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.Potter Harry.

Acordei um pouco desapontado. Primeiro que não poderia ir ao cinema amanhã com Luna e segundo que meu admirador secreto me deu um gelo horroroso após eu dizer para ele fazer "Eu me apaixonar por ele" sinceramente, talvez eu esteja um pouco emocionado.

Nem sequer dirigi o olhar para aquele aparelho eletrônico até agora, tenho quase certeza de que se eu sequer olhar para meu celular, a vontade vai surgir dentro de mim e eu vou querer conferir se não tem algo referente ao meu querido hacker.

Sabe, talvez seja até ridículo da minha parte dizer isso...Ok, não é como se eu me importasse muito com isso, mas talvez, repito talvez, eu queira conhecer esse garoto um pouco melhor, mas só talvez.

E se ele revelar sua identidade para mim? E se eu por uma ironia maluca e impossível do destino, acabar me apaixonando por ele? O que vai acontecer? Ele pararia com isso? Eu suportaria? Se ele não estiver matando pessoas inocentes com isso que ele faz, talvez eu até ature.

Não é nada muito violento se for parar para pensar, são somente dedos digitando rapidamente.

Ah dedos… dedos rápidos… Como será as mãos dele? Será se são macias? Fortes? Talvez eu nunca tenha a chance de descobrir.

Saltei da cama decidido a parar de pensar um pouco no tal hacker. Vesti um moletom azul, com uma calça jeans preta e meu tênis clássico. Não tentei perder meu tempo penteando aquele cabelo desgrenhado.

-Bom dia, filho!- Minha mãe diz sorridente e eu faço questão de continuar descendo a escada com o rosto sem expressão.

Eu estou parecendo um menino mimado de oito anos de idade? Estou, mas agora eu posso.

-Ah Harry, não me diga que vai ficar com essa cara...- Murmurou ela que colocava os pratos na mesa. Na escada, meu pai vinha descendo saltitante já que hoje era seu dia de folga, o mesmo se sentou na mesa já notando o clima estranho que pairava no ambiente.

-Não sabia que você era do tipo que fazia birra, espetadinho- Olhei feio para ele quando citou meu apelido de infância ridículo. Eu sei que se refere ao meu cabelo, mas eu me sinto como um porco espinho.

Bebi o último gole da minha xícara de café e segui atravessando até a porta, sem esperar um tchau.


-Bom, por hoje é isso. Não se esqueçam de resolver os problemas da página 147!- O farfalhar de cadernos se fechando e mochilas sendo abertas zuniu pela sala. Olhei para Luna ao meu lado que já tinha seu material guardado e me esperava enquanto eu pegava minha bolsa.

-Acredita que eu nem estava com o livro de matemática aberto?- Perguntei casualmente, na verdade eu não estava nem com os olhos abertos durante boa parte da aula.

-Então acho melhor você ir buscar, a professora  ngela já não vai muito com a sua cara Harry, não dê motivos a mais para ela- Revirei os olhos. Ok, a professora de matemática não vai com a minha cara, mas eu também não vou com a dela.

Segui preguiçoso até o meu armário enquanto Luna dizia que iria ao banheiro. Tenho por mim, que essa platinada anda furtando alguns livros da biblioteca da escola.

Abri o armário pronto para pegar o livro quando minha mão para no ar, lá dentro tinha nada mais nada menos que um embrulho de presente acompanhado de um bilhete. Será que foi ele que… Mas como? Ah, se bem que abrir esse armário não seria lá aquelas coisas difíceis de se fazer.

Agi rápido o suficiente para socar o embrulho e o bilhete mochila adentro antes que Luna chegasse, peguei também o livro de matemática e fechei o armário respirando fundo.

Talvez eu não esteja tão emocionado assim.

-Vamos hazz?- Luna aparece ao meu lado de repente, me fazendo piscar os olhos um pouco atordoado- Ei? Não precisa ficar assim Harry, é só matemática. Se quiser eu posso te ajudar.

Sorri de leve para a mesma voltando ao estado normal.

-Não, tá tudo bem pudim- Acariciei uma mecha do seu cabelo extremamente loiro- Mas eu ainda aceito a ajudinha.

-A propósito, por falar em ajudinha, não vou poder levar você na biblioteca após o cinema- Comentei um pouco triste enquanto andávamos até a saída.

-Por que?- Perguntou sutilmente.

-Minha punição por ter perdido duas aulas ontem, foi não poder ir ao cinema com você amanhã. Tudo isso por causa da porra de duas aulas perdidas!- Exclamei com a tamanha injustiça daquilo.

-Olho o linguajar…- Advertiu - Quer xingar? Xingue, mas xingue como Shakespeare xingaria- Olhei confuso para ela- Ah Harry, às vezes você tem a quantidade de cérebro na cabeça que eu tenho em meus cotovelos- falou dando batidinhas em meus ombros. Olhei feio para a mesma que riu da minha cara.


O caminho até minha casa foi duas vezes mais rápido, graças a carona que o senhor Lovegood me deu. Claro que isso teve alguns tormentos para mim, como a mais nobre presença do meio irmão de Luna. Aquele garoto me traz uma sensação estranha, algo que eu não sei explicar, mas entre tudo isso eu prefiro deixar para lá.

Já tenho mistérios suficientes para lidar agora.

  Abro a porta de casa subindo a escada correndo, a essa hora minha mãe está no trabalho e meu pai deve estar fora.

Cheguei em meu quarto e a primeira coisa que fiz foi trancar a porta, para depois ir finalmente abrir aquele presente que com toda a certeza foi o hacker que me deu.

Tirei o embrulho de presente da bolsa. Vi pela maciez que se tratava de uma roupa, me senti tenso, poucas pessoas acertam meu gosto para roupas, minha mãe costuma dizer que eu sou frescurento em relação a isso.

Desfiz o laço de cetim e retirei a peça de roupa calmamente. Meus olhos passearam por todo o tecido aveludado. Era uma enorme capa preta com um capuz um pouco maior que minha cabeça. É totalmente preta, tirando um pequeno H em dourado no canto interno do capuz. Aquela capa me lembra os espiões dos livros que Luna costuma ler.

Não perdi tempo e coloquei a capa, pus o capuz também e me olhei no espelho. O capuz como previ ficou um pouco maior, mas isso deu um sombreado misterioso ao meu rosto, alguns fios do meu cabelo bagunçado também ficaram para fora, formando um contraste junto com meus olhos verdes cintilantes. O resto do comprimento do tecido chegou até o começo dos meus pés, sem chegar a tocar o chão.

Abaixei o capuz lentamente revelando meu rosto, e pronto, posso facilmente dar um grito de guerra, sacar minha espada e iniciar uma guerra civil.

  Após toda essa encenação, tirei o tecido o jogando sobre a cama para em seguida agarrar o bilhete que acompanhava o presente.

"Oi! Nossa, "Oi" soa tão idiota para mim. Bom, se você já tiver visto o presente vai ver que é um tanto estranho, mas será útil, eu prometo. Ah, e peço que por favor não se transforme em um espião que trabalha para um grupo de rebeldes"

Quando vi, já estava encarando o pequeno pedaço de papel com um sorriso estúpido no rosto, que foi se desfazendo ao me lembrar de suas primeiras palavras. Será útil… Útil para que afinal?

Escutei passos seguindo sobre a escada e na velocidade da luz enfiei meu presente e o bilhete debaixo do colchão, em seguida fui para o banheiro como se estivesse prestes a entrar no banho.

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Autora// Me atrasei um pouquinho pra postar esse capítulo, então desculpa pela demora. Enfim, gostaram?👽✨

 My Lov---Hacker! ~Drarry~Onde histórias criam vida. Descubra agora