Capítulo 11

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Estava quente, estava muito quente. Pela primeira vez depois de séculos estava sentindo calor, como se estivesse no meio do deserto do Saara. Estava com sede, não sede de sangue, mas sede de água, qualquer coisa líquida e gelada que pudesse tocar uma garganta sua. Seu corpo estava queimando, seus músculos estavam doendo, suor escorria por sua testa. Se respirasse, com certeza estaria deegante. E se o seu coração batesse, iria estar descompassado. Sua cabeça rodava, imagens estranhas vinham a sua mente. Delirava, tinha certeza. Não reconhecer o que estava a sua volta e a sua cama, sempre confortável, parecia muito incomoda no momento.

-Heero? Heero… -Uma voz suave chamou ao longe e uma mão morna foi colocada em sua testa e começou a acariciar seu rosto. –Heero acorde, sou eu, Duo.
-Duo? –Disse com a voz rouca, abrindo os olhos que pareciam febris.
-Heero, o que aconteceu com você? Quem te atacou? –Duo perguntou em um sussurro, sentindo seus olhos arderem com lágrimas não derramadas. O vampiro, diferente das outras vezes, estava quente e vermelho. Febril. O americano quase poderia sentir e cheirar o veneno correndo nas veias do japonês. Mas a questão era: quem iria querer fazer isso com ele? Por que atacar Heero? Será que era para lhe atingir? Seria possível que algum inimigo tivesse descoberto a sua ligação com Heero? Mataria dolorosamente o infeliz que fez isso com o seu amado. Ele com certeza conhecer a fúria de Shinigami.
-Armadilha… vampiro… Lord Gwan. –Balbuciou, fechando os olhos novamente, pois não tinha força para especificar-los comercializados.
-Senhor Gwan? –Indagou o jovem caçador e povo Wufei dar uma inspirada forte de ar, atrás de si. –O que foi? Você sabe quem é esse cara?
-Se Lord Gwan está na cidade, estamos com problemas.
-O que ele é? Quem é ele?
-Um inimigo jurado de Heero. Foi por causa desse Senhor que eu e Heero nos conhecemos.
-O que Heero fez um ele?
-Matou a parceira dele.
-O quê?
-Longa história Maxwell.
-Pois me explique, eu quero conhecer melhor o sujeito que eu vou matar. –Duo falou com uma voz fria e cortante, já sentindo o sangue correr fortemente pelas suas veias.
Changchun - China, 1979
Fez uma reverência em sinal de respeito à pessoa que estava enterrada naquele túmulo, para logo depois se ajoelhar na terra úmida e traçar o nome do falecido com as pontas dos dedos.
Chang, Meiran - 1962 a 1979
Adorada esposa, poderosa guerreira.
Era uma lástima a perda dela, mas ele sabia, sabia que como caçadora o destino dela já estava selado e mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Contudo, ainda podia se lembrar da garotinha espevitada que gostava de brincar de lutar com os garotos da cidade, da adolescente decidida que não levava desaforo para casa. Da mulher teimosa que precisou ser arrastada até o altar para se casar com ele. Da guerreira valente que lutou até as últimas forças para proteger aquela província.
Não chorou quando ela morreu, seu orgulho de guerreiro não permitia isso, e nunca chegou a dizer verdadeiramente o que sentia por ela. Mas não, não a amava. O casamento havia sido arranjado, como mandava a tradição. Os pais dela, quando ela nasceu, fizeram um acordo com os seus pais para que ocorresse a união. Poderia ter dito por muitas vezes que ela era uma mulher fraca, mas no fundo a admirava. Não por ela ser uma caçadora, mas apenas por ser ela mesma. A menina guerreira que insistia em ser chamada de Nataku para assim impor mais respeito diante daqueles que a menosprezavam. A escolhida, morta a sangue frio e sem piedade por um monstro. E seria vingada por isso, nem que custasse a sua vida.
Estava anoitecendo, e ele atacava a noite. O movimento na província estava diminuindo à medida que o sol se punha. Com a sua caçadora morta, a cidade estava desprotegida. As crianças estavam com medo, os adultos não sabiam o que fazer, e o Conselho ainda levaria tempo para mandar uma nova guardiã para o lugar. O sino soou ao longe indicando o toque de recolher, mas ele não se importava. Queria andar na noite, queria ser visto, queria ser descoberto por ele e assim poder matá-lo.
Continuou caminhando pelas ruas desertas, atento a cada sombra que se mexia. Sua katana escondida perfeitamente sob as suas roupas simples de camponês. Foi quando ele apareceu, com aqueles olhos vermelhos e cabelos pratas. Poderia ser belo, mas era mortal. E, junto com ele, estava uma mulher igualmente bela e mais alguns vampiros.
-Ora, ora, ora, o que temos aqui? –A mulher cantarolou. –Você não é o rapaz que estava com a caçadora? –Wufei os encarou de maneira impassível, mas por dentro sentia o seu sangue borbulhar de ódio.
-Deveria saber que não é hora de jovens ficarem andando na rua. –O homem riu, passando um braço pela cintura esguia da mulher. –Em situações como essa eu esperaria você ficar de luto para depois lhe dar o presente de fazer companhia a sua amiga, mas como estou sentindo uma certa hostilidade no ar… tenho a impressão de que você não vai cair em depressão ou em pânico, estou certo? –A única resposta que o rapaz deu aos dois demônios foi o desembainhar de sua katana.
-Ah, temos um lutador aqui, Gwan… -Amathéa sorriu, exibindo dentes brancos e brilhantes.
-Pois se ele quer lutar… -Gwan disse monótono. -… lutaremos. –E partiu para o ataque.
A luta foi acirrada e, embora Wufei fosse habilidoso, isso não foi o suficiente para derrubar o demônio. Deveria saber que era uma tolice. Nem mesmo uma caçadora conseguiu derrotar a criatura. Por que ele conseguiria? Sentiu seu corpo ser arremessado contra uma parede e alguns ossos dele se partirem. Gemeu diante da dor. Sua katana já estava esquecida, jogada ao longe, enquanto Gwan vinha em sua direção com os olhos vermelhos, brilhando em antecipação por poder devorar aquela criatura poderosa, que conseguiu sustentar uma batalha com ele por tanto tempo.
-Acho que é hora de dizer adeus. –Rosnou o demônio.
-Adeus! –Uma voz fria disse de maneira sussurrada atrás da criatura, enquanto gritos eram dados ao seu redor. Rapidamente Gwan virou-se para ver o que acontecia e atestou, com horror, seus lacaios virarem pó e a sua amada caída no chão envolta em uma poça de sangue azulado. Em pé, em meio ao caos, estava a figura de Odin Lowe, um demônio que ele não via a pelo menos oitenta anos.
-Odin. –Disse o nome como se tivesse algo entalado em sua garganta.
-Gwan… -Heero rebateu de maneira fria e indiferente, jogando a espada que estava em suas mãos para Wufei, que se levantava. Vendo que não seria páreo para o vampiro secular, a criatura caminhou até o corpo morto de sua amada, a recolhendo em seus braços. Toda a beleza dela se esvaindo junto com o seu sangue.
-Você pagará por isso, Odin. Juro que pagará. –E sumiu na névoa da noite.
-Wufei? Wufei! –Duo chamou quando percebeu que o chinês parecia ter se perdido em meio a pensamentos.
-O quê?
-Você não respondeu a minha pergunta. Quem é esse tal de Gwan? O que aconteceu entre ele e Heero?
-Eu já disse que é uma longa história Maxwell, e eu creio que não temos tempo para explicar, Heero está mal. –E mirou o amigo enfermo na cama, que se revirava e gemia entre os lábios.
-Certo. –O caçador virou-se para Heero, passando uma mão pela testa molhada dele. –Procure por Quatre, Treize, Trowa e os outros, precisaremos da ajuda deles.
-E onde eles estão? Só sei onde o Khushrenada mora,
-Quatre e Trowa devem estar no circo que fica no fim da avenida principal.
-Circo? –Wufei ergueu uma sobrancelha em curiosidade.
-Sem perguntas. Apenas vá, eu ficarei aqui com Heero.
-Okay. –Disse e saiu às pressas do mausoléu.
A risada cristalina ecoou pela tenda do circo, enquanto um rapaz loiro encontrava-se esparramado sobre pilhas e mais pilhas de colchões. Assim que as risadas morreram, ele rolou para fora das pilhas, caindo desajeitado no chão.
-Você está pegando o jeito. –Trowa disse com um pequeno sorriso nos lábios, enquanto via os olhos de Quatre brilharem em sua direção, com aquela inocência característica do loirinho. Ele parecia um anjo, e, Deus, como ele amava esse anjo.
Ainda se lembrava de quando havia chegado na cidade com o circo. O espetáculo estava planejando ficar pelo menos uns quatro anos parado em apenas um lugar, como mandava a tradição que foi começada por seu pai, ex-gerente do circo, e agora era continuada pela a sua irmã Catharine, atual gerente. O circo costumava ficar períodos longos dentro de uma cidade para assim aprimorar a educação dos filhos de seus funcionários, para lhes dar uma outra oportunidade de vida que fosse fora do circo. Claro quê, como sempre, mesmo com os estudos, a maioria daqueles que saiam do circo para obter o curso superior sempre voltavam. Foram criados debaixo daquelas tendas, o circo era as suas vidas e quando se tinha a alegria do espetáculo no coração, não seria os diplomas que tirariam isso deles.
Mas, agora que estava se formando, Trowa estava pensando em seguir um outro caminho, um diferente do que boa parte das crianças do circo seguiram. Ir embora do mundo dos espetáculos, ficar em Sunnydale. Pois ele tinha certeza quê, mesmo tendo uma parte do coração nas tendas e outra parte com Quatre, a parte de Quatre falava mais alto e ele nunca conseguiria abandonar o loirinho.
-É divertido. –Riu Quatre, olhando para o trapézio onde outros começavam a treinar suas acrobacias.
-Sabia que você iria gostar. –Murmurou Trowa, aproximando-se do garoto e o envolvendo pela cintura, depositando um beijo suave no pescoço pálido dele.
-Pára Trowa! Isso faz cócegas. Além do mais, alguém pode nos ver. –Sussurrou o árabe, olhando os funcionários a sua volta, que estavam mais entretidos com os seus assuntos do que com os dois jovens no meio do trapézio.
-Hum… -O moreno murmurou, trilhando beijos pela nuca e pelo rosto do garoto. -… Meu trailer está vazio no momento… -Sugeriu com um brilho malicioso nos olhos e Quatre corou lindamente.
-Tro… eu… você… -O loirinho riu nervosamente, já sentindo a excitação dominar o seu corpo.
-Foi o que eu pensei. –Respondeu o rapaz mais velho com uma voz rouca, segurando na mão de Quatre para guiá-lo até o seu trailer.
-Trowa. –O chamado interrompeu qualquer plano recente dos dois virou-se para a entrada da tenda para encontrar Catharine lá parada. –Olá Quatre. –A mulher cumprimentou, entrando no local e parecia estar acompanhada por alguém. –Trowa, esse rapaz disse que precisa falar com vocês dois. –Indicou Wufei ao seu lado.
-Chang? –O moreno murmurou, achando estranho a visita do homem, e o fato de tê-lo encontrado ali.
-Barton. –Respondeu em reconhecimento. -Vencedora. Estamos com um problema.
-Problema? –Quatre perguntou, captando com o seu dom empático uma certa apreensão e tensão vinda do chinês.
-Heero foi atacado… ele está mal… -Sussurrou o chinês para os dois jovens. –Duo está com ele e me pediu para buscar ajuda.
-Por Alá!
-Vão para o mausoléu norte, no cemitério, é onde estamos. Eu vou atrás do Khushrenada. –Os dois jovens assentiram com cabeça e saíram às pressas para o mausoléu.
-Por favor Heero, não morra. Por favor, por favor. –A voz sussurrava no ouvido do vampiro, o fazendo relaxar um pouco diante da dor. Parecia um alicerce, a sua tábua de salvação em meio a esse mar revolto de sofrimento.
-Duo… -Heero murmurou em meio aos seus delírios e intervalos entre a consciência e a inconsciência.
-Eu estou aqui, meu amor. –Falou de maneira quase inaudível, depositando a sua testa sobre a do japonês, a sentindo queimar sob a sua pele.
-Duo! –Uma outra voz chamou e o caçador virou-se para ver Quatre e Trowa na entrada do quarto, ambos com olhares preocupados.
-O que aconteceu? –Perguntou Trowa.
-Wufei me disse que o encontrou caído no meio do cemitério, com isso. –E mostrou aos amigos o dardo que tinha ferido Heero. Rapidamente Trowa pegou o objeto da mão dele e o avaliou atentamente.
-Parece envenenado.
-Não sabemos o que é, e porque está causando esse estrago. –Duo sussurrou, olhando para um Heero, agora mais pálido do que o habitual, se remexendo na cama.
-Eu vou pegar os meus livros de magia em casa. –Quatre murmurou. Com certeza para estar tendo tamanho efeito no organismo de Heero, o veneno deveria conter substâncias mágicas.
-Eu fico por aqui. Treize está vindo e eu analisarei com ele essa substância. –Retrucou Trowa.
-Okay. Eu volto o mais rápido possível. –Disse o loiro, depositando uma mão no ombro de Duo e lhe dando um olhar confortador, antes de sair correndo do mausoléu.
Ambos os jovens ficaram em um silêncio tenso, enquanto esperavam a chegada dos outros. Trowa poderia ver no olhar de Duo que o amigo estava dividido entre ficar aqui e cuidar de Heero ou ir a caça da criatura que fez isso com o vampiro. Porém, enquanto ainda não soubessem qual era força do inimigo, o melhor era ficar aqui. Contudo, Trowa tinha certeza, não importava o quão poderoso fosse o adversário, ele iria descobrir na pele porque alguns demônios chamavam Duo de Shinigami.
-Ele está no quarto. –Os dois jovens ouviram a voz de Wufei ecoar dentro do mausoléu depois de alguns minutos, e logo o quarto foi preenchido pela presença dos três vigilantes, das duas caça-vampiros e do meio demônio.
-Isso é mal. –Zechs murmurou ao ver o vampiro na cama, aproximando-se de Heero e deslocando Duo de sua posição. Sentou-se na beirada da cama, abrindo a sua maleta e tirando uma seringa de dentro dela, recolhendo uma amostra do sangue do vampiro. O japonês remexeu-se quando sentiu algo picar a veia de seu braço e abriu os olhos azuis, desfocados, olhando para o loiro na sua frente.
-Zechs? –Perguntou quase sem voz.
-Nos encontramos novamente, heim Yuy? Apenas não esperava te ver nessa situação.
-Parem de fazer tanto drama, eu não estou morrendo. –Resmungou com o seu mau humor característico, tentando se sentar na cama.
-Olha… -Hilde disse por detrás do grupo. -… se ninguém ainda te informou amigo, você já está morto. –E ganhou como resposta de Heero seu tradicional olhar mortal.
-Quem fez isso com você Yuy? –Zechs voltou a perguntar, entregando a amostra de sangue para Noin avaliar junto com Treize.
-Gwan… -Respondeu o japonês com raiva contida.
-O Apanhador de Sonhos? –Sally perguntou de um canto do quarto.
-Sabe quem é ele? Porque Wufei não me disse muito. –Perguntou Duo a amiga.
-Muito pouco. Pelo que li, é uma espécie de demônio que se alimenta de emoções negativas dos humanos. Geralmente quando eles escolhem uma vítima, usam seus poderes para atormentá-las com pesadelos, as deixando debilitadas mentalmente. E depois que sugam a sua energia, comem o seu corpo. Pior espécie, totalmente nojentos. Seduzem a vítima com a sua beleza e depois a destrói.
-Heero e eu encontramos Gwan há anos atrás, quando ele começou a atacar, junto com a companheira dele, Amathéa, a província onde eu morava. Matou a caça vampiros que tínhamos, e quando eu fui me vingar… -Nisso Wufei parou um pouco, apertando as mãos em um punho. -… quase perdi a batalha. Estava movido por ódio e isso me cegou, dando mais forças ao meu inimigo. Heero me salvou, e na batalha matou Amathéa. Gwan jurou vingança e parece que agora ele está conseguindo.
-Voltei! –Quatre interrompeu o relato do chinês, entrando no quarto carregando os seus livros. –O que eu perdi? –Perguntou, pois tinha cruzado há poucos momentos, na sala do local, com Noin e Treize que pareciam avaliar o dardo que foi usado para ferir o japonês.
-Venha Quatre. –Trowa segurou na mão do namorado. –Acho que precisarão da gente lá na sala. –E o tirou do quarto, indo ajudar os outros.
-Onde eu encontro esse tal de Gwan? –Duo rosnou, virando-se para Zechs.
-De jeito nenhum. –Zechs protestou quando viu a expressão no rosto do caçador. –Ainda não sabemos o que o Heero tem, por isso não faremos nada até encontrarmos a cura. Um demônio apanhador de sonhos é uma criatura poderosa. E se você for até ele inflamado com esse ódio todo…
-Irá cometer o mesmo erro que eu no passado. –Concluiu Wufei, saindo do quarto junto com as outras duas caçadoras. Duo respirou profundamente. Em um certo ponto eles estavam certos, Heero era prioridade no momento e, se ele falhasse, seria o fim do vampiro. Saiu do quarto também, deixando o japonês aos cuidados de Zechs, e se dirigiu à sala.
-Descobriram algo? –Perguntou quando se aproximou do pequeno grupo.
-Isso não é bom. –Noin sussurrou sob a respiração.
-O que não é bom? –Duo virou-se com os olhos semi cerrados em direção a ela.
-O veneno está se alastrando pelo organismo de Heero, e não conseguimos decifrar direito a origem dele. Mas uma coisa nós temos certeza, ele é feito com o sangue de Gwan. –Respondeu Treize.
-E o que isso quer dizer? –Hilde perguntou, sempre curiosa.
-Quer dizer que a cura é o sangue de Gwan. –Trowa complementou e isso pareceu inflamar mais a raiva de Duo, coisa que foi captada com força por Quatre.
-Duo… -O loirinho chamou o amigo.
-Quanto tempo Heero tem? –Perguntou o caçador.
-Eu posso mantê-lo estável com magia, mas isso não vai curá-lo. Talvez eu apenas lhe dê meia, uma hora a mais de vida. –Respondeu o árabe.
-É tudo o que eu preciso. Sally e Hilde, vocês ficam aqui. –As duas iriam começar a protestar mas ele as impediu. –Gwan deve saber onde Heero vive, e tenho certeza que vai querer pegá-lo com as próprias mãos.
-Um apanhador de sonhos só age a noite, Duo. –Disse Noin.
-Assim como vampiros e outros demônios que devem estar a serviço dele. Apenas protejam Heero. Quatre, use tudo o que você puder…
-Usarei Duo.
-Eu vou atrás desse sujeito. –Disse decido
-Duo! –Treize o chamou.
-Não tente me impedir Treize, você sabe que não vai conseguir.
-Eu sei. Mas tenha cuidado, e diminua a raiva, isso só vai deixá-lo mais forte.
-Pode deixar.
-Você ao menos sabe onde procurá-lo? –Indagou Sally.
-Eu tenho os meus meios. –Respondeu e saiu apressado do local.
O bartender de socorro ao corpo chocar-se com violência contra a parede do lugar, e meus músculos e ossos protestaram diante da dor.
-Fique calmo garoto. Eu já disse que eu não sei do que você está falando. –Disse o humano quê, dentro do submundo era conhecido pelo seu bar que atendia tanto humanos quanto demônios de qualquer espécie.
-Vamos tentar de novo. –Duo forçou o corpo do homem com mais força contra a parede. –Onde eu encontro esse tal de Gwan?
-Eu não sei quem é… -Começou a explicar mas não terminou de dizer, pois Duo fechou a sua mão em torno da garganta dele, o esganando.
-Minha paciência está terminando.
-Não galpão doze da velha área industrial. Eu soube que esse recém chegado na cidade está lá. –Rapidamente o caçador soltou o sujeito que caiu estatelado no chão, inspirando profundamente em busca de ar.
-Viu… não foi tão difícil assim. –Falou com uma voz fria, sumindo com a mesma velocidade que apareceu.
Gwan bateu as mãos uma na outra, dando um sorriso feral enquanto via o sol se por através dos vidros da janela do galpão. Mais alguns minutos e ele iria atrás de Odin, terminando com as suas próprias mãos o que o seu veneno começado.
-Já posso ouvir a doce canção da morte anunciando o fim do temido Odin Lowe II. –Disse melodioso, afastando-se da janela e olhando para os vampiros a sua volta. –Vocês podem ir caçar se quiserem.
-Senhor… -Um de seus serventes começou. -… tem certeza de que não vai precisar de nossa ajuda? –Perguntou incerto.
-Sim eu tenho seu idiota. Aquele chinês amigo dele não é páreo para mim. O derrotei uma vez, posso fazer isso de novo. E quanto ao Lowe… -Inspirou profundamente com um certo deleite no rosto. -… eu mesmo acabarei com ele.
-Se o senhor está certo disso. –Disse outro vampiro, puxando a tampa do esgoto que tinha dentro do armazém. Não queria esperar até o sol se por completamente, era melhor começar a sair agora. Pulou dentro do esgoto e os outros o seguiram, deixando Gwan sozinho, que torcia o nariz diante da cena.
-Criaturas nojentas. –Murmurou, observando novamente pela janela o sol que estava quase sumindo. –Só mais um pouco e eu conseguirei o meu intento… -Começou a cantarolar, quando um estrondo ecoou pelo galpão.
A porta de entrada do local foi aberta com violência e um rapaz entrou no lugar, com uma face inexpressiva e empunhando uma foice em uma das mãos. Gwan estreitou os olhos diante daquele invasor. Ele era belíssimo, embora emanasse uma aura de perigo e frieza que mandou alguns arrepios por sua espinha.
-E quem é você garoto? –Perguntou, dando um passo à frente para ver melhor o intruso e reparando que ele tinha uma longa trança descendo pelas costas.
-Você pode me chamar de Shinigami. –Duo sussurrou calmamente, dando um sorriso medonho.
-E eu sou Gwan. –Respondeu o demônio, encantado com a beleza e o perigo que o rapaz representava. Pois certamente sabia que se ele estava aqui era apenas para lhe trazer problemas.
-Eu sei… -Duo caminhou até a criatura, parando próxima a ela.
-E o que você quer aqui garoto? –Perguntou o demônio de maneira confiante e altiva.
-Eu vim lhe dar as boas vindas. –Respondeu o caçador, mexendo o braço rapidamente e desferindo um tapa, com as costas da mão, no rosto de Gwan, o fazendo voar uns bons metros de distância. –E dizer que… ninguém mexe com o que pertence ao Shinigami.

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