Trilogia Irmãos Guerra - Amor Além Do DNA

Capítulo 32

Cecília

Eu estraguei tudo, eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, sabia que não devia me envolver tanto com Augusto. Eu sou uma pessoa quebrada, não consigo dar o que ele quer, não mereço Augusto ao meu lado.

- Cecília por que mandou ele embora?

- Não adianta Fernanda, eu não consigo, só vou fazê-lo sofrer e como consequência sofrerei também.

- Mais do que está sofrendo agora?

- Vai passar, tem que passar.

- Levante querida, Adam está preocupado, viu Augusto sair nervoso e você chorando dessa forma está deixando o menino angustiado.

Respiro fundo tentando me recompor, seco as lágrimas me levantando.

- Vai lavar o rosto e depois acalmar o Adam.

- Ok.

Volto para o banheiro e jogo uma água no rosto, respiro fundo mais uma vez, meu nariz está vermelho e meus olhos levemente inchados, se eu estou assustada com esse meu reflexo imagine como meu filho não vai ficar, espero uns minutos para que a vermelhidão do rosto suma e então saio e vou até meu pequeno que corre me abraçar.

- Mamãe por que o tio Augusto foi embora bravo?

- Querido, eu e o Augusto brigamos.

- Que feio mamãe, não pode, tem que pedir desculpa. - Eu queria muito que fosse fácil assim.

- Eu sei querido, mas no momento vamos ficar sem nos falarmos e nos ver, vai ser melhor para que nós dois possamos nos acalmar.

- Não vou ver mais ele mamãe?

- Vai sim querido, Augusto gosta de você, podem combinar e ir na oficina passar o dia com ele.

- Tá bom. - Adam não parece muito contente, mas como explicar toda a complexidade do meu rompimento com Augusto para ele?

No fim da tarde voltamos para casa, dou o jantar para Adam, não tenho fome no momento então fico apenas acompanhando minha família a mesa.

- Não comer não vai resolver o problema.

- Eu sei, não é como se estivesse fazendo greve de fome pai.

- Não entendo, mas pode contar comigo para tudo que precisar querida.

- Obrigada.

Depois do jantar fico um pouco na sala assistindo desenho com Adam, quando ele adormece desligo tudo e começo a subir com ele, Beatriz passa por mim no corredor.

- Maninha estou saindo, acho que só volto amanhã.

- Ok, cuidado. - Morro de medo e preocupação vendo Beatriz sair a essa hora e sozinha, mas não posso fazer nada para impedir, não sou sua mãe e ela já é bem grandinha e sabe das escolhas que faz.

Não sei bem ao certo quanto tempo fico virando de um lado para o outro na cama pensando em Augusto, mas sei que já é bem tarde quando pego no sono.

Acordar não é uma tarefa muito fácil, o som do despertador me irrita, tenho vontade de jogar ele pra bem longe, porém me controlo, acordo Adam, o ajudo a se arrumar e depois de prontos caminhamos para a cozinha, Adam para no meio do caminha e me olha.

- Mamãe, posso passar a tarde com o tio Augusto? Sinto falta dele. - Eu também sinto muita falta dele, mal consegui dormir essa noite, só sabia pensar nele, nos momentos que passamos juntos, nos beijos, nos carinhos, só queria poder ir até ele e o abraçar.