22.

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POV PAYTON

A encarei por uns segundos, quer dizer, que tipo de pedido é aquele? Por quê ela não pode simplesmente ser como todo mundo e me pedir para cozinhar um bife de fígado ou qualquer merda assim?

S/n: Vamos Payton, não é difícil. - sorriu, me olhando. - Viu? Eu consigo.

- Mas é que... - tentei argumentar, ela me cortou.

S/n: Mas é que nada, eu não queria deixar isso parecer com uma obrigação, mas você perdeu querido, tem que fazer o que eu quiser. - lembrou. - De boa, eu queria te ver sorrir de verdade um dia, só que, cara, tá demorando demais, daqui a pouco eu vou embora. - exagerou.

- Tá, ok. - dei um sorriso sem mostrar os dentes.

S/n: Que isso Payton? Em que mundo isso é um sorriso? - disse incrédula.

- No meu. - dei de ombros.

S/n: Só se for mesmo, porque no meu não é nem ferrando. - mexeu em seus fios (tipo de cabelo). - Qual é, você pode fazer melhor que isso.

- Eu não consigo sorrir assim, do nada. - expliquei

S/n: Você esqueceu como se sorri. - negou com a cabeça. - De tanto tempo que não o faz. - concluiu. - A vida é bem melhor quando se é feliz.

- Agora só porque eu não fico rindo para as árvores eu não sou feliz? - arqueei uma sobrancelha.

S/n: Tem noção da importância de um sorriso para a árvore? - a encarei, sem acreditar no que ela falava. - Quer dizer, ela ia fazer a fotossíntese bem mais feliz. - brincou.

- Eu ainda não vou sorrir pra uma árvore. - disse por fim.

S/n: Beleza, estou te pedindo para sorrir para mim e não pra droga da árvore. - rolou os olhos.

- Olha ai, ofendeu a coitada. - neguei com a cabeça, implicando.

S/n: Payton, sorri logo. - ela praticamente quicava em seu lugar.

Suspirei, isso não é tão fácil como parece. Não para mim.

- Me dá umas horas? - questionei, a encarando. - O meu único sorriso pro momento você não aceitou.

S/n: Você precisa de horas para sorrir? - perguntou incrédula, assenti. - Meu Deus Payton, isso não é tão difícil.

- Se você quiser um sorriso forçado... - dei de ombros. - ... Então lá vai.

S/n: NÃO. - berrou, me olhando. - Forçado não serve.

- Não estou afim de sorrir agora. - cruzei os braços.

S/n: Tem uma hora, nem um segundo mais. - avisou.

Por incrível que pareça e por mais contraditório que seja, a forma como ela falou essa frase me fez sorrir. Sem problemas eu poderia ter impedido que isso acontecesse, porém não era esse o objetivo. Obviamente não foi um sorriso grande e nem muito encantador. Mas pareceu agradar S/n.

S/n: Aleluia. - bateu palmas, rindo.

- Feliz? - questionei.

S/n: Muito. - respondeu de volta, sorrindo. - Você tem um sorriso lindo. - elogiou. - Por mais que ainda tenha esperanças de ver um de verdade e não essa coisa meio falsa.

- É o que consegui pro momento. - dei de ombros.

S/n: Um sorriso sincero, certamente seria mais bonito que esse. - me olhou.

- Não irá conseguir um desses de mim hoje. - avisei.

S/n: Droga. - lamentou. - Você deveria sorrir mais, como eu.

 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 ! 𝗽𝗮𝘆𝘁𝗼𝗻 𝗺𝗼𝗼𝗿𝗺𝗲𝗶𝗲𝗿Where stories live. Discover now