Capitulo 11

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Sr. Santiago não poderia esperar um dia a mais, pela visita do quase conde Cardoso. Assim de imediato foi reafirmado um jantar para a próxima sexta-feira. O convite era feito de um papel de excelente qualidade, acompanhado de uma caligrafia inegável, escrito com total formalidade e elegância. Além do quase conde, o convite foi estendido a algumas famílias.

A sexta-feira havia chegado e com ela uma temperatura muito agradável, o que tornava a sala de jantar (com suas enormes janelas para o jardim) aconchegante. Não houve ventos naquele dia, de modo que não houve corrente de ar incomodando a Sra. Gaudêncio.

O cardápio foi cuidadosamente escolhido pela cozinheira da família, ela pesquisou as melhores receitas, havia uma variedade de pratos. O jantar estava bem organizado e todos aguardavam essa ocasião com muita ansiedade e expectativas.

O Sr e a Sra. Araújo foram os primeiros a chegarem. Acompanhados é claro da Sra. Gaudêncio. Por ser um jantar formal, as crianças ficaram em casa aos cuidados da babá. A família Alves chegou logo em seguida. Todos estavam na sala de visita quando foi anunciada a chegada do Sr Cardoso e da Lady Cibele.

- Vossa graça o Conde de Sazo e lady Cibele – anunciou o mordomo.

"Que audácia" Pensou Magnólia "Ele se autointitula conde".

O quase conde de Sazo era incrivelmente charmoso, ao entrar na sala deixou as senhoras sem fôlego, principalmente a Sra. Gaudêncio que estava no meio de uma risada e quase se engasgou. O Sr Cardoso era um quase conde muito belo, seus cabelos eram negros e tinha aproximadamente um metro e oitenta. Sua vestimenta, postura e sorriso deixava claro que ele era um conde (Embora o título não lhe pertencesse). Lady Cibele estava muito elegante, o seu vestido era de um tecido e bordado nunca visto pelos convidados. E aquele penteado transado era de uma complexidade que deixava qualquer um confuso ao tentar compreender onde terminava e começava aquelas tranças.

Sr Santiago apresentou o conde pessoalmente para cada convidado, deixou Magnólia por ultimo.

- Esta é Magnólia minha filha mais nova – Magnólia fez um simples referencia - Alguns meses atrás estava em Florência. Estudou no colégio Inocência.

- Minha falecida mãe estudou nesse colégio – Disse o quase conde.

- E lady Cibele, onde estudou? – Perguntou Sr Santiago.

- Teve uma educação em casa – Respondeu o quase Conde, enquanto Lady Cibele olhava para Magnólia dos pés a cabeça e o seu olhar não era de admiração.

Demorou alguns minutos antes do jantar ser anunciado. Os presentes fizeram diversas perguntas ao quase conde sobre a sua cidade, seus parentes, como foi à viagem, o que achou de Albuquerque e etc... Enquanto todos conversavam o mordomo se aproximou discretamente do Sr Santiago e disse que alguém o aguardava no hall de entrada.

– Nunca estive em uma cidade tão encantadora, com pessoas tão amáveis e atenciosas. Essa semana... – Falava o quase Conde antes de ser interrompido por uma visita surpresa, o Sr Rodrigues.

A surpresa foi tão grande que Vitoria agiu sem pensar, ela que estava sentada ficou de pé e pronunciou o seu primeiro nome de uma forma inesperada: - Rodrigo!

Os olhares que estavam sobre o Sr Rodrigues, foram automaticamente colocados sobre Vitoria. A Sra. Alves ficou muito envergonhada, rapidamente repreendeu a filha, a fez sentar e resmungou algumas palavras.

O ambiente ficou bem esquisito. Primeiro pela atitude de Vitoria, que não deveria se dirigir a um homem que não era muito intima pelo seu primeiro nome, e segundo a inconveniência do Sr Rodrigues, que fez de tudo para estar presente ao jantar, embora isso envolvesse comparecer sem um convite.

Todos os convidados (com exceção do quase conde e da Lady) sabiam que o Sr Rodrigues não havia sido convidado, e mesmo assim ele se desculpou pelo atraso, colocou a culpa na carruagem, disse que veio a cavalo e agradeceu a todos por ter lhe esperado.

Após todo esse constrangimento o jantar foi anunciado. Magnólia sentou ao lado de Lady Cibele, a sua frente estava Sr Cardoso, ao lado dele Sr Rodrigues, e do lugar em que estava sentada conseguia ver a amiga Vitoria. O seu semblante estava bem penoso. Embora a conversa estivesse agradável.

Vitoria estava bem distante, algo a perturbava. Não poderia ser o cardápio, visto que o prato principal era o seu favorito. Talvez a temperatura do ambiente, mas a sala de jantar estava com a temperatura ideal, exatamente como a sala onde eles estavam antes, que a propósito lá ela estava sorridente. Lentamente Magnólia conseguiu compreender o que estava irritando a amiga, um convidado em especial. Ela levantou a cabeça, franziu a testa e encarou o Sr Rodrigues. Ele que sorria para Lady Cibele, sentiu o ar desagradável e se espantou com o olhar de Magnólia.

Vitoria estava com ciúme do noivo, que dava atenção à lady Cibele. Ele é noivo de Vitoria, deveria dar atenção a ela e não ignora-la. A menos que... O noivado... Fosse um noivado em segredo... Por isso Sra. Alves repreendeu a filha, ninguém sabe do noivado (com exceção de Magnólia). Ela não tem um anel de noivado, mas tem uma data do casamento. Embora Vitória tenha informado o noivado, disse apenas o mês em que estava marcado, e depois daquela ocasião a amiga não falou mais sobre o assunto. Talvez o Sr Rodrigues tenha exigido que ela guardasse segredo, ou ele tenha terminado com ela. Qual a razão do termino? Há! Só poderia ser... Ele... Ele só se casaria com vitoria se não encontrasse ninguém mais rico!

Tais conclusões deixaram Magnólia muito furiosa, ela queria matar Sr Rodrigues. Vitoria conhecia a amiga tão bem que ao observar a fúria em seu olhar, não teve duvidas, Magnólia já sabia de tudo.

O quase conde fez uma pergunta para Magnólia, ela não ouviu, estava com tanta raiva que não conseguia pensar em outra coisa. O quase conde repetiu a pergunta mais três vezes e mesmo assim ela não percebeu.

- Magnólia – Disse Sr Santiago – O conde te fez uma pergunta.

- Desculpe... O que disse Vossa Graça?

- Perguntei se a Srta conhece colorado? – ele repetiu a pergunta com um sorriso tão charmoso que poderia fazer a raiva de qualquer moça derreter, com restrição de Magnólia, que estava decidida averiguar aquela história.

-Não conheço – Respondeu ela com indiferença.

- É uma cidade belíssima fica no litoral... – O quase conde continuou por mais ou menos uma hora contando em detalhes o que tornava aquela cidade belíssima e mencionou outras que havia visitado.

No fim do jantar Magnólia conversou com Vitoria que confirmou todas as suas desconfianças. Ela não conseguia acreditar em tamanha crueldade, por um momento culpo a si mesma por não ter protegido a amiga, deveria ter sido mais severa com Vitoria em vez de apenas repreende-la ao se envolver com Sr Rodrigues.

- Agora sei que ninguém se casara comigo por amor, apenas por dinheiro - Disse vitoria segurando as lagrimas – Não suportaria sentir essa dor de novo... Agora entendo porque você não quer se casar.

-Vitoria não seja dura consigo mesma – Disse Magnólia abraçando a amiga - Sr Rodrigues não te merece e nunca te mereceu. Você encontrará alguém que te ame de verdade e vai agradecer a Deus por nunca ter dado certo com esse monte de refugo. Sr Rodrigues, alias todos os Rodrigues são uma escoria para a sociedade – Vitoria sorriu e ficou observado o conde que não parava de olhar para Magnólia.

- O conde te olhar de uma forma invejável.

- Algo me diz que ele é tão cretino quando Sr Rodrigues – E novamente Vitoria riu, Magnólia nunca dava o braço a torcer quando a conversar era pretendente e casamento.

Sr Cardoso era um homem belo e muito simpático, do tipo que atraia a qualquer um. Porém uma pessoa que se autointitula conde, para impressionar uma cidade pequena, não era um bom sinal. Era como se ele escondesse algo, sim havia algo de muito errado em Sr Cardoso, o quase conde de Sazo!

***

Não vou pedir desculpa pela falta de atualização, porque já tenho certeza de que não será aceita! Está um pouco difícil vencer a falta de criatividade haha Mas estou me esforçando :)

MagnóliaWhere stories live. Discover now