Magnólia

Capitulo 5

Magnólia não ficou mais do que duas horas na cidade, esse pouco tempo foi o suficiente para encontrar velhos conhecidos. O Sr Santiago já tinha enviado telegramas para alguns amigos anunciando a chegada da filha a Albuquerque, de modo que a presença de Magnólia não era surpresa. Ela recebeu tantos convites para tomar chá, jantares e piqueniques que sua semana já estava preenchida. Assim não poderia dar as devidas atenções para Narciso, tudo o que ela queria era um tempo livre com a irmã.

O primeiro convite estendido veio da família Araujo. Sr George Araújo era um homem muito alegre, estava sempre contando alguma história engraçada. Não existia ninguém em toda Albuquerque que não amasse a sua presença. A Sra. Ana Araujo era bem ponderada, suas maneiras eram cordiais e ate a sua forma de rir das histórias do marido eram bem discretas. O casal tinha dois filhos admiráveis, Pablo de doze e Abigail de oito. Por essas e outras razões o convite foi aceito sem delongas.

Trinta minutos antes do horário combinado a carruagem já estava à espera da família Santiago, e se não fosse pela morosidade de Magnólia, eles já estavam à caminha uma hora antes do combinado. A pontualidade era algo muito prezado pelo Sr Santiago e pela Narciso, mas não posso dizer o mesmo de Magnólia. Para ela isso era uma mera etiqueta e segundo seus próprios preceitos existiam coisas muito mais importantes que deveriam ser prezadas.

O Sr Araújo fez questão de receber os amigos pessoalmente em Adielfield e os acompanhou ate a sala de visita. Magnólia ficou espantada com o tamanho das crianças, cresceram muito em três anos. Eles eram pequenos e tímidos, agora estavam grandes e bem atrevidos. Enchendo Magnólia de perguntas, Pablo falava de música e Abigail de desenhos. Narciso conversava com a Sra. Araújo sobre alguns conhecidos de Bastos. Enquanto os homens tratavam de negócios na biblioteca.

O Jantar foi servido e todos tiveram uma noite alegre, graças às histórias de Sr Araújo.

- E foi assim que eu perdi a bota esquerda durante a caça - Disse ele concluindo a história que foi acompanha de longos risos. Após um longo gole de vinho, perguntou a Magnólia - O que achou de Albuquerque mudou muito desde a sua ultima visita?

- Minha pequena Albuquerque já não é a mesma. O comercio aumentou e a população também. Há dois dias recebi a visita da Srta. Alves que durante uma conversa mencionou três nomes de famílias que ainda não tive o prazer de conhecer.

- As novas famílias são pessoas magníficas, a senhorita precisa conhecê - Disse a Sra. Araújo - A família Almeida mora aqui bem próximo, família Coutinho estão morando perto do boques de Charlotte de Albret e além deles tem mais três famílias cativantes o Sr e a Sra. Xavier, a família Bonifácio e a família Bueno.

- E o Jovem Artur! - Disse Sr Araújo, Magnólia quase se engasgou ao ouvir esse nome - Esse jovem espirituoso tem sido meu fiel companheiro de caça.

Essa seria uma oportunidade perfeita para adquirir mais informações sobre o jovem Artur. Porém o bom senso de Magnólia a impediu, não seria adequado fazer diversas perguntas sobre um estranho, isso levantaria suspeitas de um suposto interesse, mas para sua sorte Narciso perguntou: - Sr Artur, quem é?

- É um rapaz encantador - respondeu Sr Araújo empolgado - Mudou-se fazem dois anos ou menos, vive em um chalé bem próximo de Azel Park e a sua família mora em Florência.

"Perto de Azel park?" Pesou Magnólia surpresa "O misterioso Artur mora perto da nossa propriedade, e sua família é de Florência. Será que eu os conheço?".

- Ele estudou em um dos colégios de Florência - Complementou Sra. Araújo - Se não me engano estudou no colégio virtude.

Artur esteve perto de Magnólia durante muito tempo, mas só agora ela se deu conta da sua existência.