Capítulo 01

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Augusto

Como a vida é cheia de reviravoltas, eu tinha tantas certezas, todas foram para o ralo. Eu tinha sonhos de um casamento com a garota meiga e engraçada, filhos, nossa casa, uma vida simples, mas cheia de amor, grande ilusão.

Estava sonhando e planejando o futuro sozinho. Descobrir que a garota que você ama não é nada daquilo que te foi apresentado é complicado, me sinto usado, me sinto um idiota por ter caído nessa história.

A história de amor dos meus pais sempre foi meu exemplo, aprendi a tratar as mulheres observando a forma que meu pai trata minha mãe, minha noiva era o centro da minha vida, sempre fui um cara romântico ao extremo, amava elogiá-la, enchê-la de presentes, flores, chocolates, era carinhoso, dedicava tempo a ela, tudo isso apenas para ser apunhalado, traído, humilhado.

Que grande idiota eu fui, como não enxerguei? Como pude ter permitido que ela me tornasse um palhaço? Amar as vezes é complicado demais. Eu acreditei em todas as suas mentiras, achei que tinha feito algo de errado para ela ter se afastado, um idiota completo, enquanto ela ria de mim junto com o amante dela.

Foi difícil ir às aulas todos os dias, todos na universidade sabiam que eu tinha levado umas galhas. Mas passou, e eu diria que até rápido demais a vergonha, eu não tinha culpa da infidelidade dela, eu dei meu melhor naquele relacionamento, o problema foi a falta de caráter da minha ex noiva. E qualquer sentimento bom que eu tinha também foi embora rapidinho, restou apenas a raiva e a pena.

Nosso término foi algo complicado, não gosto que mintam para mim, Carmem me fazia de palhaço fazia tempo e quando descobri fiquei revoltado, custava tanta chegar e contar? Custava terminar e poupar sofrimento, revolta e vergonha?

Eu tentaria entender se ela chegasse e dissesse que queria terminar porque se apaixonou por outro, mas não, ela teve que agir da forma mais baixa e suja que existe. Odeio traições, meu pai me ensinou a ser homem e jamais trair ninguém, seja em um relacionamento, em um negócio, o que fosse, trair alguém não é o caminho certo a se percorrer.

Eu sempre tive como filosofia de vida a frase "não faça aos outros o que não quer que façam a você." Carmem sabia disso, não entendo porque antes de me trair não terminou e foi ficar com quem queria, assim não seria infiel aos meus sentimentos e ao nosso relacionamento. O que mais me doeu foi isso. Não esperava isso dela, acreditava em seu caráter, mas fui enganado, ela não possuí o mínimo de dignidade, prefere enganar, mentir, trair.

— Augusto está pensando no passado de novo? — Mamãe me chama a atenção e sorrio, ela me conhece tão bem.

— Às vezes fico pensando que tudo poderia ter sido diferente.

— Ainda sente algo por ela? — Minha mãe me olha preocupada e sorrio.

— Não, meus sentimentos por ela morreram e bem rápido mamãe, duas semanas e nem lembrava mais dela, o que penso é que ela poderia ter me liberado sabe? Eu poderia ter encontrado outra pessoa, ou poderia confiar mais nas pessoas se ela não tivesse feito o que fez.

— Entendo, vocês tinham um relacionamento forte. — Olho com deboche e mamãe ri. — Ok, nem tão forte assim, mas aparentava, também parecia que se amavam muito, você fazia planos para o futuro, até que tudo ruiu e ficou mal, não queira fingir que não ficou.

— Fiquei, é claro, como a senhora disse eu tinha planos, sonhos, achava que "nosso" amor era forte, tudo uma ilusão minha, demorou para entender mamãe, mas eu sofri mais pela falta de consideração dela comigo, do que por ela em si.

— Eu sei querido. Lembro quando contou como as pessoas na faculdade te olhavam.

— Alguns tinham pena, outros riam do idiota que fui e das galhas que levei, outros me achavam um fraco. Foi difícil, até que me toquei que não preciso da opinião deles.

Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora