30. Flashback 5

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Abril de 2002

Na terça-feira seguinte, Malfoy se comportou da mesma forma que na semana anterior.

Ele lhe ensinou oclumência, deixando-a praticar as formas e técnicas. Ele não fez com que doesse. Ele mal falou uma palavra com ela. Só a tocou uma vez, para inclinar a cabeça dela mais para trás a fim de fazer contato visual. E então - enquanto ele estava em sua mente - ela podia sentir a mão dele ainda pousada em seu pescoço, o polegar contra sua garganta.

Ele não precisava tocá-la. Ela sabia. Ele poderia facilmente realizar a legilimência nela a vários metros de distância.

Ele não se intrometeu. Não se intrometeu em memórias nas quais ela claramente não o queria. Ele simplesmente deixou que ela usasse sua presença como uma espécie de boneco de treino para aprender manobras mentais evasivas.

Quando ele se retirou, ela o encarou com curiosidade.

— Onde você aprendeu isso? Presumo que sua tia não tenha usado a técnica.

— Ela não usou. — Seus dentes se abriram ligeiramente ao dizer isso. — Eu li sobre ela em um livro. A Mansão Malfoy tem uma grande biblioteca. Ela não funcionaria com a maioria das pessoas, apenas com outros oclumens naturais. Embora qualquer pessoa possa aprender potencialmente oclumência ou legilimência até certo ponto, é sempre doloroso ou tão sutil que mal dá para sentir o que está acontecendo.

Ele olhou para ela e acrescentou com um sorriso presunçoso: — Pode-se dizer que estou fazendo experiências com você.

Hermione revirou os olhos.

— O livro exigia contato físico também? — disse ela com uma voz doce, olhando para a mão dele com atenção.

Ela se arrependeu imediatamente de ter dito aquilo.

A mão dele se retesou levemente, apenas o suficiente para passar de repouso para segurar. Os olhos dele escureceram à medida que as íris se expandiam cada vez mais.

— Não. Isso é só porque eu posso.

Ele sorriu enquanto a puxava para frente e abaixava a cabeça para beijá-la.

Foi um beijo frio. Seus lábios pressionados contra os dela não eram desejosos ou apaixonados.

Era simplesmente um lembrete.

De que ele podia.

Que ele estava sendo contido. Que, se quisesse, poderia exigir o que quisesse dela e que ela já havia consentido em dar.

Hermione não respondeu ao beijo. Apenas deixou que os lábios frios dele encontrassem os seus sem resistir até que ele se afastasse novamente.

— Você tem alguma informação para esta semana? — ela perguntou quando a mão dele saiu de cima dela e ele deu um passo para trás.

Ele tirou um pergaminho de suas vestes e o entregou a ela.

— Análise de feitiços e informações sobre contra-maldições para novas maldições da divisão de desenvolvimento de maldições do Lorde das Trevas — disse ele. — Há um novo conjunto sendo ensinado atualmente.

Hermione abriu o pergaminho e deu uma olhada nas informações listadas. Severus já havia dado à Ordem todos os detalhes sobre as maldições, mas Malfoy não podia saber disso. O fato de isso ter ocorrido a ele era um sinal de como ele era útil e proativo. Se eles perdessem Severus, Malfoy seria capaz de fornecer os dois tipos de informações.

Um excelente espiã.

— Essa é uma informação inestimável — disse ela, guardando-a cuidadosamente em sua mochila.

Manacled | DramioneDove le storie prendono vita. Scoprilo ora