A prisioneira de Josh The killer

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"Que jogo perverso você joga
Para me fazer sentir desse jeito.
Que coisa cruel para fazer
Me fazer sonhar com você
E eu não quero me apaixonar... por você " Wicked game, James Vincent

Any:

Ando ao seu lado em silencio.

Estamos na floresta, mas não parece ser o mesmo caminho da outra vez. Observo tudo como se conseguisse gravar a trilha na minha mente.

É impossível.
Eu me perderia aqui facilmente.

Mas Josh parece saber o que está fazendo. Ele parece conhecer cada faceta dessa região.

Ele para em um lugar especifico e me solta para sentar-se em uma pequena ponte de madeira velha.

Olho em volta impressionada.

As arvores estão por toda parte, seus troncos torcidos e velhos e suas folhas balançando mesmo na mais suave briza fazendo um barulhinho gostoso de ouvir.

Dezenas...não.

Centenas de vagalumes ,pequenas luzes que reluzem na escuridão dançam a nossa frente criando uma atmosfera quase magica.

Esta deve ser a nascente do lago pois posso ver um pequeno canal de aguas correntes abaixo da ponte.

Josh olha para mim ainda de costas, me convidando silenciosamente a acompanha-lo.

Devagar me aproximo, e sento-me ao seu lado.

Estamos lado a lado mas nunca me senti tão distante.

Posso sentir seus olhos sobre mim, mas continuo olhando para qualquer lugar,menos ele.

----Eu costumava vir aqui - ele murmura de repente - a muitos anos atrás...-

---- Como você descobriu esse lugar? - finalmente pergunto

Ele bufa - Graças a um antigo amigo, ele sabia tudo sobre essa floresta. Sobre todas as florestas.

Arregalo os olhos.
Ele com um amigo?

Ele sorri adivinhando meus pensamentos.

---- Não era bem uma amizade... mas eu estava solitário e ele não podia me matar então...

Estremeço. Tudo com ele tinha que haver morte.

---- E sobre isso quero falar com você...- ele se aproxima de meu corpo, colocando sua mao em minha perna - Você tem que saber que o que eu sou com você... é diferente do que eu sou com os outros.

----Por que?- sussurro quebrada - Por que você faz isso? - olho para ele e não consigo evitar das lagrimas rolarem.

---- Há coisas que não podem ser explicadas para uma mente racional -

Balanço a cabeça violentamente.

---- Tente - insisto

Ele estreita os olhos e em seguida dar de ombros.

--- Eu ajudo as pessoas a saírem de sua vida de merda. Estou ajudando a irem para um lugar melhor -

O encaro com descrença.

Estou sem resposta para esse absurdo que ele acabou de dizer.

---- Escute - ele segura meu rosto entre suas mãos - Eu estou com você e não irei te ferir. Te dou minha palavra, isso não é o bastante? -

A palavra de um assassino.

Fecho os olhos com dor. Não sei o que dizer.

Meu amor por ele é tão grande.. mas
isso seria suficiente ?

Eu poderia aceitar essas atrocidades apenas para continuar a estar com ele?

De repente percebo o que ele fez comigo.

Pior que qualquer dano fisico ,ele fez com que eu o amasse.

Mesmo sem correntes sou a sua prisioneira.

De corpo e alma.

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Após a conversa que tivemos, voltamos para casa; a todo momento suas palavras refletiam em minha mente.

Isso não é o bastante?

Ao chegarmos, novamente me senti em uma encruzilhada. Era como se eu estivesse com duas pessoas diferentes.

De um lado, o homem que eu amava, que fazia eu me sentir nas nuvens. Forte, brincalhão e sedutor como o inferno.

Do outro, um assassino insensível, que me deixava doente.
Frio, sádico e maligno.

Ele me leva até seu quarto e observo o ondular de seus músculos de suas costas quando ele se vira para fechar a porta. Quando ele volta, seu rosto está com uma expressão perigosa.

Seu olhar preso no meu tão intensamente que sinto um calafrio.

Ele se aproxima lentamente, como se ele fosse um leão e eu sua presa assustada, que com o menor dos movimentos, fugiria em disparada.

Era exatamente como eu me sentia.

Seus braços me tiram do chão e instintivamente rodeio sua cintura com as pernas.

Seu rosto está tão próximo do meu que sinto sua respiração gelada em minha face.
Delicadamente meus braços
enrendam-se em seu pescoço

Eu disse leão? Na verdade ele é como uma serpente.

Seu corpo se enrola ao meu como um espiral mortal, e quando menos percebo estou presa em seu encantamento, indefesa para lutar contra seus avanços.

Ele me carrega em seus braços, como um predador carrega sua próxima refeição.

Estamos em sua cama, e o contemplo como o ser totalmente único que ele é. Quando ele me beija, eu sei que esse é meu fim.

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Após algumas horas, Josh está dormindo ao meu lado, minha cabeça em seu peito.

Há muito tempo que estou nessa posição apenas pensando.

Finalmente chego a uma conclusão.

Acaricio seu rosto com ternura.

----Não é o bastante - sussurro

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