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Um fio de luz solar invade meu quarto através da janela, me fazendo cobrir o rosto em uma falha tentativa de voltar a dormir.

⎯ Ok... Ok... Já entendi mundo, és hora de levantar.

Após umas 30hrs em minha luta matinal (para fazer minhas higienes e me vestir com sozinha ) respiro fundo e sorrio indo junto a cadeira para cozinha.

⎯ Está atrasada.

⎯ Bom dia pra você também Talita.

Ela revira os olhos do outro lado da mesa, enquanto minha mãe se levanta vindo em minha direção.

⎯ Bom dia meu pinguinho de luz, como dormiu?

⎯ Bem mamãe, porque não foi me acordar e me ajudar como sempre?- Digo me soltando de seu abraço.

⎯ Bem...- Minha mãe olha pra baixo sem graça.

⎯ Porque penso que já passa da hora de você ser mais independente, sua mãe não é uma babá e tem mais afazeres além de te acompanhar em tudo.

Respiro fundo tentando desembolar o nó formado em minha garganta. Ok, se minha mãe se calou, é porque consente com essa decisão, tentarei viver de maneira mais neutra sem pesar tanto a vida dela.

Com pouco esforço me encaixo na mesa e travo as rodas da cadeira .

⎯ Obrigada por essa refeição mamãe.

⎯ Na verdade, sua mãe e eu achamos melhor contratar empregadas, para termos mais tempo para outros afazeres.

Respiro fundo e sorrio, sem questionar, comendo apenas oque foi deixado ao meu alcance sem incomodar minha mãe.

⎯ Você... Gostaria de ter uma tutora meu bem?- Minha mãe corta o silêncio ainda com comida na boca, mastigando e sorrindo.

⎯ Acho que não é só Helena que precisa de uma aula de bons modos... Certo Mariana?

⎯ Me desculpe Talita- Minha mãe diz envergonhada levando um guardanapo em frente a boca.

Não mãe, penso que Talita está certa sobre eu ser mais independente... E... Não sei se estou pronta para outra pessoa além da senhora me tocando e me seguindo, julgo que posso aprender e me acostumar com realizar minhas coisas sozinha

⎯ Oh, minha nossa, é claro que seria uma profissional Helena. -Talita se mete como de costume.

⎯ Tudo bem Talita, ela está certa, nem eu estaria confortável com mais pessoas - Ela olha pra cozinha onde as novas funcionárias trabalham ⎯  Fazendo o meu trabalho.

Não entendo, minha mãe sempre cuidou da casa com gosto, e sempre conseguia dividir o tempo com outras tarefas do gosto dela, e agora simplesmente sem nada me informar elas arrumam "funcionários".

Distraída me perco em meus pensamentos, passando o braço pela mesa para pegar o pão de mel, e acabo derrubando a jara de suco e a quebrando.

⎯ Claro...- Talita diz em tom exalando seu estresse.

⎯ Calma meu amor eu limpo, não toque nos cacos!

Na tentativa de colocar meu guardanapo de pano sobre o liquido para que ele pare de escorrer pro chão, corto meu pulso e mão esquerda.

⎯ FILHA NÃO SE MEXA! EU CUIDO DISSO.

Talita observa tudo com um sorriso curto e sarcástico, vermelha como um pimentão então destravo as rodas da cadeira e vou em direção a porta principal pro jardim.

Com lágrimas de ódio entro quintal a dentro sumindo entre as flores, até achar um murro de folhas verdes e bonitas, entro sem olhar pra trás em alta velocidade, e quando me dou conta estou indo a direção de uma árvore grande e grossa de tronco oco, antes do pânico dominar minha mente, vejo a cadeira passar por uma pedra e me jogar contra a árvore, mergulho no buraco do tronco e bato a cabeça em seu interior oco ficando inconsciente.

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Entre Dois mundos Where stories live. Discover now