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Ora... você me disse seu nome - suas
palavras saíram atrapalhadas.

Balanço a cabeça negativamente.

Ela suspira alto. -- Para que continuar com o teatro não é?

-- Quem é você?! - dou um passo para
trás quando ela se aproxima.

-- Quem sou eu? - Ela repete com sarcasmo. Sua mão vai até sua máscara e ela a retira com lentidão.

Não posso evitar um ofego de terror.

-- Sou seu pesadelo.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

-- Mu-mulheres han?

O ignoro revirando os olhos. O punkzinho não calava a boca desde a saída de sua namorada com a minha ao banheiro.

Minha namorada. Engraçado pensar assim. Uma palavra tão simples para representar o que Any é para mim. Simples e normal. Nada como eu mesmo e toda a dinâmica de nosso relacionamento.

Desvio o olhar novamente para onde Any e a outra garota foram a poucos momentos atrás. Não havia razão para minha inquietação.

Sem dúvida alguma eu não me sinto
ameaçado por uma garota qualquer e
seu namoradinho retardado.

Então como explicar a sensação desconcertante que apoderou a minha mente quando esse tipo aproximou-se?

Como em um quebra cabeça incompleto, eu o fitava sorrateiramente procurando a peça que faltava em minha percepção. Após a ida de Any, mesmo que por tão breves instantes, meus antigos instintos voltaram a ativa. Não havia nada que desviasse a atenção entre mim e todas essas pessoas.
Uma em especial que não fechava a
maldita boca.

-- Gostei de sua ma-mascara cara. Eu pensei em comprar uma parecida m-mas hey, a m-minha combinou mais comigo.

Fecho as mãos em punho.

-- Mas a sua... - Ele continuava sem
parar -- C-como você faz para respirar?

Perdendo... a paciência.

-- Já sei! Por esse tu-tubo não é? - Ele pergunta,colocando sua mão nele
-- Que m-maneiro...

Já basta! Com um surto de raiva avanço sobre ele, minhas mãos voam para sua camisa o apertando firme quase o levantando do chão. Com prazer, observo sua fachada descontraída desmoronar dando início a um tique nervoso que o faziam balançar da cabeça aos pés.

Respiro fundo para me controlar. Minha pequena explosão já atraiu
olhares curiosos. Como se pesando chumbo afasto minhas mãos de sua camisa amarrotada dando uns tapinhas para disfarçar.

-- Onde fica o banheiro que a sua
namorada levou a minha?
Pergunto o mais calmo possivel
quebrando o silêncio.

Tobby parecia irritado com minha atitude anterior mas obviamente ele não faria nada. Suas mãos acariciavam o tecido de sua camisa amassada e seus tiques diminuíram gradativamente.

-- Não sei. Nem somos namorados.

-- O quê?

-- Eu a conheci hoje. Estávamos ficando. Mas você sabe como as mulheres são...

A vontade de esmurra-lo diretamente na cara é tão forte que fecho os olhos por uns segundos para me controlar. Quando os abro novamente, digo com a voz fria como aço

--Então vocês mentiram para mim.

-- N-na verdade eu não menti -Ele responde -- Ela que m-me apresentou c-como namorado. Eu não podia dizer que não assim de cara! Ela pode s-ser uma louca ou sei lá -- Ele se cala ao perceber o erro que cometeu. Não era uma boa desculpa dizer para o namorado de uma garota que sua acompanhante que a levou poderia ser uma louca.

A prisioneira de Josh The killer  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora