mark us, because we are forever.

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S/n point of view:

Sentada no quintal de minha casa, observo as árvores balançarem com os ventos de Londres.

Durante toda a minha vida, me vi presa em uma bolha de mentiras, e quando consegui livrar-me, simplesmente não sabia para onde ir, ou o que fazer.

Sejamos sinceros, eu ao menos sabia falar.

Gosto de sentar-me em meu pequeno jardim atrás de casa, parece estranho mas é incrivelmente relaxante, sinto-me liberta de certa forma.

Suspiro e inspiro aproveitando o ar puro que finalmente posso respirar.

Nunca tive contato com ninguém, nunca pisei fora de meu dito lar e, quando fugi foi tudo muito estranho. Tudo muito novo.

Tive sorte de encontrar Louis, o garoto que foi meu primeiro amigo, a primeira pessoa com quem falei, a pessoa que ensinou-me coisas básicas que ninguém nunca tinha me ensinado, afinal não era para isso que eu servia. O único que disponibilizou-me uma casa.

Ele é a minha casa.

É estranho pensar que já passaram-se 10 anos desde que nos conhecemos, desde que ele levou aquela pequena estranha garotinha para o seu porão e a deixou segura em um forte de cobertores e travesseiros.

E hoje estamos aqui, namorando e morando juntos, aproveitando nossos 22 anos de idade.

Ainda não caiu a ficha de que realmente estou livre, posso viver a minha vida e ninguém ira me impedir.

Com certeza é um sonho não ter que me preocupar em ser raptada novamente, em parar naquele mesmo quarto de paredes brancas frias.

Mesmo que tudo tenha acabado, as marcas permanecem.

Imagino que nunca irei superar certas coisas, elas continuaram aqui para lembrar-me de tudo o que passei nas mãos deles.

Por exemplo, minha aversão a médicos, enfermeiros e enfermeiras, além de odiar ir a hospitais, isso nunca irá mudar.

Simplesmente não consigo entrar em um lugar aonde lembro instantaneamente das paredes frias do laboratório, dos corredores que um dia já me guiaram a diversos testes.

Mas posso conviver com isto. Afinal, posso ter uma vida normal agora, como uma mulher normal, e é isso que tenho feito ao longo destes anos.

Passei por muita coisa no laboratório que chamava de lar, mas nada se compara aos 353 dias que passei sem Louis. Doeu muito ficar sem o garoto que amava por tanto tempo, na época não sabia definir estar apaixonada, mas eu estava.

Louis Partridge simplesmente me ensinou a amar.

Quando o reencontrei, soube que nunca mais poderia deixa-lo, mesmo que na época a culpa não tenha sido minha, era como se fosse, eu sentia que era.

Eu abri o portal.
Eu entrei nele.
Eu quem fui abrigada por David.
E fui eu quem seguiu a regra de ficar longe do mundo exterior por minha segurança.

É difícil lembrar-me desses dias que fiquei sem ele, mas tudo valeu apena.

Tudo sempre valerá a pena se no fim eu acabar nos braços do homem que amo.

- Querida, o que faz aqui fora? - Louis aproximou-se de mim.

O mesmo usa uma calça de moletom azul marinho, junto de uma blusa listrada que ressalta seus cabelos marrons brilhantes e sedosos.

Sorrio ao perceber novamente a sorte que tive em ser acolhida por esse garoto.

- Nada. Apenas respirando um pouco. - dou de ombros enquanto o mais velho senta-se ao meu lado em seguida passando seus longos braços por meus ombros

Imagines - Louis PartridgeWhere stories live. Discover now