56.

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POV S/N

Pouco tempo depois a campainha tocou, Anne abriu a porta e gritou do andar de baixo.

Anne: S/N!!! - chamou. - TEUS AMIGOS DO TEATRO. - anunciou, algo que é certo que lhe mandaram falar.

Desci as escadas rindo e me deparei com Timothée, Dixie e Maggie.

Maggie: Eu sei, está tarde. - falou antes que eu pudesse abrir a boca. - Mas não íamos deixar de vir nos despedir. - sorriu.

- Aí, seus lindos. - abracei-os, um por um.

Timothée: Sentiremos saudade. - falou em nome de todos - Espero te ver estourando como atriz lá no Brasil, hein? - brincou, beliscando minha barriga de leve.

- Pode deixar.

Dixie: Ai cara, promete que vai sempre dar noticias? - me puxou para junto dela. Assenti. - E me deseje boa sorte para aguentar esses dois malas sozinha. - fez drama.

Maggie: haha que graça. - debochou.

Eles ficaram ali mais um tempo, prolongando ao máximo o adeus final. Na hora em que realmente iam embora as lágrimas foram inevitáveis.

Jackson: Vou aproveitar e ir embora também. - selou os lábios de Faith e na sequencia veio até mim. - Hey, garota, se cuida. - beijou minha testa. - Vai tranquila, você mudou radicalmente a vida de todos nós. - lançou um olhar para Faith, que continha as lágrimas.

- E você cuide bem da minha 'irmã americana' - brinquei. - Ela é um tesouro e eu juro que volto lá do Brasil só pra te esganar se a machucar.

Faith: Odeio despedidas. - disse manhosa, secando as lágrimas.

Logo todos se foram, fiquei na porta olhando-os, querendo parar o tempo. Aquela sensação de nunca mais vou vê-los bateu forte e voltei a chorar, sendo abraçada por Faith, que fazia o mesmo, ainda que mais controlada.

Levei um tempo para conseguir conter as lágrimas, Faith, por sorte, ficou o tempo todo ao meu lado, ainda que sem falar nada. Toquei a pulseira que Payton me presenteou e senti novamente aquele embrulho no estômago, aquele medo. Não sei como contive o desejo de levantar e ir atrás dele na tal festa. Minha perna tremia impaciente e meus olhos o tempo todo retornavam para a porta. Isso é egoísmo, disse para mim mesma, eu o tive só para mim durante muito tempo nesse intercâmbio, não posso o querer a todo segundo. Mas, contra isso vinha o diabo lembrando-me que amanhã vou embora e que então todos os outros o terão se quiserem. E eu não.

Faith: Como se sente? - questionou, me olhando.

- Nervosa. - admiti, em um suspiro. - E um pouco nostálgica já. - sorri. - Vai ser estranho me acostumar com minha antiga vida. Aprendi a amar e respeitar essa cidade.

Faith: E essa cidade aprendeu a te amar e te respeitar. - completou, arrancando-me mais um sorriso. - Mas eu estou tranquila, porque sei que casará com meu irmão e então irei te ver novamente. - disse eufórica. - Não é? - questionou, com os olhos brilhando.

Não tive como desencoraja-la.

- É claro que é, minha irmã americana. - a puxei para um abraço.

As horas iam passando e nada de Payton voltar, meus olhos pesavam, praticamente implorando para serem fechados. Quis pensar positivo, a festa deveria estar boa, ele ficou muito tempo sem ver o movimento, merece um descanso. Fiquei repetindo teorias para a não volta dele mentalmente, no intuito de acalmar o nó em meu estomago. Peguei no sono.

Acordei perto das oito horas, o que vitoria, não imaginei que fosse conseguir dormir tanto dadas as circunstancias. Pulei da cama e decidi ir incomodar Payton, assim que abri a porta, porém o quarto estava vazio. E com a cama exatamente igual à noite anterior. Desci as escadas, buscando-o pela casa silenciosa. Nada.

 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝘅𝗰𝗵𝗮𝗻𝗴𝗲 ! 𝗽𝗮𝘆𝘁𝗼𝗻 𝗺𝗼𝗼𝗿𝗺𝗲𝗶𝗲𝗿Where stories live. Discover now