Capítulo 26 - Sopro de esperança

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Lauren

Estacionei meu carro em frente ao apartamento de Barbara, última vítima do Serial Killer. Observei o bairro não tão desconhecido por mim, era próximo da casa de Lucas, eles se conheceram aqui mesmo, até onde sei, em uma padaria.

Optei por não envolver meu amigo nessa parte da investigação, misturar emoção onde é necessário a razão nunca nos leva ao objetivo certo.

Desci do veículo, e caminhei em direção à portaria, apresentando minhas credenciais para que um senhor franzino pudesse liberar a passagem. Ultrapassei os portões do prédio e entrei na guarita do porteiro, que tinha uma expressão curiosa.

— Bom dia! Delegada, Jauregui — Apresentei o distintivo brevemente.

— Bom dia, em que posso ajudar, Delegada? — O senhor tinha as costas curvas pela idade, parecia lento e disperso.

— Estou investigando o homicídio de Barbara Britto, acredito que ela residia aqui.

— Sim, senhora. Barb era tão doce, se foi tão nova — Respondeu emotivo. Apenas assenti e descansei os braços em cima da mesa, espalmando minhas mãos para ficar em frente ao monitor que havia ali.

— Gostaria de ver a gravação das câmeras de segurança do último dia em que ela foi vista aqui. E também uma cópia de todas as gravações dos últimos 10 meses. — Pedi lhe entregando um pendrive.

Prontamente o senhor virou-se para o computador, passando o mouse lentamente pelos arquivos de gravações, copiando as pastas para o dispositivo. Por fim, clicou na gravação que solicitei. Pedi licença e segurei o mouse, acelerando o vídeo na velocidade máxima até que seus cabelos cacheados aparecessem na tela. Barbara apressou-se na saída do prédio, entrando em uma KIA vermelho. Pausei a imagem e anotei a placa e o modelo do carro na minha pequena caderneta.

— Esta é sua última gravação com a vítima?

— Sim, senhora.

— Este é o carro do seu marido? — Perguntei sugestiva.

O senhor pareceu hesitante, como se soubesse mais do que deveria. Cruzei meus braços demonstrando minha impaciência e ele começou a falar:

— Eu não quero problema, senhora. Mas Sr. Britto estava viajando, esse não é o carro dele. Na verdade, Barb saia com vários rapazes, eu sempre demonstrei não perceber, um bom porteiro sabe ser surdo e mudo, entende?

— Compreendo. Em média, qual a frequência com que ela tinha um novo caso?

— Mais ou menos um por mês, senhora.

— Tudo bem, não se preocupe, não irei mencionar o que me disse. Uma boa delegada sabe guardar segredos — Pisquei em sua direção e ele sorriu aliviado.

— Obrigado!

— Eu que agradeço. Agora, o marido dela está em casa hoje?

— Está, ele o dia inteiro trancafiado no apartamento, não saiu para nada. Irei informar que a senhora está subindo, fica no sétimo andar!

Assenti em agradecimento, capturei o pendrive com a cópia dos arquivos e me direcionei para as escadarias em direção ao lobby do prédio onde o elevador ficava. Pressionei o botão e as portas rapidamente se abriram. Dentro da caixa de metal, pressionei a tecla 7 e comecei a subir, passando os números rapidamente até o andar destinado.

Pressionei a campainha e não obtive respostas, sendo obrigada a tocar insistentemente, até que um homem finalmente abriu a porta. O rapaz era significativamente alto, tinha os cabelos castanhos volumosos e completamente desgrenhados, revelando alguns pontos de calvície. Usava um óculos quadrado por cima de seus olhos inchados, não soube dizer se estava dormindo ou chorando.

Colecionando CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora