Capítulo 13

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⎯ Volte quando quiser, mesmo que tenha passado apenas um dia, se desejar, volte. Lembre-se que aqui continua sendo sua casa.

Thesan estava repetindo a mesma coisa fazia dez minutos. Aalya revirava os olhos a cada vez. O irmão fazia questão de falar novamente, como se ela pudesse esquecer.

Briath encarava os dois com diversão nos olhos. Ele se mantinha quieto, com as asas fechadas atrás de si.

Enquanto os três se despediam no salão principal, Azriel fora até a varanda, como uma forma de privacidade, mas Aalya tinha certeza que ele ouviu tudo mesmo assim.

⎯ Rhys irá me contar se você não estiver se alimentando ou dormindo a quantidade suficiente, então não se atreva.

⎯ Pela Mãe, Thesan, não é como se eu fosse ficar lá para sempre. ⎯ Aalya o interrompeu, pondo as mãos nos ombros do irmão.

⎯ Mas você pode gostar muito de Velaris e não querer mais voltar. ⎯ o Grão-Senhor resmungou, fazendo beicinho.

Aalya abriu o maior sorriso que já dera. Sentiria falta do irmão pelos próximos dias e não fazia ideia de quanto tempo ficaria em Velaris.

⎯ Se ela não voltar, iremos buscá-la a força. ⎯ Briath falou, empurrando o amado e abraçando Aalya ⎯ Prometa que irá se cuidar.

⎯ Eu prometo.

A Grã-Feérica beijou a bochecha dos dois machos. Não estava levando nada nas mãos, pois Rhysand iria pegar suas roupas de alguma forma com seu poder, o que Aalya não entendia muito bem.

Briath a puxou em um último momento e a abraçou novamente. Thesan se juntou ao abraço e os três ficaram ali, deixando a fêmea sem ar com os dois pares de braços musculosos a agarrando.

⎯ Os illyrianos da Corte Noturna são mais selvagens, então não perca a oportunidade e aproveite. ⎯ disse Briath.

O comentário do macho alado arrancou uma  gargalhada profunda de Aalya. Thesan cerrou os olhos e encarou o peregrino.

⎯ Como você sabe disso? ⎯ ele perguntou, enciumado.

⎯ Eu apenas ouvi falar. ⎯ Briath respondeu, com um sorriso divertido. Olhou para Aalya e deu uma piscadela.

Aalya foi até a varanda. Azriel observava a cidade e o mar. Ao perceber a presença dos três, ele se virou.

⎯ Vejo vocês logo. ⎯ falou Aalya.

Azriel estendeu a mão. Aalya a pegou e o mestre-espião passou um braço pelas costas dela e o outro atrás dos joelhos. A Grã-Feérica apoiou um braço no ombro do macho e o outro ficou solto no lado do corpo. Com um aceno de cabeça, ele levantou voo.

O vento batia nos rostos deles. Aalya havia prendido seus cachos em um coque, mas ela tinha certeza que logo cairia. Azriel permanecia com suas sombras para si, mas a fêmea ouviu os sussurros delas. Era um idioma diferente do deles, mas Azriel entendia. Ela se perguntou o que os filetes escuros tanto sussurravam.

Aalya olhava para as montanhas e vastas áreas lá embaixo. Acima, só havia o céu azulado. As asas negras de Azriel batiam em um movimento forte e em alto som. A Grã-Feérica observou quão grandes eram. Nunca vira desse tamanho, nem mesmo as asas dos peregrinos eram assim. Poderosas. Aalya se segurou para não tocá-las.

Ela viu Azriel encará-la de canto de olho. Aalya virou seu rosto para o macho e ergueu as sobrancelhas, como se o questionasse.

⎯ Você gosta de olhar, não é? ⎯ o mestre-espião perguntou, com um sorrisinho sarcástico nos lábios.

Espada de Sombras - AzrielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora