53.

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POV S/N

- Eu acho que a menina precisa estar ciente de que o anjo estará sempre com ela. - disse com a voz trêmula. - Ainda que ela não possa ver.

Faith: Mas a menina quer poder abraçar seu anjo novamente e conversar com ele. - rebateu.

- Eu aposto que o anjo também quer. - sorri. - E que fará tudo que for possível para conseguir visitar a menina.

Sorrimos e deixamos os personagens para trás, enquanto trocávamos um grande e esmagado abraço.

Faith: E ai, que nota para minha imaginação?! - brincou, cortando o clima triste.

- Uau, um dez, com certeza. - entrei na dela, rindo.

Faith: Nossa, eu sou tão criativa e fofa que poderia casar comigo mesmo. - jogou os cabelos para trás. Gargalhei e lhe joguei uma almofada. - Mas Jackson não curte concorrência. - piscou. - Assim como meu irmão, então é melhor não ficarmos muito próximas uma da outra pro estressadinho não chiar. - brincou.

- Eu queria o escutar chiar. Eu queria o escutar falar qualquer coisa. - suspirei.

Faith: Você está sentindo muita falta daquela peste, não é?! - assenti. - Eu também. - respirou fundo. - Mas ele precisa ficar preso, para conseguir se libertar, se é que me endente.

- Eu sei. - dei um sorriso fraco.

E encerramos esse assunto.

De noite, como sempre, é quando minha cabeça tem tempo suficiente para pensar as mais diversas bobagens. Sentada sozinha no jardim, olhando a noite estrelada, desejei com todo meu coração que Payton estivesse ao meu lado.

POV PAYTON

Olhando o teto branco do quarto que mais parecia uma prisão, lembrei-me do sorriso terno e dos olhos cheios de sonhos da garota mais incrível que pude conhecer. Sentei-me, peguei meu violão, um caderno e uma caneta e comecei a rabiscar umas frases soltas, enquanto tentava encaixá-las em alguma melodia que pudesse falar por si só. Antes de desenvolver metade da canção pequenas lágrimas já escorriam por meu rosto, obrigando-me a parar. Respirei fundo e olhei meu reflexo no espelho, os olhos vermelhos e o rosto molhado faziam-me ter pena de mim mesmo.

Agora chora seu idiota. Se tivesse sido inteligente o bastante para conseguir largar as drogas não estaria aqui agora. Estaria em casa. Com ela nos teus braços.

Minha consciência berrava. Jogando em minha cara a mais pura verdade de todas.

- O que você está fazendo agora, meu amor?! - sussurrei, para o nada. Esperando obter uma resposta, que, obviamente, não chegou.

Escutei três batidas na porta e sequei rapidamente meu rosto. Bianca entrou, em passos lentos.

Bianca: Chorando novamente? - afagou meus cabelos quando chegou ao meu lado. Assenti.

- Eu não tenho direito de falar com ninguém lá de fora? - perguntei, pela quarta vez na semana.

Bianca: Já discutimos isso. - olhou-me com reprovação.

- Mas deve haver um jeito. - disse com um pouco de esperança. - Você poderia me ajudar, se quisesse.

Bianca: Desculpe-me, mas eu não posso. - encolheu os ombros. - Entenda, por favor, é meu emprego.

- Entenda-me você. - explodi, a muito necessitava fazê-lo. - É a primeira vez que me apaixono por alguém e assim que assumo isso para mim mesmo, me jogam nessa prisão. - levantei-me, exaltado. - Agora faltam poucos dias para que S/n vá embora e eu nem sequer poderei me despedir dela. - passei as mãos pelos cabelos. - Estou ficando louco aqui dentro, não aguento mais esse cheiro de hospital, esse quarto sem graça e nem a maioria das pessoas daqui. Isso é pior do que o inferno. - exagerei. - E a única pessoa nessa droga que diz ser minha amiga não se arrisca por mim.

 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 ! 𝗽𝗮𝘆𝘁𝗼𝗻 𝗺𝗼𝗼𝗿𝗺𝗲𝗶𝗲𝗿Место, где живут истории. Откройте их для себя