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---- Eu nunca soube o que aconteceu com minha família - sussurro. Após o jantar e o presente que ele me deu, fomos para minha cama. Agora estamos deitados; as velas quase totalmente apagadas fornecem um clima sedutor, e também aconchegante.

----... Apenas que eles me deixaram. Eu esperava que eles voltassem sabe? todos os dias.. até eu crescer entender que eles não iriam voltar.
Eles não iriam voltar nunca mais.. - minha voz some enquanto olho para o teto.

---- Fodam-se eles - ele murmura

---- E você? -pergunto depois de um momento de silêncio.

---- Eu? -

---- Sua família... -explico timidamente.

---- Não quero falar deles. - sua cara se fecha e percebo que é um assunto delicado.

---- Me desculpe.. Eu só... - minha voz some, e me sinto uma idiota por achar que ele confiaria em mim para falar coisas de seu passado.

Ele suspira pelo modo em que eu me encolho.

Depois de um momento ele murmura

---- Eles não me abandonaram literalmente. Mas teria sido melhor se tivessem. -

Continuo em silêncio dando tempo para ele falar apenas o que ele desejar.

----Depois de meu.. acidente - ele aponta para seu rosto com uma expressão de desgosto - Eles sentiam medo de mim. Eu percebi os olhares de minha mãe,em como ela estava infeliz por eu não ser mas seu filho perfeito. E meu pai... sempre foi um fraco, ele não dizia nada. Me deixavam no quarto trancado apodrecendo sozinho

---Isso é horrível... - respondo, meu coração dói por ele.

Ele nao olha pra mim

---- Isso não importa agora. Estão todos mortos.

Me arrepio com o seu tom de voz. Ele disse isso tão insensível, como se a morte deles não fossem nada.

Acaricio seu peito e dou um beijinho em seu pescoço. Ele olha pra mim e se eu não o conhecesse diria que seus olhos brilharam.

---- O tempo desaparece. A única coisa que sobra é o que está na memória. E eu não me permito pensar neles -

Aceno em compreensão.

---- Me desculpe...

Ele ri.

--- Você me fez pensar que a vida vale a pena - Ele diz sério. - Minha infância foi extremamente anormal, tudo que me sobraram foram cadastros de hospital... tudo que eu queria da vida era a morte... Até você -

Eu não consigo acreditar que ele disse o que ele disse. Meus olhos se enchem de lágrimas e no fundo do meu coração eu me pego sentindo...

Esperança. De um futuro real com ele.

Dele me amar.

---- Eu te amo - disparo.

Essa é a vez dele arregalar os olhos, e percebo pela primeira vez que ele está verdadeiramente sem ação com minha resposta.

Sem esperar por uma resposta ( mais temendo uma não-resposta) o beijo apaixonadamente.

Ele retribui com ferocidade.

Suas mãos acariciam meu rosto tão delicadamente... sinto meu coração quebrar mais uma vez.

Fazemos amor sem pressa, como se fosse a primeira vez, mas dessa vez a todo momento nos tocando e beijando sem parar.

Adormeço em seus braços me sentindo mais segura do que nunca.

Não escuto quando ele sussurra

---- Eu também te amo... do meu jeito.

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A prisioneira de Josh The killer  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora