Capítulo 27

4.1K 434 218
                                    

A Reveladora da Verdade estava apoiada em um joelho de Azriel, enquanto observava os quatro machos inimigos que havia capturado para o interrogatório.

O mestre-espião achara um lugar antigo, explicitamente abandonado, e fizera dele um local improvisado para interrogar os inimigos.

Ele aproveitara o momento em que o exército oposto estava cada vez mais sendo derrotado, e portanto, muitos soldados tentavam fugir para dentro da cidade. A maioria deles, mortos pelos peregrinos que observavam tudo do céu. Até mesmo Mor apunhalou um dos machos. Mas Azriel fora mais esperto e agarrou quatro inimigos e os levara ao local improvisado, que já havia sido encontrado por ele antes.

Não fora sua intenção assustar e preocupar seus amigos, principalmente Aalya. A fêmea demonstrara um alívio imenso ao vê-lo.

Azriel gostaria de poder levar Aalya de volta para Velaris e levá-la em sua confeitaria favorita da cidade, apenas para dispersar os últimos acontecimentos turbulentos, mas não era assim que as coisas funcionavam.

O mestre-espião já se insultara por sempre ter Aalya presente em seus pensamentos nos momentos de trabalho. Ele nunca havia sido distraído ou até mesmo deixara de fazer alguma obrigação, pelo fato de não conseguir tirar a porra de lembranças que circundavam sua mente.

Precisava manter o foco no trabalho.

Seu olhar mudou a direção de Aalya, ao seu lado, para os quatro machos presos nas cadeiras à sua frente.

⎯ Podemos tornar isso muito fácil, se depender de vocês. Apenas respondam minhas perguntas, com sinceridade, e logo isso estará feito. ⎯ declarou Azriel, cruzando seus braços musculosos no peito coberto pelo couro illyriano.

Um dos machos, que estava preso na cadeira da ponta esquerda, riu de escárnio.

⎯ Você realmente acha que vamos lhe dar tudo de mão beijada, espiãozinho?

Azriel abriu um de seus sorrisos amedrontadores, próprios para momentos como aquele.

⎯ Vocês vão, querendo ou não.

Aalya suspirou do seu lugar, um pouco mais distante dos inimigos, mas vários centímetros ao lado de Azriel.

⎯ A mocinha irá ajudá-lo na tortura, bastardo? ⎯ murmurou outro macho ⎯ Eu falo o que desejar, desde que a boquinha dela esteja no meu...

Em um piscar de olhos, Azriel estava na frente do macho, sufocando-o com sua mão entornando o pescoço do inimigo.

⎯ Fale mais alguma merda sobre ela e eu corto fora cada pedaço seu, maldito. ⎯ o mestre-espião disse, seu rosto extremamente próximo da expressão assustada do macho.

O inimigo se debateu, murmurando palavras incompreensíveis, devido à pressão que Azriel colocava ao redor de seu pescoço. Seu rosto pálido logo tornou-se mais escuro, como se não pudesse respirar.

Aalya levantou de sua cadeira, pôs uma mão no braço de Azriel e disse:

⎯ Não vale a pena, Azriel. Sente-se e faça o que precisa ser feito.

Azriel largou o macho no mesmo segundo, obedecendo a Grã-Feérica. Ele voltou para sua cadeira, pegou a Reveladora da Verdade que ficara guardada no bolso no último ato, e a girou entre os dedos.

⎯ Vou começar por uma pergunta fácil. Quem é o mestre de vocês? ⎯ ele perguntou.

⎯ Não iremos responder nada. Pode fazer o que quiser, não terá nenhuma ínfima informação de nós. ⎯ respondeu o macho do meio, encarando o chão.

Espada de Sombras - AzrielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora