41.

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POV S/N

As palavras de Payton rondaram em minha mente por boa parte da noite, por um lado eu queria com todas minhas forças acreditar nelas, por outro eu já estava farta de me iludir. O intercâmbio era pra ser algo único, uma chance de aprender coisas novas, de conhecer pessoas, de aproveitar o tempo em Los Angeles. Ao invés disso só venho me machucando. Mais da metade do meu tempo de aprendizado eu gastei tentando concertar Payton, eu passei vivendo por ele, praticamente. E sei que vou me arrepender por não ter curtido mais quando chegar ao Brasil. Porém, vindo contra isso, tem o fato de que nunca pensei que conseguiria gostar tanto de alguém como gosto do dono de todos meus problemas. E, em parte, isso também é algo único.

Suspirei, derrotada, levantei cedo e fui caminhar um pouco, para espairecer, andei até a praia, distraída, olhei para o céu e por uns segundos desejei estar em casa. Desejei nunca ter saído dela. As lágrimas brotaram em meus olhos, sentei em uma pedra e me abracei, tentado conter a ardência em minha garganta que denunciava que o choro estava prestes a sair. Um tempo sozinha me serviu para decidir deixar Payton nas mãos de seus pais e pensar um pouquinho em mim, pelo menos nesses últimos meses. Mas eu sabia que essa decisão estava longe de ser a definitiva, quando olho aqueles olhos castanhos todos meus planos vão pelo ralo, como dizem no popular.

No caminho de volta meu corpo gelou e eu paralisei no meio da rua quando enxerguei a ultima pessoa que queria ver. Minhas mãos suaram, minha respiração trancou e eu não conseguia obrigar meu corpo a se mexer. Por mais que um grande alerta apitava em meu cérebro, mandando-me correr. Ele foi se aproximando, no que eu fui me afastando, por instinto. Inútil, já sabia. Em dois passos estava na minha frente.

- O que você quer? - tentei não fraquejar. - Já não basta o que fez com Payton? - me atrevi a desafia-lo.

Vinnie: Hey, boneca, calma. - tentou me tocar, no que me esquivei. - Preciso de um favor teu. - me puxou pela cintura. - Teu irmãozinho terá que saber que o jogo ainda não acabou. - sussurrou em meu ouvido, enquanto eu estava gelada, sem forças pra fazer nada. - Em pensar que ele destruiu nossa amizade por uma coisinha como você. - cheirou meu pescoço, me deixando com nojo.

- Me larga. - consegui falar, quando engoli parte do medo. - Chega disso, você já teve sua vingança, deixe-o em paz.

Vinnie: Acho que não, princesa. - me olhou. - Jay deve ter esquecido que ninguém me faz de trouxa. - tocou meu queixo. - Vamos dar uma volta. - me puxou com ele.

- Onde está me levando? - perguntei, tentando me soltar, já deixando as lágrimas de medo rolarem.

Vinnie: Sem perguntas garota, tua voz está me tirando do sério. - me jogou dentro de um carro que estava mais na frente. - Ninguém saíra machucado se cooperar comigo. - avisou. - Só iremos passar um agradável dia juntos, vamos ver o quão homem Moormeier é, ao saber que estou contigo nas mãos. - tirou o celular do bolso e jogou em meu colo. - Disque. - ordenou. Eu sabia para quem.

POV PAYTON

Maldita hora que minha família decidiu ir passar o dia no zoológico, se tem algo que me irrita é o som estridente do telefone e o fato de que terei que atende-lo. As chances de ser algum parente distante que acha ser importante na minha vida porque trocou minha frauda a bilhões de anos atrás são grandes. Assim que coloquei o aparelho no ouvido, porém, descobri que não é ninguém que eu pensava ser.

S/n: Oi, eu posso falar com o Payton? - pediu direto, antes que eu tivesse a chance de abrir a boca. Sua voz estava um tanto quanto tremula.

- Sou eu. - respondi, sentando no braço do sofá.

 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 ! 𝗽𝗮𝘆𝘁𝗼𝗻 𝗺𝗼𝗼𝗿𝗺𝗲𝗶𝗲𝗿Where stories live. Discover now