Capítulo 12

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Gwan levantou-se da pilha de caixotes que tinha aparado a sua queda, segurando o queixo ferido pelo tapa. O garoto era forte. Muito forte por sinal. E emanava um sentimento que ele não conseguia distinguir. Parecia vazio, frio como uma pedra de gelo. E isso era ruim, pois assim ele não conseguiria se alimentar das emoções negativas dele. Porém, outra pergunta vinha a sua mente. Sobre quem, ou o quê, o garoto estava falando?

-Mexer com o que é do Shinigami? –O demônio estalou o corpo diante da tensão, pois poderia pressentir que uma batalha difícil estava por vir.
-Heero Yuy… esse nome lhe lembra alguma coisa? –Duo disse e deu um salto acrobático, parando em frente a Gwan e desferindo outro soco nele, o pegando de surpresa, o laçando outra vez para longe.
-Nunca o vi mais gordo. –Resmungou o apanhador de sonhos. Era a segunda vez que era pego desprevenido. Precisava ficar mais atento.
-Mesmo? –Duo caminhou a passos largos até a criatura, segurando na gola da longa túnica dela e a erguendo centímetros do chão. –Talvez o nome Odin Lowe faça a sua memória voltar. –Os olhos vermelhos de Gwan brilharam e com um soco ele afastou o garoto de si.
-Então você é amigo do Lowe? –Rosnou o demônio. Isso explicava porque foi atacado subitamente sem aparente motivo. –Deve ser um meio demônio como aquele chinês que segue ele como um cachorrinho. –Ironizou, aspirando profundamente o ar a sua volta e depois franzindo a testa. O cheiro do garoto não era de nenhum demônio conhecido. Na verdade, ele cheirava a humano. Mas isso não era possível. Como um humano poderia ter lhe batido tão facilmente? E ter apanhado de si e não sair muito ferido?
-Seu… -O garoto novamente partiu para cima dele, desferindo um chute sobre Gwan, que o bloqueou, segurando na perna dele e o arremessando pelo galpão. Duo voou uns bons metros até que se chocou contra um container, caindo sentado no chão.
-Seu cheiro, garoto, é cheiro humano. O que, afinal, é você? –O rapaz levantou a cabeça de supetão, com os seus olhos brilhando com uma mistura de raiva e frieza.
-Shinigami… e eu vim pegar você. –Rodou a deathscythe por sobre a cabeça, a lançando em direção ao demônio. A corrente da foice enroscou-se no braço da criatura e, com um puxão, Duo o trouxe para perto de si. Assim que Gwan estava perto o suficiente, o rapaz começou a desferir socos sucessivos no rosto dele, abrindo ferimentos na pele clara e perfeita. Ficando extremamente irritado com as agressões do garoto, o demônio enrolou parte da corrente na mão e com um estalar de pulso arrebentou os elos, conseguindo se livrar da prisão em que estava. Invertendo as posições, ele passou o pedaço da corrente que estava em seu braço, pelo pescoço de Duo, aprisionando o garoto contra o seu corpo.
-Talvez agora que você não esteja me batendo, podemos conversar melhor. Então, você é amigo de Odin? Que irônico, não? Um caçador amigo de um vampiro. Talvez queira morrer junto com o seu querido Odin. E eu não hesitarei em lhe satisfazer esse desejo. –Apertou mais a corrente e Duo começou a ver tudo turvo, sentindo o ar lhe faltar.
-Onde está Duo? –A voz fraca veio da porta da sala do mausoléu e todas as cabeças viraram-se para ver Heero aparecer no aposento, usando as paredes como apoio.
-Heero! Volte para a cama. –Quatre apareceu do lado dele. Estivera nos últimos minutos, com a sua magia, tentando deixar o vampiro estável. Mas assim que ele sentiu-se um pouquinho melhor já se levantou da cama, sob os protestos do loirinho.
-Não! –Disse veemente. –Eu vou atrás do maldito Gwan e terminar o trabalho que eu comecei a vinte cinco anos.
-Ih, então pegue o número e entre na fila. –Hilde comentou de maneira nervosa. –Pois o Duo já foi atrás do sujeito. E eu digo, pela cara que o D estava fazendo, esse demônio não vai viver muito mais do que cinco minutos.
-O quê? –O japonês se apavorou. Duo fora atrás de Gwan? O que ele queria, morrer? –Eu vou atrás… -Ele deu um passo para frente, na intenção de partir, mas cambaleou, sendo amparado por Wufei.
-Você não vai a lugar algum, Yuy. –Disse enquanto o colocava sentado no sofá. –E eu tenho certeza que o caçador vai conseguir resolver esse problema… Eu espero. –Sussurrou a última frase, olhando para o seu relógio e vendo que o tempo estava passando. Era melhor Duo resolver logo isso e voltar, pois se ele demorasse mais um pouco, com certeza ele não conseguiria segurar Heero e o impedir de ir atrás daquele americano baka.
Duo rodou a deathscythe na mão e a cravou na coxa do seu captor, que soltou um uivo de dor e o largou. Mas não deixou que o ferimento o dominasse por muito tempo, pois mal o caçador se afastou dele, ele aproveitou enquanto o jovem recuperava o ar e deu-lhe um soco na barriga, o fazendo perder o ar novamente. Duo recuou um pouco e caiu de joelhos no chão, sentindo seu estômago doer e seus pulmões arderem por falta de ar.
-Você já está me tirando a paciência, garoto. –Gwan levantou o jovem pelos cabelos, e esse gemeu. Sangue azulado escorria pelo ferimento da perna, manchando a calça branca. Desferiu outro soco na boca do estômago dele e Duo quase apagou. Novamente outro soco foi dado, na face do rapaz, abrindo um corte e causando um hematoma na bochecha esquerda.
Tentando se livrar dos golpes, o jovem de trança chutou o ferimento na perna de Gwan e esse finalmente o soltou.
-Mas confesso que você é persistente. Vir aqui arriscar a sua vida apenas para se vingar pelo o que eu fiz ao seu amigo. –Riu o demônio.
-Não vim me vingar… -Duo ofegou, colocando-se de pé sobre as pernas trêmulas. -… vim pegar o seu sangue.
-Meu sangue? –Piscou a criatura, para depois dar um sorriso predador. –Ah, sim, vocês descobriram o segredo do meu veneno. Para ficar curado, Lowe vai precisar do sangue de um inimigo mortal. Mas o que você pretende fazer? Me matar e levar o sangue para ele?
-Esse é o plano. –Outro sorriso predador diante da resposta de Duo.
-Devo acrescentar que Odin vai precisar de sangue extremamente fresco, de preferência de alguém ainda vivo, para poder se curar? –Os olhos violetas estreitaram-se, ficando mais escuros ainda por causa da raiva. Não poderia matar esse maldito? Precisaria dele vivo? Talvez pudesse arrumar isso, mas não sem antes machucá-lo bastante.
-Bem, então sangue fresco é o que ele vai ter! -Rosnou o garoto em resposta, correndo em direção a Gwan, com o punho pronto para desferir um soco. O demônio o bloqueou rapidamente e deu um soco de volta, que por milímetros não atingiu Duo em cheio no rosto. O rapaz aproveitou o punho que tinha perdido o seu alvo e segurou o braço da criatura, a impedindo de fugir da sucessão de joelhadas que ele deu no abdômen do sujeito. Com um puxão forte de braço, Gwan conseguiu soltar-se do garoto e afastar-se um pouco, para logo depois desferir um soco certeiro contra Duo, o fazendo recuar alguns passos. Não deixando a situação barata, o caçador retribuiu o golpe, duas vezes mais forte do que recebeu. Gwan gemeu ao sentir a força do punho dele e o gosto metálico do sangue escorrendo pelos seus lábios.
-Interessante. -Lambeu o sangue no canto da boca. -Você tenta controlar as suas emoções para eu não absorvê-las, mas a frieza misturada com a raiva parece o deixar mais forte.
-Você nem faz idéia. -Murmurou o rapaz de trança, desferindo outro golpe no demônio, que o bloqueou, segurando os ombros de Duo com força e o lançando pela porta do armazém. O jovem voou porta afora, caindo fortemente contra o chão de concreto e rolando por ele, sentindo a cabeça rodar um pouco diante do impacto. Piscou os olhos para que esses voltassem ao foco, bem a tempo de ver o pé de Gwan vir em direção a sua cabeça. Com mais uma rolada de corpo conseguiu escapar do golpe, que abriu um buraco no chão no lugar onde estava a sua cabeça. E, com um pulo, colocou-se novamente de pé.
Gwan viu o rapaz levantar-se, mas não esperou que ele se firmasse, o chutando com força na altura das costelas. Duo gemeu, segurando as costelas com uma dos braços enquanto o outro cortava violentamente o ar, desferindo um golpe no rosto do demônio e o afastando de si. Inspirou profundamente e, aproveitando que o seu adversário ainda estava atordoado por causa de seu golpe, foi para cima dele, empunhando a deathscythe, pronta para cravá-la em alguma parte do corpo daquela criatura.
O demônio viu a foice descer em sua direção e com um reflexo rápido segurou o pulso de Duo com uma das mãos. Não se deixando abalar, o caçador preparou-se para o socar com a mão livre, mas Gwan impediu o seu soco prendendo o seu punho entre os longos dedos de sua outra mão. Ficaram por um bom tempo assim, cada um encarando o outro, medindo as suas forças, esperando quem seria o primeiro a ceder. Foi quando quê, inesperadamente, Duo deu outra joelhada em Gwan, o fazendo soltar as suas mãos e, sem piedade, o caçador desceu a foice com velocidade pelo ar, cortando a cabeça da criatura fora e fazendo o corpo dele cair inerte no chão em meio a uma poça de sangue.
-Merda. -Praguejou baixinho o garoto, observando o demônio morto aos seus pés. Não devia tê-lo matado. Heero iria precisar do sangue dele. Inspirou profundamente, sentindo os seus ferimentos começarem a doer mais forte. Teria que arrumar outra maneira de salvar o japonês. Virou-se, saindo do local a passos lentos e dolorosos, voltando ao mausoléu.
Vinte minutos depois de longa caminhada e perdido em pensamentos, o rapaz viu-se em frente a porta do velho túmulo. Respirou fundo e entrou no local decidido. Era agora ou nunca, e essa seria a única chance de salvar Heero.
Um silêncio tenso predominava na sala do mausoléu. Todos se olhavam apreensivos e de vez enquanto olhavam para o vampiro sentado no sofá, como se esperassem que ele desse um pulo de repente e corresse atrás de Duo. Quatre estava sentindo as emoções variarem no local, deixando o seu dom empático mais ativado do que nunca, e o usando sentiu mais uma presença entrar na sala.
Cabeças viraram-se para ver Duo parado na porta do mausoléu, ferido, sujo e com a deathscythe em uma das mãos pingando o sangue azulado de Gwan. Observando o caçador parado lá, Treize foi o primeiro a reagir, levantando-se de sua cadeira com um olhar inquiridor.
-E então? -Perguntou o ex-sentinela. -Conseguiu pegar o Gwan? -Duo lançou um longo olhar a Heero, quase desmaiado no sofá, para o seu ex-sentinela.
-Ele está morto.- Declarou, entrando no local. -O matei, cortando a cabeça dele fora. -Ergueu a foice como se para exemplificar o que havia dito.
-Bem, mas você tem o sangue dele aí na arma, pode servir. -Hilde comentou esperançosa, mas a expressão de Duo dava a entender que as coisas não seriam tão fáceis assim.
-Não serve. Ele mesmo me disse que Heero iria precisar de sangue fresco. E esse daqui não está mais tão fresco assim. -Declarou, caminhando até onde estava o japonês e parando na frente dele. Heero ergueu seus olhos febris para Duo, relaxando um pouco os músculos ao ver o caçador vivo na sua frente.
-E o que faremos então? -Zechs indagou, pois estava percebendo que Duo tinha algo em mente.
-Saiam. -Declarou o jovem de trança com uma voz desprovida de emoções, ainda olhando fixamente para Heero.
-Como? -Wufei piscou confuso. Sair? Ele não iria sair, Heero precisava dele. Era o seu amigo e não o deixaria sozinho nesse momento difícil.
-Saiam... todos. -Duo disse novamente, fechando a mão fortemente em um punho. Quatre percebendo os sentimentos confusos do amigo, resolveu ajudar.
-Vamos Trowa. -Chamou o namorado, estendendo a mão para ele e depois lançando um olhar significante para Treize.
-Melhor sairmos. -Treize trocou olhares com os outros dois sentinelas, que assentiram com a cabeça. Seja lá o que for que o garoto estivesse tramando, o melhor seria confiar nele.
O grupo começou a sair do local e Wufei precisou ser retirado por Sally e Hilde, sob grandes protestos. Duo apenas ouviu a partida deles, ainda encarando o vampiro sentado a sua frente. Assim que o silêncio voltou a imperar no lugar, o caçador ajoelhou-se em frente ao moreno, olhando profundamente nos olhos cobaltos desfocados.
-Levante-se, Heero. -Ordenou, levantando-se e afastando-se do homem. Caminhou até o centro da sala, jogando a foice suja a um canto e abrindo a sua jaqueta, a jogando no outro. Confuso e com a cabeça rodando, Heero levantou-se e caminhou para mais próximo de Duo, parando a poucos centímetros de distância dele.
-Duo… -Disse com voz rouca, enquanto via o mencionado inclinar um pouco a cabeça e tirar a trança de cima do pescoço, o expondo para a vista de Heero.
-Morda. -Ordenou e o japonês arregalou os olhos, sentindo parte do torpor que dominava o seu corpo sumir rapidamente só por causa dessa palavra.
-Como? -Quase gritou, um certo desespero começando a se apossar do seu ser. Como assim morder? Duo ficou louco?
-Eu mandei você me morder. Precisa de sangue para se curar, sangue fresco. Então, pode pegar o meu.
-Não! -Dessa vez ele gritou. -Eu precisava do sangue de Gwan...
-Que está morto.
-Não importa. Arrumaremos outro jeito. Eu não vou morder você à toa.
-Não é à toa. Gwan me falou que você precisaria do sangue de um inimigo mortal para poder se curar. E, segundo a tradição, caçadores e vampiros são inimigos mortais, mesmo que alguns se dêem bem. Então… -Expôs mais o pescoço para ele. -… me morda.
-Isso é loucura Duo! Se eu te morder eu posso perder o controle, eu posso matar você! E se isso acontecer e eu não me curar? Eu nunca vou me perdoar por isso. Esqueça!
-Eu confio em você, Heero. -Disse em um sussurro e Heero quase abriu um sorriso diante disso. Duo confiava nele, finalmente ele confiava nele. Quanto tempo ele almejou por isso? –Agora… morda! -Falou em um tom firme e o japonês recuou um passo, negando com a cabeça tal loucura. Morreria, mas nunca que feriria Duo.
-Não.
-Eu disse… -O garoto de trança começou, já ficando irritado com a teimosia do vampiro. -MORDA! -Gritou, desferindo um soco contra Heero. Esse cambaleou um pouco mas manteve-se firme, voltando um olhar chocado para o rapaz na sua frente.
-Eu sei o que você está tentando fazer. -Falou, limpando o sangue que escorreu do corte em seu lábio. -Mas eu não vou fazer isso.
-Morda logo cacete! -Ordenou de novo, dando outro soco, mais forte que o anterior, em Heero. Quanto o homem virou-se novamente para ele, o rosto estava deformado com as expressões do vampiro que tinha dentro de si, que saiu por instinto diante do ataque. Vendo que tinha conseguido o seu intento, Duo ofereceu novamente o pescoço, onde a veia pulsava com a mesma velocidade que o seu coração nervoso diante do que iria acontecer. Olhando tamanha oferenda, Heero não resistiu, envolveu o caçador pela cintura e colou o seu corpo no dele, cravando seus caninos afiados em seu pescoço. Duo soltou um grito diante da dor da mordida e arregalou os olhos. Então era assim que as pessoas se sentiam quando um vampiro as atacava? Era estranho e, ao mesmo tempo, relaxante. Talvez fosse a perda de sangue que estivesse começando a afetar o seu cérebro, mas, vendo por esse ângulo, não era tão ruim assim.
Heero sentiu o calor invadir o seu corpo enquanto os seus sentidos começavam a ficarem mais claros. Instintivamente ele apertou mais o seu braço em volta da cintura do jovem, afundando mais os seus caninos na veia do pescoço dele. O sangue de Duo era quente, revigorante, diferente de outros sangues que ele já bebeu. Talvez fosse porque fazia muito tempo que não bebia sangue humano, ou talvez fosse o fato do garoto ser um caçador, mas no fim ele sentia as suas forças pouco a pouco voltarem para o seu corpo, enquanto a sua fome aumentava ainda mais.
As pernas de Duo estavam ficando fracas, sua visão estava ficando turva. Ele sabia que tinha que parar Heero ou então morreria, mas não conseguia encontrar força para isso. Quando suas pernas não conseguiram mais sustentar o seu corpo, o rapaz sentiu seu corpo amolecer e ele começar a cair no chão, levando Heero junto consigo, ainda abraçado a si. Com a queda, a mordida aprofundou-se e Duo, em um reflexo, chutou a mesinha de centro que estava em frente a eles, a lançando pela sala e a fazendo se chocar contra a lareira, quebrando em pedaços, enquanto um grito saia de sua garganta.
-HEERO! –O nome ecoou pelo mausoléu e isso pareceu acordar o vampiro. Em um estalo, Heero soltou-se de Duo, mirando seus horrorizados olhos azuis nos violetas do caçador.
-Duo… -Sussurrou apavorado. –Meu Deus… Duo… -Rapidamente ele retirou a camiseta que estava usando, a comprimindo contra o ferimento do pescoço do rapaz. Duo ainda olhava para ele com os olhos largos e a respiração ofegante.
-Funcionou? –Murmurou com uma voz mínima.
-Acho… -Heero comprimiu mais forte a camisa, que já estava ficando avermelhada de sangue, na mordida, com as mãos trêmulas. -… acho que sim. –Respondeu. Talvez essa idéia arriscada do americano tenha funcionado, pois ele poderia sentir sua energia voltando.
-Bom… -Disse com uma inspirada mais profunda de ar.
-Faz idéia de o quão arriscado foi esse seu plano? –Perguntou o japonês, percebendo que o sangramento parecia estar diminuindo. Duo deveria ter uma capacidade de cura três vezes maior que de uma caçadora comum.
-Eu tinha que fazer. Eu não poderia deixar… eu não poderia permitir… -Os orbes violetas começaram a brilhar com lágrimas contidas. -… eu não poderia deixar você morrer. Eu… eu… -Sentiu um bolo entalar em sua garganta. Já havia admitido isso para si mesmo, agora só precisava falar para Heero. Se fosse rejeitado, o jeito era recolher os pedaços de seu coração e ir em frente, mas nunca saberia se não dissesse.
-Você o quê? –Heero perguntou, aproximando o seu rosto do rapaz.
-Eu te amo. –Disse baixinho, de maneira quase inaudível, mas a audição apurada do japonês conseguiu captar perfeitamente, ocasionando um pequeno sorriso na face geralmente inexpressiva. –Você fica bem quando sorri. –Duo sorriu de volta.
-Um dia você ainda vai me matar do coração de preocupação diante das suas loucuras. –O vampiro murmurou divertido, aproximando-se ainda mais dele.
-Seu coração não bate, Heero, então você está salvo. –Duo retrucou, juntando toda a sua energia e fechando a distância entre eles, colando os seus lábios nos do moreno, começando a travar uma batalha de lábios e línguas. Ainda entretido com o beijo, Heero passou o braço por debaixo das pernas de Duo, o erguendo em seu colo e caminhando pela sala em direção ao quarto, entrando no aposento e fechando a porta com o pé. Talvez fosse bom mostrar ao americano baka que o seu plano maluco o fez recuperar realmente todas as suas forças.

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