Capítulo 03

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Augusto

Termino mais um carro, cansaço me define, estou morto de tão cansado. Acho que se eu me deitar agora no chão, irei dormir. Estou a quase três dias sem dormir por causa desses carros que tinha que entregar logo.

Quando estudei mecânica foi porque amo carros, uma paixão desde pequeno. Posso trabalhar em qualquer lugar e ganhar uma boa grana, o que sempre quis foi ter o meu próprio negócio.

Quando Álvaro meu irmão me propôs sociedade novamente, mas agora para abrirmos uma concessionária eu de primeira não quis, mas pensei bem e aceitei, porém fico mais aqui, na minha oficina, é minha verdadeira paixão.

— É, quando você disse que ia trabalhar como mecânico e ter seu próprio negócio eu não pensei que se tornaria um mecânico gostosão. — Essa voz, não preciso me virar para saber quem é a pessoa. Conheço muito bem essa voz, alguns anos atrás essa voz me fazia bem, hoje me dá ânsia, nojo.

— O que faz aqui? — Pergunto a minha ex noiva, que me traiu com um riquinho de merda mais novo que ela.  — Eu quero que saia daqui. — Grito com ela que apenas me sorri, o sorriso que me deixava bobo hoje me deixa com raiva e nojo. Tudo nela me dá nojo.

— Oras querido, sei que deve estar morrendo de saudades minha. — Ela diz vindo na minha direção. Quando vai passar as mãos em mim, eu dou lhe um tapa em suas mãos para que não me toque. Ela me olha incrédula. — Augusto, você não era um ogro assim.

— Sou assim com quem merece. — Digo a ela que apenas me ignora. — Quero que saia daqui agora Carmem!

— Eu amo você, vamos tentar novamente querido?

— Eu não quero tentar nada. Não quero nada com um pessoa tão baixa como você. — Digo a puxando para pôr a mesma pra fora daqui. — Não quero nem ser seu vizinho. Agora arreda o pé daqui!

— Augusto, eu amo você. — Eu acreditava nessas palavras, hoje elas são vazias e me causam pena, quão infeliz ela foi com suas escolhas para voltar atrás do mecânico sujo?

— Eu não acredito em nada que diz, eu não te amo, e outra se você me amasse não teria feito o que fez, você foi baixa Carmem.

— Eu sei que errei, mas amo você. — Palavras vazias, ela não sente, aposto que está desesperada com algo e sem rumo.

Ela tenta inutilmente me beijar, mas sou mais rápido e afasto ela empurrando a mesma pra longe.

— Eu só vou dizer mais um vez, espero que entenda. — Digo a ela com muita fúria. — Eu quero você longe de mim, longe da minha família, entendeu?

— Sabe, eu achava que você não iria crescer na vida, quem quer ser mecânico? — Ela diz com desdém. — Você não podia me dar o que eu queria! — Ela grita com raiva, me culpa por minhas escolhas.

— E não vai ser agora que vou dar! — Digo e seu olhar fumina de raiva.

— Mas eu errei, eu amo você. — Ela tenta novamente, só me causa nojo, raiva, ela não sabe sentir, é incapaz de amar alguém além de si.

— Eu odeio você, nao gosto do som da sua voz, ela me causa dor de cabeça. — Digo a ela que me olha com fúria. — Eu não gosto de pessoas fáceis como você, eu tenho nojo quando sua mão me toca e quando eu sair daqui, irei tomar banho com álcool, irei lavar esse lugar com álcool, pois eu não quero nem seu rasto aqui.

— Para Augusto! — Ela grita tentando se soltar, nem vi quando comecei a apertar seu braço. Mas continuo, estou cego de raiva.

— Eu tenho nojo e pena de você, pois é tão baixa e tão fácil que o primeiro que aparece te oferecendo o mundo você vai, porquê você não ama ninguém a não ser você mesma.

Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora