Capítulo 30

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Arthur estava morando em cima da sua nova livraria que fica bem próximo da rua principal. As ruas estavam mais movimentadas do que os costume. As damas da sociedade estavam passeando com as suas filhas, em busca de tecidos e laços ou qualquer outra coisa que as tornassem mais bela, a ponto de enfeitiçar alguns jovens de bens ou títulos gloriosos.

A temporada de bailes estava apenas começando, imaginar a irmã sendo uma dessas jovens em busca de um marido o fazia estremecer. No entanto, o que ele realmente temia era a proposta do pai, Arthur sabia que o pai o havia capturado, sabia que ele tinha uma carta na manga que o faria desistir de permanecer solteiro, sabia que teria que sacrificar a sua felicidade, pela felicidade da irmã. Mas ele não fazia ideia de qual era a cilada. Mas uma coisa era certa, Arthur caiu no laço do passarinheiro e não tinha como escapar.

A carruagem dos Rodrigues chegou no horário combinado, não havia como fugir, era hora de enfrentar seus medos.

– Desculpe a demora Sr. Rodrigues, as ruas estão cheias de transeuntes.

– Apenas Arthur, Sr. Rodrigues é meu pai!

– Como desejar – Disse o cocheiro um pouco surpreso.

Pearlhouse era uma das mais bela e magnificas propriedades de Florência, foi construída pelo arquiteto William de Hardwick, no final do século 17. Ficava um pouco afastada do centro. O cuidado dos criados em deixa-la sempre arrumada era evidente, não dava para notar uma única folha ao chão.

Sr. Rodrigues estava na biblioteca com a esposa conversando sobre o noivado de Arthur.

– Vai mesmo ter aquela conversa com ele? – Questionou a esposa um pouco relutante.

– Já se passaram sete anos, desde o dia que fizemos o acordo, está mais do que na hora.

– Não é justo, usar a situação de Sófia para prendê-lo.

– A vida não é justa e ele já tem idade suficiente para compreender isso.

Ao sair da carruagem Arthur foi recepcionada pelo mordomo, que informou que Sr. Rodrigues o aguardava na biblioteca e não no escritório como foi combinado. Arthur estava indo em direção a biblioteca, quando o mordomo lhe direcionou para o caminho correto. A casa estava diferente, a mobília era outra e alguns cômodos foram reformados, ampliados e mudado de lugar.

– Arthur meu filho – Disse o pai lhe estendendo a sua bebida favorita

– É bom vê-lo de volta. – Disse a mãe abraçando o filho e em seguida solicitando ao mordomo pãezinhos de Bath e continuou– É bom vê-lo de volta, sabia que não ficaria longe da agitada Florência por muito tempo – Arthur não disse nada. – Observou as mudanças que realizamos em Pearhouse? O que achou?

– Não vim aqui para falar de decoração – Respondeu irritado, mas se arrependeu ao ver o sorrido da mãe se desfazendo, não era justo descontar nela, de modo que se redimiu – Me desculpe, Pearlhouse está belíssima e sem dúvida graças ao seu bom gosto, mas preciso que a senhora nos deixe a sós.

– Como quiser – Respondeu ela dando-lhe um beijo – Não já embora sem se despedir.

– Tentarei.

Sr Rodrigues bebericou seu uísque e olhou para o tempo, caminho até uma pequena poltrona ao sul do cômodo e aguardou o momento certo para tocar no assunto. Arthur mexeu um pouco na bebida e desejou de todo o coração estar em qualquer lugar do mundo exceto ali. O silêncio foi interrompido por uma criada, com uma bandeja de pães e doces. Arthur agradeceu a criada e ficou se perguntando o que o pai aguardava para tocar no assunto. De modo que foi obrigado a dar o primeiro passo e perguntou:

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