Capítulo 60

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Cartas e montanhas de cartas, eram encaminhadas para a residência de Arthur. Sua pequena sala de visitas, em cima da livraria ficava cada vez mais apertado com tantos papeis espalhados. É obvio que todas aquelas montanhas de cartas eram todas falsas, nenhuma delas daria a Arthur a localização exata de Magnólia. Mas ele não desistiria de encontrar a sua amada, nem que para isso ele demorasse alguns meses em busca do seu paradeiro.

Arthur não estava sozinho na busca por Magnólia. Seus amigos, Inácio, Heitor e Estevão, estavam juntos abrindo envelope por envelope e lendo carta por carta. As vezes Sr. Garbin também ajudava na busca pela cunhada. Mas naquela tarde, apenas Arthur e seus amigos trabalhavam, acompanhados de um bom vinho.

A quantidade era tão grande que Estevão teve a ideia de padronizar o que cada um faria na busca pela verdade. Inácio ficou responsável por abrir as cartas, Heitor ficou responsável por descartas as cartas que começavam com "Querido, amado ou doce Arthur". Infelizmente muitas falsas Magnólias responderam a carta e todos sabiam que Meg dinamite não era assim tão amorosa. As cartas que começavam de forma diferente eram entregues a Estevão e Arthur que analisavam a possibilidade de a carta ser verdadeiro.

– Já perdi as contas de quantas Magnólias impostoras responderam a carta – Disse Heitor arrumando a postura. – É incrível a quantidade de pessoas interessadas na recompensa.

– A recompensa não deveria ser tão generosa. – Disse Inácio abrindo com dificuldade a última carta. – Sua generosidade atraiu várias golpistas.

– Se fosse um valor baixo, a pessoa que está escondendo Magnólia talvez não responderia o anuncio. – Disse Estevão tomando um gole de vinho. – Mas alguém responderá o anuncio, eu tenho certeza. Alguém com a verdade, responderá o anúncio.

– O que me deixa mais furioso, são cartas como essa – Disse Arthur lendo a última carta daquela tarde. – "Me envie a recompensa e eu lhe informarei o paradeiro de Magnólia".

– Sem contar, nas cartas de possíveis sequestro. Essas cartas me deixam preocupado. – Disse Estevão separando as cartas de possíveis sequestros. – Mas como sabemos, Magnólia fugiu, não foi raptada. De qualquer for, vou levar as cartas para as autoridades e deixar eles investigarem. Tenho certeza que Magnólia está bem, é uma garota esperta e corajosa.

O som de uma carruagem parando em frente à residência de Arthur, levou todos até a janela. Era a carruagem dos Rodrigues, Arthur ficou gelado, desejando que fosse Sófia e não seus pais saindo da carruagem e para alivio de Arthur era sua irmã, acompanhada da amiga Madalena. Sófia desceu da carruagem e acenou com uma carta em sua mão, para o irmão e seus amigos que estavam observando da janela do primeiro andar.

Arthur desceu as escadas correndo, não conseguia compreender como uma carta foi parar na casa dos seus pais sendo que todos os anúncios estavam registrados no seu endereço e não no endereço dos pais.

– Arthur, não vai acreditar que... – Disse Sófia sem conseguir completar a frase, Arthur pegou a carta da irmã e viu o remetente.

– Srta. Alves? O que ela faz em Cecilia? – Perguntou ele sem esperar uma resposta da irmã e iniciou a leitura da carta em silêncio.

"Querida Sófia.

Magnólia está comigo, na residência do meu noivo Sr. Gregório. Ela chegou na calada da noite assustada e bem ofegante. Perguntei qual o motivo da visita e porque ela não me avisou, mas a mesma desconversou e criou uma desculpa para a visita inesperada.

Eu não sabia do desaparecimento de Magnólia, se soubesse desde o início, se ela tivesse me contato que havia fugido, eu teria escrito essa carta o quanto antes, mas eu não sabia de nada. Vi o anuncio no jornal e a pressionei a contar a verdade. Magnólia me implorou para não contar a Arthur, Narciso e Sr. Santiago do seu paradeiro. Eu prometi que não contaria a eles a verdade por quatro dias, mas não prometi nada em relação a senhorita, por isso estou escrevendo.

MagnóliaWhere stories live. Discover now