Capítulo 39

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Sófia sentou em frente a escrivaninha com a carta de Magnólia sobre a mesa, ficou questionando se deveria responder a carta com ou sem o seu sobrenome. Visto que Sr. Arthur agora estava em Florência e voltou a ter contato com o pai, tudo indicava que a questão de ser deserdado havia sido resolvido e que talvez o irmão já não se importasse mais em ser um Rodrigues. Poderia ela revelar o seu sobrenome ou este era um segredo do irmão, de modo que somente ele poderia fazer tal revelação? Ela caminhou em volta do quarto por alguns minutos e não sabia como resolver este mistério. Não havia ninguém naquele momento que lhe ajudaria a decidir isso, exceto é claro o próprio irmão.

A porta do quarto se abriu de forma sorrateira. Era a Sra. Rodrigues que entrou no quarto sem bater ou fazer qualquer anuncio da sua presença e assusta a filha. Que com a mão no peito confessou o medo que sentiu e que por um momento pensou em fantasma ou qualquer outro tipo de assombração. A mãe sentou na cama ignorando a reação da filha e falou sem parar como estava ansiosa sobre o baile e como tudo aquilo lhe apertava o coração ao pensar que a filha estaria casada em poucos meses.

– O vestido já está pronto e sem duvida será o vestido branco mais belo de todas as damas, embora não se tenha um título, tenho certeza que chamara atenção de algum conde, visconde ou marques, que sem dúvida será lindo, jovem e rico. É importante sempre sorrir, seus olhos devem indicar que você está escondendo um mistério delicioso, que despertará desejos nos pretendentes. E no dia seguinte ao baile haverá homens de toda a Brígida, para te cortejar. Por isso é importante uma luva um pouco mais curta, quase no cotovelo. É importante um pouco de peles você sabe – Disse a mãe em tom de segredo – Os homens gostam de uma região despida para tocar e falando nisso...

Sófia ficou tão vermelha e tão sem graça pelos absurdos que a mãe estava dizendo que de imediato lhe informou que precisava ir a modista pegar o vestido e as luvas. A Sra. Rodrigues acompanhou a filha até o hall de entrada e solicitou que o mordomo chamasse a sua dama de companhia.

Quando a jovem Madalena chegou, Sófia puxou a amiga pelo braço e saiu caminhando ate a rua, antes que a mãe lhe desse novas dicas de como agarrar um homem. O mordomo clamou para que elas aguardassem a carruagem, mas a carruagem foi dispensada. As jovens estavam de guarda-chuva, botas e capas. Protegida de uma chuva que provavelmente não surgiria, pois, durante toda a noite as águas do céu haviam sido esbanjadas.

Durante a caminhada Sófia contou a amiga em detalhes cada coisa que a mãe lhe havia dito, Madalena achou muito útil as informações, como ela vinha de uma família simples sem títulos e posses poderia se dar bem com as dicas de sedução da Sra. Rodrigues. Depois o assunto foi sendo direcionado para o baile branco e foi prosseguindo aos vestidos e as possíveis moças que haviam sido convidadas. Embora o baile branco fosse dirigido em grande para a nobreza, alguns poucos convites eram distribuídos para algumas famílias de posses e grandes influencia. Madalena ficou triste por não ter sido incluída e declarou de forma empolgante o quanto estava contente e com a sorte da amiga. Sófia reconfortou a moça lhe dizendo o quanto a nobreza não era assim tão encantadora e lhe disse de forma desaminada que um casamento com um homem mais velho e bem feio era o que na verdade lhe aguardava.

As jovens pararam no centro comercial, admiraram algumas fitas e tecidos, estavam a caminho da modista quando foram paradas por Inácio ofegante e sorridente. Ele observou as damas de longe e provavelmente percorreu todo o caminho correndo ate elas.

– Bom dia Srta. Rodrigues.

– Bom dia Sr. Fernandes. Como tem passado?

– Bem, obrigada – Inácio ficou parado tentando lembrar o nome da dama de companhia – Bom dia Srta...

MagnóliaOnde histórias criam vida. Descubra agora