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                  .Potter Harry.

Já é noite.

A Lua já caiu e pode ser vista facilmente pela janela do quarto de Luna. Mandei uma mensagem para minha mãe mais cedo dizendo que talvez chegaria um pouco mais tarde. Eu e Luna acabamos por revisar toda a matéria do bimestre, além de repassar as que eu havia perdido hoje na escola.

Solto um bocejo em seguida fechando por fim um exemplar didático de Biologia. A loira a minha frente sentada no tapete felpudo rodeado de livros me encara.

-Já está cansado?- Pergunta em provocação com uma das sobrancelhas arqueada.

-Óbvio- Reviro os olhos- Cheguei aqui por volta do meio-dia e já são sete da noite, eu passei o dia inteiro vendo letrinhas!

-Isso não é nada- Falou ela em um claro  tom de desdém, e eu estava com fome demais pra perder tempo contradizendo.

-A gente pode ir comer alguma coisa?- Pergunto com a total liberdade que tinha.

-Acho que sim, papai já deve estar pondo a mesa para o jantar- Luna murmurou ao mesmo tempo que levantava, acompanhei os movimentos da mesma enquanto a seguia em direção ao andar de baixo.

Na mesa, o pai de Luna passava prá lá e pra cá organizando pratos, eu me sento ao lado da loira, e quando olho para minha frente… Chego a conclusão de que estou tendo muitas surpresas ultimamente.

O meio irmão de Luna está sentado à minha frente, seu olhar está vidrado no celular e uma das mãos está enfiada dentro do moletom preto. Esse loiro nunca saiu do quarto em todas as vezes que eu estive aqui, e hoje ele simplesmente vai jantar com a meia-irmã e o pai.

-Saiu da caverna hoje, Drácula?- A voz de Luna soa de repente ao meu lado, e o irmão ergue o olhar para a mesma. Merda.

Os olhos dele são a coisa mais bela que já vi. Os de Luna são um tanto acidentados com uma mistura de azul. Os dele não, são cinzas, totalmente cinzas, com uma pequena aura azulada e dois pequenos brilhos. Resumindo, são cintilantes, misteriosos e magnificamente belos.

-Não, ainda estou lá jogando baralho com os morcegos- Respondeu ironicamente, antes de dar um olhar rápido para mim, que foi o suficiente para meu corpo ter um curto choque.

-Muito bem- O senhor Lovegood reaparece já sentado na mesa ao lado do filho mais velho, sua presença desfez o pequeno clima de farpas que havia se formado- Vamos comer!

[...]

Abro a porta da minha sala, xingando mentalmente pelo rangido que a mesma fez, eu somente queria entrar em silêncio merda!

  Adentro a sala de estar caminhando na ponta dos pés. Ok, eu só preciso subir as escadas, despistar meus pais, entrar no meu quarto e torcer para amanhã ser um dia melhor.

É um plano fácil, vai dar tudo certo… A luz da sala se acende do nada e eu quase dou um pulo de susto ao encontrar meus pais sentados no sofá. Ah, eles estavam me esperando, ótimo!

-Boa noite!- Digo com um sorriso no rosto, mas a expressão deles permanece séria. Dona Lily havia dito que nós teríamos uma conversinha, ela sempre foi uma mulher de palavra.

-Muito bem mocinho, acredita que a diretora de sua escola fez um telefonema aqui para casa dizendo que atrasos desse tipo não são tolerados?- Ela levantou do sofá e seguiu em minha direção, encarei aqueles olhos verdes totalmente aborrecidos.

-E você acredita no tempo desperdiçado que passei convencendo a diretora a não retirar sua vaga em Hogwarts?- Contenho o impulso de revirar os olhos, quanto drama…

-Sinto muito, mãe...- Abaixo a cabeça assumindo o papel de filho arrependido. Eu só quero ir me deitar!

-Está bem- quase dou um pulo de alegria, repito, *quase*- Mas, como punição, não poderá ir ao cinema ver a estréia daquele filme que me falou- Ah não, não, não, tudo menos isso mãe!

Eu queria muito assistir esse filme, e queria ainda mais assistir durante a estreia, com Luna, no cinema, e tudo mais.

Olhei para o meu pai pedindo algum tipo de salvação. Ele sempre me salva, mas agora estava encarando minha mãe não se atrevendo a olhar para mim. Ah claro! Deveria imaginar que a falta de coragem dele em enfrentar minha mãe não iria abandoná-lo justamente agora, só porque eu queria.

Bom, terei de fazer isso eu mesmo. Início de um sonho...

-Mas mãe, eu até tinha convidado a Luna!- Tentei formular um argumento, mas a expressão da minha mãe continuava estática com os olhos semicerrados, e os meus vagavam por seu rosto procurando algum tipo de redenção- É o filme que eu mais gosto mãe, por favor…?

-Minha decisão já está tomada, suba para seu quarto- Sem mais relutância, subi a escada totalmente desanimado.

Abri a porta do meu quarto, em seguida colocando o pijama que sempre deixo dobrado sobre a cama, não espero mais um segundo antes de me jogar sobre o colchão respirando fundo.

Deu tudo errado.

Ainda esparramado sobre o colchão, virei a cabeça para o lado encarando a janela de vidro coberta pela cortina cinza, por alguns minutos me esqueci da existência do hacker, mas foi só por alguns minutos.

Saltei da cama, pegando meu celular escondido embaixo do colchão. Liguei o aparelho respirando fundo. Agora posso acrescentar mais alguém na lista de pessoas que conheço, ou duas, junto com o meio irmão de Luna.

A tela se iluminou e eu corri para o bloco de notas do meu celular, meu coração saltou ao ver que tinha uma "nota" recentemente criada. Era um número, um número bastante estranho para ser mais exato.

E eu bom, eu adicionei e mandei uma mensagem.

[Oi] É tão idiota, mas ao mesmo tempo é o que normalmente pessoas mandam umas para as outras. Só que essa pessoa em exato, não é alguém que eu classificaria como "normal".

[Harry, você realmente não tem juízo, não é?] Segundos depois ele havia me respondido.

[Responde meu Oi primeiro! Invadir os celulares alheios ok, mas ser mal educado já é demais] Eu tenho minhas prioridades.

[Sim, eu definitivamente me apaixonei pela pessoa certa] E aí está o meu querido admirador secreto, ou criminoso obcecado pela minha pessoa.

[Vem cá, você nunca vai me dizer quem você é, não?]

[Talvez algum dia] Talvez? Ou esse cara tem uma linha de raciocínio bem acima da minha, ou ele é burro mesmo.

[Como você espera que eu me apaixone por meu querido admirador secreto, sendo que eu nem ao menos sei quem ele é?]

[Eu não espero que se apaixone por mim] Meu cérebro parece prestes a explodir.

[Então para que tudo isso? Invadir meu celular, conversar comigo, o que você espera que aconteça então?]

[Eu só quero poder estar perto de você de alguma forma, nem que seja invadindo seu celular e trocando só algumas mensagens] Ah ótimo, e não tem como fazer isso sem infringir alguma lei? Pensei rapidamente.

[Você basicamente está querendo dizer que somente quer me ter por perto? Só isso? Que merda em] 

[Não é como se eu pudesse ter alguma esperança] Eu consegui sentir a tristeza dele daqui.

[Pensei que você fosse um pouco mais determinado, vamos lá me faça se apaixonar por você!]

Eu não sei o que passou pela minha mente ao enviar aquilo, realmente não sei. Mas talvez eu esteja afim, só um pouquinho, de entrar nessa loucura e ver o que vai dar. O máximo que pode acontecer é… eu não sei o máximo que pode acontecer entre tantas merdas que podem acontecer.

[Pensei que você tivesse um pouco de responsabilidade, só um pouco. Enfim, essa não me parece uma ideia muito segura] Quase ri de suas desculpa.

[Quem se importa?]

Ele não mandou mais nada nas últimas horas.

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Autora// Harry direto e reto

 My Lov---Hacker! ~Drarry~Onde histórias criam vida. Descubra agora