cabelos negros do que interessado pelo dia seguinte.

Não era algo que eu pudesse ter controle.  Aliás, me controlar era quase fora de questão.

Maldita hora em que mirei aqueles lábios, desejei aquele corpo, gemi seu nome escondido e me fiz o mais descarado em meio às cenas lascivas. Talvez eu pudesse ter encontrado alguma brecha.

Mas quem era eu para discutir com Bae Sooyeon? Ela me tinha nas mãos e eu a queria nos braços. Sabia que ela me queria e eu estava completamente perdido. Ela era o mal e, confesso, eu não passava muito longe disso. Cegos um pelo outro. Perdidos um no outro. Eu devia ter imaginado.

Quem acreditaria que nós dois estávamos condenados? Ou que um culto religioso não era tão inocente quanto aparentava. Um ritual estava prestes a começar e nós éramos as cobaias.

Imersos no pecado, agravados pela luxúria. Droga. Talvez não tivesse sido uma boa ideia continuar ali. Talvez fugir fosse a nossa melhor opção. Mas, quem diria que o garoto inocente de Daegu preferiria o suspense obsceno do que o romântico melodrama usual. 

Proditorium | Kim Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora