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A sanidade que ainda me resta se afasta pouco a pouco de meu corpo conforme respiro o sujo ar dessa pesada atmosfera, conforme vejo coisas inexplicáveis, conforme a dor e o frio me torturam, porém, estou disposta a tudo isso, caso seja um teste dos deuses, para ver se sou digna de um pouco de sorte.

⎯ O real motivo de eu ter te mantido aqui...

Olho para as costas do ser a minha frente, e escuto com atenção.

-É que você me lembra alguém.

Fico em silêncio, oque será que isso quer dizer? Algo significantemente importante pra eu sair da qui ou apenas um comentário aleatório?

-Se esse alguém estivesse  aqui, eu te libertária.

Apesar de encara-lo, não sou capaz de vê-lo, meus olhos apenas querem se fixar em um ponto aleatório enquanto minha mente busca um objetivo para suas palavras.

- Certa vez, me apaixonei, e esse amor, criou a

Novamente silêncio, não tenho oque dizer, será que sua amada está morta? Ou ele está pedindo concelhos? Ou ajuda?

-Eu tive de escolher, entre minha paixão ou minha liberdade, e escolhi minha paixão, porém seu pai, o rei cruel tomou os dois de mim, me prendendo nesse labirinto, e me condenando a lutar e matar quaisquer ser que aqui pisasse, a fera da maldição toma meu corpo a cada ser vivo que aqui aparece. Porém....

E eu?

-Com você não aconteceu, eu não enlouqueci ao te ver, achei que você era especial ou algo assim, mais logo que que era apenas por não ser desse mundo, sendo assim, uma exceção a regra.

-E... Oque isso tudo tem haver comigo? Realmente triste mais não sei oque está sugerindo. Acredito em você, mais nenhum desses acontecimentos torna justificável seu comportamento rude.

Ele permanece em silêncio, mais então se vira me encarando diretamente pela primeira vez.

Não pude deixar de me assustar, minha boca se abre lentamente enquanto encaro sua face.

Seu rosto deformado aparentemente sofreu queimaduras graves. Pelos outros que conheci na clínica onde eu me tratava, posso afirmar que as deformidades de nascença apresentam um padrão mais específico.

-Como pode querer que eu trate todos de forma doce, quando todos me enojam e desprezam?

-Talvez ainda não tenha conhecido pessoas doces.

-Todos os que são soltos aqui, me encaram com medo antes que eu expresse algo, provocando assim minha irã contra o rei e de seus súditos hipócritas. Você não... Sente medo?

-Se tivesse de fazer algo já teria feito, porém, sua aparência não quer dizer que vá me machucar. Suas atitudes sim. Aliás, você se finge de preponente pra esconder sua humanidade, pois despreza os humanos, ou seja là qual for a raça. Vejo tudo em seus olhos, porém acaba falhando e sendo exatamente igual, igual quando julga, como me julgou, um hipócrita.

Ele me olha surpreso, quando ele respira, posso ver o ar ir e vir das várias cavidades negras de seu rosto.

-Eu não era um monstro.?

Ele olha pro chão desmotivado.

-Hmm.... Eu até... Bem... Eu não sei como... Eu não imagino como alguém como eu pode te ajudar, eu se quer posso caminhar.

-Então será esse o favor que irei conceder-te caso consiga me ajudar. Como já falei não posso sair do labirinto, então criarei uma magia pra que eu possa te guiar.

Oque? Magia? Monarquia? Eu só posso estar em um sonho, não creio nas palavras desse sujeito. Ele está delirando, nasci assim... Não sei... Agora as memórias me parecem confusas mais...

-Deixarei as frutas aqui ao seu alcance. Irei buscar alguns itens pro nosso preparo. Tens permissão pra ficar sob' a toca, pra evitar que o sol traga problemas.

E ele some novamente. "Ao seu alcance" no caso ali na frente, e ele se quer me levou até a toca. Hm, nada cavalheiro mais está no caminho certo. Isso prova que meu comportamento me levou a algum lugar, se eu tivesse demonstrado medo ele não me confiaria essa missão... Não sei ao certo oque está acontecendo, mais ao certo em algum lugar irei chegar com isso.

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Entre Dois mundos Where stories live. Discover now