Capítulo 1

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A cidade Natal de Magnólia era uma das mais belas. Os bosques, as cachoeiras e os campos floridos era um imã para as famílias das redondezas e a floresta depois da cidade era um imã para os jovens caçadores.

- Finalmente chegamos - Disse o Senhor Santiago ao observa a cidade de longe.

- Havia me esquecido de quão linda é a nossa cidade. Esses campos ficam cada vez mais belos. Nessa primavera nasceram mais flores do que no ano passado e se eu não estivesse tão cansada, cavalgaria a manhã toda, a tarde nadaria nas cachoeiras, faria uma bela caminhada pelos campos e terminaria o dia lendo nas sombras das magníficas árvores da nossa propriedade - Magnólia faz uma longa pausa e em tom de melancolia continua - Narciso fará muita falta, não será a mesma coisa sem ela.

-Minha querida - Disse Sr Santiago colocando a sua mão sobre a de Magnólia - Assim que chegarmos em casa vou escrever um bilhete para Narciso e em dois ou três dias ela estará conosco.

- Mesmo que ela nos visite por um final de semana, jamais será o mesmo. O Marido dela deve vir junto para atrapalhar nossos passeios particulares e não teremos as nossas longas conversas durante a noite.

- Sabia que você voltaria tão melancólica e por isso fiz uma coisa que vai te alegrar.

-O que? - Pergunta Magnólia surpresa.

- Enviei convites para a família Motta para almoçar conosco, hoje será apenas um almoço, mas semana que vem já planejei passeios nas cachoeiras, piqueniques no campo e talvez um baile.

Quando o Sr Santiago contou sobre a família Motta, piqueniques e passeios na cachoeira, isso não alegrou em nada a jovem, mas a palavra baile tirou um belo sorriso do seus lábios.

A casa continuava a mesma, apenas alguns tapetes e as cortinas eram diferentes. O quarto de Magnólia estava intacto. A coleção de boneca continuava na cama e seus livros infantis estavam sobre a escrivaninha, que agora era pequena de mais para ela, sobre a cabeceira da cama estava um belo quadro da família.

- Parece que o tempo parou - Disse Magnólia espantada ao ver o quarto.

-Seu pai fez questão de deixar tudo do mesmo jeito - Disse o criado que levava as malas - A Senhorita precisa ver o quarto da Sra. Garbin parece que ela nunca deixou essa casa e o ateliê de sua mãe também continua o mesmo.

-Jorge já disse que pode chamar tanto a mim como a minha irmã pelo primeiro nome, não gostamos dessas formalidades. Imagine que uma família tenha doze filhos, como vão diferencia todos eles se apenas chamar pelo sobrenome?

-A senhorita continua a mesma sempre fora do padrão - Disse o criado se retirando.

Magnólia sente o gostinho de infância ao tocar nas bonecas e ao abrir os livros. A decoração, os lençóis de cama e o quadro na cabeceira, tudo trouxe a tona lindas lembranças. Lembras que a leva de volta ao passado, a uma vida cheia de amor e carinho.

- Se as paredes falassem, elas iriam dizer o quanto eu fui feliz.

Os devaneios de Magnólia são interrompidos por outro criado que anuncia o almoço e que todos estão esperando por ela, incluindo a família Motta.

O assunto na mesa foi Magnólia. A Senhora Motta enchia Magnólia de elogios que iam desde o modo como ela sentava ate a maneira de segurar os talheres. O senhor Motta só falava da beleza da moça, seus belos olhos e belos cabelos. Isabel Motta a filha mais nova acompanhava os pais nos elogios. Carlos Motta o filho mais velho não dizia nada, exceto quando pedia a esposa para passar o arroz ou feijão ou qualquer outra coisa fora do seu alcance e sua esposa descrevia o quanto ficou encantada com a propriedade e a mobília, às vezes se atrevia a questionar o valor de alguns objetos.

Após o almoço o Senhor Santiago convidou a todos para um passeio ao bosque que foi aceito com imenso prazer pela família. Magnólia cansada de ouvir tantos elogios sem fundamentos recusou o convite.

-Deve ser o cansaço da viagem - Disse a Sr Motta.

-É uma pena, o passeio não será o mesmo sem você - Disse o Sr Motta.

O Grupo partiu para o bosque lamentando a falta de Magnólia. Enquanto isso Magnólia planejava um passei particular ate a cachoeira. Uma surpresa a aguardava.

***



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