you made in shine

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Para melhor experiência, escute 'Daddy Issues remix - The Neighbourhood'

S/n point of view:

Já está ficando frio, e o sol já esta dando lugar para lua.

Batuco os dedos no balcão em nervosismo, já são 5 pm, ou seja deveria estar fechando a lanchonete, porém este senhor mastiga muito devagar.

- Senhor, não quero apresá-lo... - começo - porém tenho que fechar, nosso turno já acabou.

O mesmo me avalia-me por alguns segundos, e sua carraca logo é substituída por um olhar de compreensão.

- Embale para a viagem! Não quero atrasá-la para seus compromissos.

- Certo! - dei um sorriso forçado e embalei seu pedido, em seguida o mesmo se retirou.

Minha primeira ação foi olhar para a parede revestida com tons marrons aonde paira o relógio que costuma ser minha única companhia durante os turnos. Assusto-me ao ver que já são 5:35 pm.

Rapidamente organizo meus pertences e fecho todas as portas. Assim que o ultimo cadeado é trancado, sai correndo pelas ruas agora já vazias de Londres.

Tempo depois, já encontro-me em frente a minha casa. Alivio-me ao não encontrar seu carro na vaga habitual, o que indica que ainda tenho tempo.

Adentrei em casa apressada, logo deixei minha mochila no chão da sala e corri o mais rápido que pude para organizar o local.

Comecei recolhendo todas as garrafas vazias de cerveja jogadas pela casa, em seguida limpei o vomito no banheiro e dei uma olhada rápida nos quartos.

Enquanto ia em direção as escadas, com a intenção de descer para o andar de baixo, meu olhar cai sobre o relógio, e meu coração salta ao ver que faltam apenas 5 minutos para sua chegada.

Escuto barulhos vindo do térreo. Minha mente logo guia-me para as lembranças de tudo o que já se passou por este horário.

Quando volto a realidade percebo que deixei minha mochila lá em baixo. Infelizmente não vou ter saída, precisarei descer para pega-la, afinal tudo o que é meu encontrasse dentro dela.

Desço as escadas com cuidado para que o barulho da madeira não se torne perceptível. Já no meio da escada percebo que a sala está vazia, aproveito o momento e corro em direção a mochila que se encontra jogada perto do sofá.

Depois de recolher a mochila, preparo-me para seguir meu caminho para as escadas, porém logo congelo em escutar a voz que com certeza me assombrará pelo resto da vida.

- Olha só, a putinha resolveu sair do puteiro hoje?! - embalou-se nas palavras

- Deixe-me em paz... - murmurei com o olhar baixo

- Chego aqui e me deparo com esta bagunça, posso saber porque não limpou? - grita

- Acabei me atrapalhando hoje no trabalho. Cheguei meio tarde. - respondi em tom baixo

- Você é uma irresponsável. Não faz nada só fica ai nesta vida boa. Por isso sua mãe nos deixou, ela sabia que você seria uma imprestável, sua merdinha! - voou para cima de mim me prensado contra parede e apertando meus pulsos

Quando mais nova minha mãe acabou conhecendo meu pai. Eles se apaixonaram, e eram felizes junto, se amavam. Porém tempo depois, mamãe descobriu que estava gravida, quando foi contar para meu pai ele surtou, e ela não teve coragem de abortar então... aqui estou eu.

Alguns meses depois de meu nascimento, minha mãe se cansou das agressões e foi embora.

Meu pai não é carinhoso ou gentil. Desde muito nova me bate e me culpa por minha mãe ter nos deixado.

Quando completei meus 14 anos, percebi que não poderia mais viver assim. Precisava começar construir minha independência aos poucos, para que quando completasse 18 anos, pudesse responder por mim mesma.

Então atualmente com meus 17 anos, tenho a rotina de ir para escola no turno da manhã, trabalhar em uma lanchonete a tarde, e logo que sair do trabalho ir para casa no tempo meu pai alcoólatra chegar de seu "trabalho".

Sempre tento organizar a casa, antes de ir para meu quarto, aonde me tranco somente pela espera do outro dia.

- Não me culpe por isso! - rebati

- SUA DESGRAÇADA, VOCÊ ESTRAGOU MINHA VIDA! - senti minha face queimar, levei um tapa, não é como se nunca acontecesse.

- ME SOLTE,SEU IMUNDO! ME DEIXA EM PAZ! - segurei as lagrimas enquanto ele apertava meu pulso cada vez mais. Não suportando mais a dor, chutei sua intimidade, logo o observando cair no chão se contorcendo de dor.

Segurei firmemente em minha mochila e novamente corri em direção as escadas.

Chegando em meu quarto tranco porta e arrasto alguns moveis para dar um suporte maior, como de costume.

As lagrimas rolavam pelo meu rosto sem piedade, enquanto meus pulsos latejam de dor. Minhas pernas pedem por um descanso depois de um dia duro de trabalho, os cadernos em minha mochila parecem gritar para me lembrar que tenho milhões de atividades para fazer. Respiro fundo tentando regular minha respiração, mas já é tarde demais, estou tendo outra crise.

Sento-me no chão, próxima a janela de meu quarto que permanece aberta, respiro fundo diversas e diversas vezes mais é como se estivesse me afogando, não tem como escapar.

Sinto braços em minha volta depois de um tempo jogada no chão, eles me passam segurança. Somente pelo perfume masculino forte já posso saber que se trata de Louis Partridge.

O mesmo é meu namorado desde nossos 15 anos. Ele sabe de tudo, todos os meus problemas e mesmo assim está aqui comigo.

A noite ele sempre se faz presente em meu quarto, o garoto entra pela janela do quarto escalando a árvore.

Com ele aqui sinto-me mais calma, ele me instrui a fazer exercícios de respiração, e em pouco tempo já estou melhor.

Fico somente chorando em seus braços enquanto aproveito seu carinho, seu suporte e sua presença.

- Eu me sinto farta, Louis. Farta de meu pai, farta da escola, farta do trabalho, farta da minha vida! Eu não sei mais o que fazer para ser boa o suficiente! - falei entre soluços

- Eu sei o quanto ser boa o suficiente é importante para você, eu sei que tem problemas com seu pai, eu também tenho. Mas você é minha garotinha, eu faço tudo o que estiver em meu alcance para te livrar deste fardo. Eu fugiria e me esconderia com você! - me apertou em seu braços me trazendo segurança - Quando você me contou toda a historia tive vontade de vomitar. Eu consigo ver em seu rosto como é difícil

- Dói muito, bae. Eu não quero mais esta vida para mim! Eu tenho que dar um jeito, pegar mais turnos na lanchonete ou arrumar um trabalho extra, e-eu não sei! - me desprendi um pouco de seus braços para olhar diretamente em suas lindas orbes hipnotizantes

- Se acalme, ok? Eu estou aqui com você, daqui a um mês é seu aniversário de 18 anos. Você estará livre desse inferno. - fez carinho em meu rosto - Eu estou aqui. Não desista agora S/n, está quase acabando

- Eu te amo, Louis Partridge - falei

- Eu te amo, S/n - me puxou para um beijo que como sempre, me deixou com borboletas no estomago

E não preciso de nenhuma droga, eu choro todos os dias, mas não espero que meu sol brilhe, Louis Partridge você me faz brilhar!

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Hey, este foi inspirado em 'Daddy Issues - The Neighbourhood'. Está fazendo bastante sucesso no aplicativo vizinho, então resolvi traze-la.

Não foi o meu melhor, porém juro a vocês que os próximos tem uma revisão maior, por tanto, tem um contesto mais construído.

Espero que tenham gostado < 3

Imagines - Louis PartridgeWhere stories live. Discover now