Capítulo 45

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A noite lá fora estava congelante e de forma gentil Sr. Arthur questionou se a dama estava bem. A mesma afirmou que sim e que amava observar a primeira neve do inverno. A neve que caia sobre os cabelos de Magnólia e sobre todo o reino era rasa, indicando que em poucos minutos ela cessaria e foi o que aconteceu. Com o céu coberto por nuvens e sem neve para admirar, não demorou muito para os dois entrar e procurar um lugar ao lado da lareira.

Magnólia esfregou as mãos e a estendeu na direção do fogo, era muito reconfortante o calor aconchegante daquelas chamas. Sr. Arthur observava a jovem, o rosto que estava pálido com o frio, agora ganhava uma leve coloração. Ele a encarava e ela evitar seu olhar, assim seguiram os minutos a frente e permaneceram dessa forma até notarem que era necessário quebrar o gelo. E ao mesmo tempo uma pergunta, a situação os obrigou a sorrir e aquele simples acontecimento deixava evidente o quanto era agradável estar ali.

Sr. Arthur insistiu que ela falasse primeiro e a jovem insistiu que ele fizesse isso. E então um aguardou o outro e quando finalmente falaram, eles novamente falaram juntos e a risada a seguir foi ainda mais contagiante. Se alguém observasse os dois imaginaria que estavam tendo uma boa conversar, quando na verdade não conseguiam falar sem atropelar o outro. Por um breve momento ficaram assim, sem dizer nada apenas aproveitando a companhia e o calor aconchegante da lareira.

Havia muito a ser dito por ambas as partes, era complicado dizer tudo o que desejavam, primeiro por não saber por onde começar e segundo pelos sentimentos que os dominavam. Era uma mistura de saudades, ansiedade, angustia e alegria. Magnólia ainda observava o fogo e aquecia a mão, enquanto Sr. Arthur a encarava com terna afeição. O seu anseio era de ficar ao lado dela e jamais partir, aquela noite poderia durar uma eternidade e ainda assim não seria suficiente. 

A jovem sentia o peso daquele olhar e não conseguia distinguir quais eram seus pensamentos, por um tempo deteve o seu olhar de se encontrar com o dele. Mas os seus impulsos eram mais fortes e com movimentos leves o encarou.  Aqueles olhares foram longos e quando a jovem notou o quanto aquilo era inconveniente, de imediato fez uma pergunta, gaguejando e atropelando algumas palavras.

– Com... como estão os... os negócios? 

– Os negócios estão bem – Respondeu ele de forma calma, tentando absorver e entender o nervosismo da dama.

– Que pena!  – Disse a jovem sem pensar, quando notou a estupidez das suas palavras tentou arrumar. – Oh meu Deus! Eu... eu não estou infeliz pelos seus negócios, longe disso. É que... – Magnólia se sentiu muito burra e ingênua, ela havia planejado todos os dias o que dizer a Sr. Arthur e tudo o que conseguia fazer era passar vergonha. –  Quero dizer que se... se a situação fosse diferente eu lhe indicaria meu cunhado. Ele é um homem muito inteligente e sabe lidar bem com as finanças. Lá em Albuquerque todo mundo recorre a ele. – A jovem Santiago não conseguia entender o que estava acontecendo, estava perdendo o controle de si mesma.

– Seu cunhado? – Perguntou Sr. Arthur, que não conseguia assimilar a razão dela indicava o cunhado como o melhor contador sendo que o seu marido também era bom contador.

– Sim – Respondeu Magnólia surpresa com a pergunta – Ele é muito habilidoso. Tenho certeza que o senhor vai gostar de conhece-lo. Assim que surgi uma oportunidade vou te apresenta-lo, é bom ter o contato de um bom contador.

Sr. Arthur não fez nenhum outro questionamento, ficou ali tentando distinguir a confusão entre eles e era difícil alcançar a clareza neste assunto. Busco em suas lembranças algo que lhe ajudasse e falando de lembranças recordou que não havia dado os parabéns a jovem pelo casamento, antes que esquecesse lhe deu os parabéns.

– Fiquei sabendo das novidades e lhe estimo os mais sinceros votos de felicidade, a senhorita e sua nova família merecem toda a felicidade do mundo.

MagnóliaWhere stories live. Discover now