onze

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𝕻𝖆𝖗𝖎𝖘, 𝕱𝖗𝖆𝖓𝖈𝖆
um mês depois

ANNA

Chego ao CT e vou direto para o campo, onde os meninos estavam. Meu olhar se cruzou com o de Neymar e logo eu desviei.

Eu não sabia o que nós tínhamos, apesar de eu achar que era uma amizade colorida ou algo não oficial, apesar de passarmos noites juntos e sairmos por ai, não tínhamos nada definido.

Gostava do que tínhamos, mas sempre fui muito sistemática com tudo na minha vida — tirando a gravidez surpresa.—, e aquilo estava me deixando confusa.

Não queria tocar no assunto e parecer que eu estava o colocando contra a parede ou dando um ultimato, mas eu estava a pontos e fazer isso.

Na casa dele, ele era a pessoas mais íntima de mim que eu conhecia, já sabíamos quase tudo um do outro, por conta das várias conversas que tivemos. Porém, em público ele me tratava de forma profissional, em apelidos ou provocações, e quando eu arriscava chamá-lo de uma forma mais íntima ele me corrigia.

Sentei onde normalmente os reservas sentavam, e analisei as fotos que eu havia feito e selecionei algumas, que editaria e iriam para a página do PSG. Que agora quem coordenava era eu e Daiana, e eu ficava extremamente feliz com tal conquista.

— Se procurarem por mim, estarei no escritório de edição. — Aviso a minha chefe.

— O que você tem? — Perguntou preocupada.

— Só estou com dor de cabeça. — Respondo. — Zyan não dormiu bem a noite, acho que está com alguma virose.

— Tadinho, sei como é isso. — Disse.

— E meus pais chegam amanhã, então já imagine. — Digo e ela assentiu.

Caminhei até o escritório de edição e me sentei à frente do Macbook. Passando todas as fotos da câmera para ele, começando as edições.

As fofos de Neymar sempre ficavam lindas, e toda vez eu me pegava as revendo e reeditando. Ouvi batidas na porta e autorizei a entrada.

— Oi, Chocolate. — Disse Neymar, entrando.

— Oi. — Respondo.

— O que você tem? — Perguntou e veio até mim, deixando um selinho rápido.

Sentou-se à minha frente, e pousou a cabeça sobre as mãos, me analisando.

— Neymar, o que nós temos? — Devolvo a pergunta e ele me olha confuso.

— Não estou entendendo.

— Nós somos o que? — Questiono. — Ficantes? Amigos coloridos? Apenas amigos?

— Somos... — Pareceu pensar. — Amigos coloridos?!

Creio que deveria ser uma afirmação, mas saiu em tom de pergunta e rolei os olhos.

— Onde você quer chegar?

— Ah, não sei. — Ironizo. — Neymar você muda comigo, quando estamos na sua casa é um amor, carinho e etc. — Respondo. — E quando estamos em público, me trata como se nunca tivesse me visto nua, gemendo seu nome.

Ele engoliu em seco, abriu a boca algumas vezes, talvez tentando falar alguma coisa, porém nada saiu.

— Foi isso que imaginei. — Digo. — Pode me dar licença?

— Anna...

— Quando você tiver certeza do que quer e do que "temos" — fiz aspas. —, aí você me procura.

[•••]

— Ai que saudades do meu anjinho. — Meu pai disse ao me abraçar.

— Também fiquei com saudades. — O aperto ainda mais contra mim.

— Como foi a viagem? — Zaya pergunta, e me separo do meu velho. — Madrid continua a mesma?

— Brilhosa e elegante. — Minha mãe quem responde. — Kylian, querido.

Ela foi em sua direção o puxando para um abraço apertado.

— E aí, sogrinha. — Disse e seu Eduardo negou com a cabeça.

Ele odiava ser chamado de sogrinho por Kylian, mas mesmo assim meu cunhado insistia.

— Cadê o meu abraço? — Zyan pergunta, cruzando os braços.

— Vem aqui, Zy. — Meu pai o chama e o pequeno vem correndo abraçá-lo. — Senti saudades de você, espoleta.

— Eu também vovô.

Os cabelos grisalhos dos meus pais, entregavam a idade. A pele pálida, mostrava que não viam um sol a um tempo.

Quando eu e Zaya éramos crianças, perguntamos a eles o porque de nossas peles serem tingidas e a deles clara como a neve. Que foram super calmos em explicar que nós duas havíamos sido adotadas juntas, quando eu tinha um ano e meio, e a Zaya apenas meses de vida.

Explicaram que deixaram nós duas juntas, e na cartinha que nossos "pais" deixaram, dizia que éramos irmãs e eles não queriam nos separar, e mudaram nossos nomes e adotaram as duas.

PHOTOGRAPHY | NEYMAR JRWhere stories live. Discover now