51.

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POV S/N

Com as mãos trêmulas e o rosto inundado por uma quantidade absurda de lágrimas, eu mal conseguia raciocinar. Diversos sentimentos afloraram juntos, cada pequena letra escrita na carta cortava meu coração, a dor que ele colocou nela, a história que me confidenciou, os medos, as crises, os porquês... Ele desabafou, compartilhou comigo o que tinha de mais importante, o seu maior segredo. Nem um milhão de palavras bonitas consegue ter um significado mais especial do que ele ter confiado em mim para contar-me toda sua história.

Meu autocontrole foi para o espaço, juntamente com meu estado emocional. Eu não tinha ideia do que ele passava, do sofrimento que era para ele, de como se sentia verdadeiramente. Payton sempre manteve uma postura forte, decidida e intimidadora. Agora, porém, que baixou a guarda, posso dizer que conheci o lado mais encantador que ele pode ter. O lado mais humano. Quando Faith retornou meu corpo inteiro tremia e eu soluçava alto, não conseguindo me conter, ela me abraçou e ficou em silêncio, sabendo que o que menos preciso agora é de palavras. Só necessito colocar para fora todo o nervosismo e emoção que a carta dele me trouxe. Deite-me encolhida, abraçada a uma boneca de pano que Faith garantiu que sempre a faz sentir melhor quando está triste com algo.

Fechei os olhos, os sentindo quentes e pesados, por conta do choro. Pouco tempo depois levei um susto ao sentir tocarem meu braço. Até que me deparei com aquele par de olhos castanhos pousados sobre meu rosto, de uma forma terna que aqueceu cada parte de meu coração.

Levei quase cinco minutos para compreender que havia sido um sonho.

Não sei ao certo em que momento adormeci, mas sei que quando voltei a consciência, não havia ninguém ali. Joguei as cobertas longe e decidi ir até ele. Entrei pé por pé em seu quarto, Payton estava virado para o lado contrário ao qual eu me encontrava, acredito que escutou algum ruído, porque virou-se rapidamente, um tanto quanto assustado. Então eu vi seus olhos. Diferentes dos meus sonhos, o belo castanhos deles estava repleto de lágrimas, o contorno dos seus olhos inchados, denunciando que há um certo tempo ele não parava de chorar.

Me senti minúscula perto da cena. Sem esperar um convite, ou uma permissão, deitei-me ao seu lado sendo prontamente acolhida em seus braços. Ele chorava como nunca antes tinha o visto fazer, as lágrimas caíam dolorosamente, sua respiração estava pesada e seu corpo inteiro tremia com a descarga de emoções. E eu nada mais consegui fazer a não ser chorar com ele, ainda que um pouco mais controlada. Afaguei seus cabelos, distribuindo alguns beijos por ali, com o desespero de tirar todo aquele sofrimento dele. Queria o afastar de todo mal que o aflige.

- Tudo vai ficar bem. - sussurrei. - Não chore mais, por favor. - supliquei. - Me mata te ver assim.

Ele apertou mais os braços ao redor de meu corpo, beijei-lhe o rosto, diversas vezes, afastando algumas lágrimas. Não tinha coragem de olhar em seus olhos novamente.

POV PAYTON

Seu perfume era quase um calmante, tê-la em meus braços ajudava-me a tentar conter as lágrimas, ainda que em parte me sentisse sufocado com a dor de saber que terei que solta-la. Sabe-se lá por quanto tempo.

S/n: Para de chorar... - ela pediu, novamente, apoiando-se em mim e passando os pequenos dedos por meu rosto. - Sim? - disse terna, aproximando-se mais. - Hm? - insistiu, roçando os lábios nos meus.

Fiz o mesmo nos dela, acompanhando-a, então capturei sua boca, a envolvendo em um beijo que, hoje, é mais do que necessário. Seus lábios dançavam junto aos meus, nossas cabeças se moviam lentamente, enquanto nossas línguas exploravam-se. Beijei-a com uma saudade que sentia antecipadamente, beijei-a o máximo que pude para ter seu gosto junto comigo, beijei-a como se minha vida dependesse disso. Não quero esquecer de como seus lábios são macios e saborosos, como seu gosto é doce e viciante ou como ela se entrega totalmente quando está em meus braços. Não quero esquecer de nada.

 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 ! 𝗽𝗮𝘆𝘁𝗼𝗻 𝗺𝗼𝗼𝗿𝗺𝗲𝗶𝗲𝗿Where stories live. Discover now