Capítulo 10

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-Duo Maxwell. –Disse a pessoa longamente. –Você não mudou nada.

-O mesmo eu digo de você… -Ele sorriu mais ainda. –… Sally.
-Sally? –Hilde piscou seus grandes olhos azuis escuros para Duo, ao ver a mulher mais velha em frente a eles, sorrindo-lhes abertamente.
-Sally Po. –Disse a jovem, estendendo uma mão para a garota, que a recebeu, ainda estranhando a história toda. Quem era aquela mulher? Ela parecia ser mais velha do que eles, ter uns dezenove, vinte anos, e tinha conseguido derrubar um vampiro com um golpe só.
-Sally é uma caça-vampiros, Hilde, como nós. Uma amiga minha de alguns anos atrás. –Explicou Duo, olhando de cima a baixo a mulher que não via ao menos uns dois anos, apenas se correspondia com ela por cartas e alguns telefonemas. –E parece que você acabou de chegar na cidade. –Indicou, apontando para a enorme bolsa aos pés da jovem de tranças.
-Pois é. Cheguei agorinha mesmo, e antes de procurar um lugar para ficar, resolvi dar uma volta no cemitério, achei que poderia te encontrar aqui. Parece que eu acertei na minha suposição, não?
-Bem vinda a Sunnydale também Sally. E quanto a lugar para ficar, você pode ficar comigo.
-Duo eu não acho… -A jovem começou a protestar mas Duo balançou a cabeça em uma negativa.
-Não aceito não como resposta. Vamos. –Segurou na mão dela e começou a puxá-la para fora do cemitério, sendo seguido por Hilde.
-Como foi que vocês dois se conheceram? –Hilde perguntou enquanto eles caminhavam lentamente pelas ruas em direção a casa de Duo.
-Foi um pouco depois que eu me mudei para Sunnydale. Um mestre maluco, como aquele contra quem a gente lutou, estava para ser liberto de seu cativeiro por seus seguidores e eu, junto com os rapazes, lutei contra ele para impedi-lo. Mas acontece que eu apaguei dentro de uma espécie de lago subterrâneo, depois que matei o mestre, e acabei me afogando. Fiquei morto por alguns minutos, até que Trowa me reanimou.
-Nossa. –Hilde sentiu um arrepio descer por sua espinha. Sabia que pela vida que tinham, a perspectiva de morrerem jovens era uma constante dentro de seus mundos. Mas, mesmo assim, ela tinha certeza que todas as caçadoras sonham, ou ao menos sonharam, de que iriam morrer velhas, com família e amigos. E não jovens, solitárias, como o chamado impunha.
-Então o meu sentinela me disse que precisavam de uma caçadora nova em Sunnydale. –Sally continuou a história. –Mas imagina o choque que eu tive quando cheguei aqui e encontrei o Duo vivo? E não apenas isso… um caçador. –Falou um pouco surpresa e Hilde assentiu com a cabeça, sabendo do que a mulher estava falando. Ela também tinha ficado surpresa quando veio a cidade e encontrou Duo. Um menino, e não uma garota como manda a tradição. E, apesar de ser um pouco relapsa nos estudos que eram obrigatórios a uma caça-vampiros, ela sabia o que um caçador homem representava dentro da Ordem deles. Problemas, grandes problemas. Nascidos a cada cem anos, e geralmente quando uma grande ameaça estava por vir ao mundo. Segundo a lenda, eram mais fortes, mais ágeis e mais habilidosos que uma caçadora comum. A união entre os poderes de uma caça-vampiros e um demônio, no passado, foi o que gerou o primeiro caçador homem, uma raridade que poucas vezes era transmitida pelas gerações.
-A cara dela foi impagável. –Duo riu, enfiando as mãos nos bolsos do seu longo sobretudo. –Mas ela me ajudou um pouco e depois voltou para casa.
-Mas não fiquei tão surpresa quando recebi o seu telefonema, pedindo que eu voltasse. O que está acontecendo por aqui Duo?
-Primeiro, –Hilde começou, não deixando que o garoto começasse a explicar a Sally sobre a profecia. –e o mais importante, -Disse a morena com um sorriso malicioso no rosto. –vamos falar sobre o vampiro bonitão. Porque você está me devendo uma história D.
-Vampiro bonitão? –Sally ergueu as finas sobrancelhas ao ver Duo avermelhar. Deveria ser um babado forte, para o charmoso e sempre flexível Duo Maxwell ficar desconcertado com o comentário.
-O nome do morto-vivo? Heero Yuy, senhoras e senhores! –A caçadora mais jovem anunciou.
-Heero Yuy? O vampiro amaldiçoado? –A mulher mais velha perguntou, agora totalmente curiosa.
-Em carne, osso, músculos e lindos e maravilhosos olhos azuis. –Hilde cutucou, enquanto Duo desejava que o chão se abrisse para poder ser engolido pela terra, ou que estivesse com a sua foice para matar a garota.
-E o que tem ele? –Sally começou, engatando em uma conversa animada com a outra garota. A jovem caçadora empurrou Duo para o lado, grudando na outra mulher e começando a rodada de fofocas.
-Eu senti a tensão sexual rolar no ar ontem à noite, depois que ajudei Duo a vencer uma Ordem de vampiros que estava tentando ressuscitar seu mestre. E hoje, antes da patrulha, D me contou que eles se beijaram.
-Eu não contei coisíssima nenhuma. –Protestou o americano.
-Mas estava escrito na sua cara.
-Você beijou um vampiro? –Sally perguntou incrédula, arregalando seus olhos azuis claros.
-E aí, D, como foi beijar um morto? –Hilde provocou mais ainda.
-Por que vocês duas não caem duras e mortas? Vão amolar outro caçador cacete! –Praguejou, apertando o passo para fugir delas. Já estava com confusão o suficiente em sua mente e coração para precisar daquelas duas lhe atormentando mais, lhe perguntando sobre Heero.
-Nossa, Shinigami está com medo? –Dessa vez foi Sally que resolveu provocar.
-Medo uma ova! –O garoto de trança parou e virou-se para ela, voltando a passos decididos em direção as duas, que haviam parado no meio da calçada. –Okay, eu vou dizer isso apenas uma vez. Sim, ele é bonitão! Sim, eu o beijei! E não! Não estamos em um relacionamento, antes que você pergunte.
-Vai me dizer que não está apaixonado por ele? –Hilde deixou as piadas de lado e perguntou seriamente ao amigo. Vira esse tal de Heero por apenas alguns minutos, mas o modo como ele e Duo se olharam quando Duo falou sobre o ferimento do vampiro. Foi uma troca tão intensa entre os dois, que até a mais ignorante das pessoas conseguiria perceber que tinha muito mais coisas no ar do que apenas tensão sexual.
-Eu… -Duo iria negar, mas a verdade era que nem ele tinha uma resposta para essa pergunta. –Eu não sei.
-Ah… -Foi tudo o que Hilde disse, dando um tapinha no ombro dele. –Bem, mas você vai descobrir. Eu vou-me embora daqui, o hotel fica a dois quarteirões. A gente se vê amanhã D. –Despediu-se. –Foi um prazer te conhecer Sally. –E partiu, deixando apenas eles dois para continuarem a caminhada.
-E agora você vai me explicar do porquê eu estar aqui? –Perguntou a caçadora e Duo foi explicando para ela, em sussurros, o motivo do telefonema durante o caminho até o orfanato.
A criatura deu uma inspirada profunda de ar, abrindo um sorriso predador no meio do galpão velho e abandonado. Poderia sentir a energia emanando a sua volta. A Boca do Inferno estava agitada e proporcionando ao mesmo tempo acontecimentos inexplicáveis na cidade, como atraindo demônios de fora com o seu poder. E era por isso que ele estava aqui. Primeiro que era para se recuperar de uma batalha quase perdida que teve com uns caçadores de demônios em Paris. Segundo porque soube que ele estava na cidade. Odin Lowe II estava em Sunnydale e ele o pegaria e o faria pagar por ter matado a sua amada.
-No que está pensando senhor? –Um de seus lacaios perguntou, aproximando-se dele. Considerava vampiros um pouco baixo para se ter como lacaios, eles eram escandalosos demais quando caçavam e matavam, mas eram bons lutadores e, se você desse sorte e conseguisse os mais idiotas como serviçais, fiéis até certo ponto.
-Odin! –Deu mais uma inspirada profunda, lembrando-se de seu primeiro encontro com Odin Lowe. Aquele miserável era temido por todo o submundo, e muito respeitado. Ele sim seria um valioso aliado. Mas quando o encontrou, já era tarde demais. O sujeito tinha uma alma, e por causa dela o confrontou na época em que ele passava pela China, aterrorizando e alimentando-se da mente e do corpo de alguns camponeses. Matou sua querida Amathéa, sua companheira em proporcionar o caos e o desespero. E ele jurou que iria até o sétimo inferno se fosse preciso para fazer aquela criatura vil pagar.
-Senhor? –Perguntou o vampiro, desentendido. O que tinha o conhecido Odin Lowe, o traidor, a ver com essa história?
-Ele está nessa cidade, posso senti-lo, posso farejá-lo. Eu o quero. Quero que ele sofra, quero que ele morra. Quero mandar um recado a ele… agora! Um cartão de chegada.
-Mas senhor, aonde iremos achá-lo?
-Procurem! –Ordenou, mirando seus brilhantes olhos vermelhos na criatura, que fez uma pequena reverência e sumiu do galpão.
O rapaz entregou o pacote nas mãos de Heero, recebendo o dinheiro pela encomenda. Deu um pequeno sorriso ao homem e olhou do pacote nas mãos dele para os olhos frios.
-Posso saber para que o sangue? –Perguntou curioso, ampliando ainda mais o sorriso. Nessa cidade havia maluco para tudo, e alguém aparecer nos fundos do açougue encomendando copos de sangue não o surpreendia muito. Mas mesmo assim a curiosidade o atiçava. Geralmente sangue, como ele tinha lido em muitos livros fantasiosos, era usado em rituais de magia negra e outras coisas.
-Não é da sua conta. –Heero respondeu cortante como um vento gelado de inverno e o funcionário do açougue ergueu as mãos em rendição.
-Nossa, não está mais aqui quem falou. –Disse, mas o moreno não lhe deu atenção, dando meia volta e sumindo na escuridão da mesma maneira silenciosa que chegou.
O japonês estava cruzando o cemitério, a caminho do mausoléu onde se escondia, quando sentiu a familiaridade do perigo. Os pêlos de sua nuca se arrepiaram e o ar a sua volta ficou pesado, indicando que ele estava sendo observado e não era por algum amigo ou aliado. Desacelerou os passos, pondo todos os seus sentidos em alerta e finalmente, depois de mais alguns minutos de caminhada, parando no meio do cemitério, olhando a sua volta e esquadrinhando a escuridão do local com a sua visão aguçada.
-Não sei quem é você, mas agradeceria se parasse de me seguir. –Declarou sem emoções na voz, quando percebeu um movimento a um canto. Sentiu seu corpo enrijecer no prospecto de uma batalha, quando viu um vampiro sair detrás de uma árvore.
-Odin Lowe? –Perguntou o demônio, mantendo uma grande distância segura entre eles. Heero apenas estreitou os olhos azuis, que escureceram ainda mais ao ouvir seu antigo nome.
-O que você quer? –Indagou de maneira seca, sentindo que algo mais estava para acontecer, pois seus sentidos ainda estavam alerta, mesmo com a revelação do inimigo a sua frente.
-Vim por ordens de meu mestre para lhe mandar um recado.
-Recado? –Desconfiou mais ainda, e quando ouviu algo cortando o ar e uma coisa pontiaguda cravar-se na veia de seu pescoço, percebeu que estava com grandes problemas. Passou a mão na nuca e arrancou de lá um pequeno dardo, o cheirando e o guardando no bolso. Olhou para o vampiro a sua frente, que começava a se afastar, sentindo ímpetos de seguí-lo mas notando que o seu corpo estava ficando estranhamente mole e a sua visão estava duplicada.
-Recado de quem? –Conseguiu perguntar com a voz engrolada, começando a ser engolfado pela escuridão.
-Lord Gwan mandou dizer olá. –O vampiro sumiu na escuridão, enquanto Heero ao mesmo tempo caía desacordado no chão.
Duo olhou nervosamente das pessoas dentro da Igreja ao confessionário a um canto do local. Não teria coragem de fazer isso, teria? Com certeza não. Talvez o melhor fosse fazer o de sempre: ir lá na frente, ajoelhando-se no altar e ganhando olhares para lá de estranhos daquelas beatas conservadoras que o considerava uma ameaça as suas pobres filhas puras, mas que nunca comentavam nada por ele ser o sobrinho do Padre, e rezar as suas orações costumeiras. Ou talvez fosse melhor tomar vergonha na cara e ir se confessar, pois assim tirava esse peso do seu coração. Sem contar que o seu tio era sempre bom em conselhos, e com o segredo da confissão guardado, ele não ficaria lhe dando sermões ou lhe julgando.
Finalmente decidido, dirigiu-se a casinha do confessionário assim que viu o seu tio encaminhar-se para lá. Com as pernas trêmulas, ajoelhou-se no local reservado e sentiu o coração dar um pulo quando a janelinha foi aberta.
-Abra o seu coração meu filho. –O Padre falou de dentro do confessionário.
-Perdoe-me padre porque eu pequei. –Duo disse em um sussurro e Padre Maxwell arregalou os olhos quando se virou e viu o garoto do outro lado da tela que os separavam.
-Por todos os santos… Duo?! O que você está fazendo aqui? –Perguntou surpreso. Duo andava estranho de uns tempos para cá, sempre ficando depois da missa, em vez de fugir correndo da igreja para encontrar os seus amigos, e prostrando-se no altar para rezar. Já havia perguntando a ele o que estava acontecendo, mas o garoto era mais fechado do que uma concha.
-Me confessando. Por quê? Não posso?
-Não, quero dizer, sim. Diga os seus pecados então meu filho. –O menino calou-se por um tempo e Padre Maxwell indagou-se se ele não tinha mudado de idéia.
-Eu cometi o pecado da luxúria, Padre. Meu corpo não responde mais por mim, tendo desejos incontroláveis cada vez que eu chego perto dessa pessoa. Pensamentos pecaminosos vêm a minha mente e eu não sei mais o que fazer. Sou atormentado por sonhos, sonhos sobre o pecado da carne, e não consigo me livrar deles, por mais banhos frios que eu tome. –Padre Maxwell sorriu um pouco, sacudindo a cabeça de um lado para o outro. Às vezes seu sobrinho era tão exagerado.
-Duo, você só tem dezoito anos, é saudável que se sinta atraído por outra pessoa. Uma coisa normal, hormônios adolescentes não são tão controláveis assim. –Falou divertido. Certo que isso não era algo que um Padre deveria dizer. Mas as punições e as reprimendas ele deixava apenas para as suas beatas, pois sermões era o que elas esperavam ouvir quando vinham ao confessionário lhe dizer até as coisas mais tolas que consideravam pecados.
-Talvez eu deva ser um pouco mais claro… -Disse com a voz um pouco falha. –Padre, perdoe-me porque eu pequei.
-Duo… -O seu tio tentou persuadi-lo a parar com aquilo.
-Perdoe-me porque eu me apaixonei por… por um homem. –Agora sim a coisa estava ficando séria. O homem endireitou-se dentro do confessionário, ainda absorvendo as palavras do sobrinho, mas sentindo que não parava por aí.
-O quê? –Murmurou ao garoto.
-Perdoe-me porque eu me apaixonei… por um vampiro. –Minutos tensos de silêncio se seguiram.
-O QUÊ? –O grito ecoou pela igreja e Duo encolheu-se no seu lugar. –Duo… -Sibilou. Uma coisa era Duo se apaixonar por um homem, o que normalmente ele deveria recriminar, mas amor era amor e ele não era ninguém para julgar nada. Quem julgava era Deus. E depois de ver tantas vezes Trowa e Quatre, amigos de seu sobrinho, juntos, ele percebeu que mesmo sendo Padre teria que aprender a ser mais mente aberta. Mas daí a se apaixonar por um vampiro?
-Eu sei tio… perdão, Padre. Mas ele é diferente.
-É um demônio, Duo!
-Mas ele tem alma. –Padre Maxwell abriu a porta do confessionário, olhando diretamente nos olhos de Duo.
-Como assim?
-Ele foi amaldiçoado pelos ciganos há um século. Ele tem alma agora. Ele… é bom.
-Ainda sim é um vampiro. –Respondeu o homem, voltando para o seu lugar.
-Eu não vim aqui pedir sermões, eu vim pedir conselhos.
-Se quisesse conselhos teria falado comigo uma outra hora, e não vindo se confessar. –O Padre pausou, deixando uma idéia absurda entrar na sua cabeça. –Duo… -Começou hesitante. -… você não cumpriu a risca o provérbio, cumpriu?
-Como?
-Dormindo com o inimigo.
-Não! Nós… ele… nós… só nos beijamos. Foi só.
-DUO!
-Por favor tio, eu não pude evitar eu acho… eu acho… -O garoto abaixou a cabeça, escondendo seus olhos tristes com a franja. -… eu acho que eu o amo.
-Ai Senhor. –Padre Maxwell murmurou, passando as mãos pelo rosto. Já tinha cabelos brancos pelo fato de seu querido sobrinho ter uma vida para lá de perigosa, pois tinha prometido no túmulo dos pais dele que cuidaria do garoto com todo amor e carinho. Agora mais essa. Com tantas pessoas para se apaixonar, Duo tinha logo que se apaixonar por um vampiro? Hunf! Como se alguma coisa na vida do garoto fosse normal. Talvez ele não devesse esperar menos do que isso.
-Põe realmente o Senhor nisso porque talvez ele ajude, pois a coisa está cabeluda para o meu lado. –Brincou o menino e o homem suspirou.
-Duo, pare com as gracinhas, isso é sério. –Resmungou, abrindo a porta do confessionário e saindo dele. –Melhor conversarmos… já está na hora de termos uma conversa de homem para homem.
-Tio, não me venha com aquela conversa de abelhinha e pólen porque essa parte eu já passei há muito tempo.
-Como? –O homem mirou seus olhos castanhos no sobrinho, surpreso.
-Quero dizer, na teoria… não… quero… o senhor entendeu. –Duo corou enquanto sentava-se em um dos bancos vazios da igreja, ao lado do tio.
-Não é sobre isso que eu quero falar, o que eu quero falar é sobre o fato de você ter se apaixonado… -Parou quando percebeu uma sombra cobrir os dois corpos, o obrigando a olhar para cima para ver quem os tinha interrompido.
-Maxwell. –Wufei falou com uma voz baixa e grave.
-Wuffie! –Duo caçoou e o chinês fez uma careta irritada.
-Wufei, Maxwell, é Wufei. –Resmungou.
-Posso ajudá-lo meu filho? –Padre Maxwell perguntou, mas parecia que o olhar de Wufei estava cravado em Duo.
-O que foi? –Perguntou o caçador, não gostando do jeito que o meio demônio o estava olhando. Alguma coisa estava errada e ele poderia ver isso naquelas esferas negras.
-Preciso de sua ajuda caçador… é… o Heero. –Duo rapidamente ficou alerta, sentindo seu coração bater mais forte a menção do nome e diante da expressão de Wufei. Algo estava errado com Heero, percebia isso.
-O que tem ele? –Perguntou com a voz trêmula, erguendo-se do banco. Vendo a reação de seu sobrinho, Padre Maxwell rapidamente concluiu que esse tal de Heero deveria ser o vampiro do qual eles estavam falando.
-O encontrei ontem a noite caído no meio do cemitério. Pensei que ele tivesse sido atacado, mas é preciso muito mais que meia dúzia de demônios para derrubar Heero. Foi então que eu encontrei isso com ele. –E tirou de dentro do bolso um dardo, o mostrando ao garoto. –Tem veneno nele, não sei de que tipo, mas com certeza é bem forte.
-Heero foi envenenado? –A voz de Duo sumiu ao ouvir isso.
-Sim e eu… eu… eu suspeito que ele esteja morrendo.

Duo, o caça vampiros! Where stories live. Discover now