Capítulo 36

3K 395 68
                                    

Azriel procurara Aalya por toda a parte, mas não a encontrara.

Era como se ela tivesse evaporado. Suas sombras buscavam-na pelo cheiro, mas onde quer que estivesse, não era ali por perto.

Rhysand tentara buscá-la por seu poder, mas Aalya não estava nas redondezas.

Ele colocara alguns espiões atrás dela, restava apenas torcer para que a encontrassem.

Pensara em enviar uma carta para Thesan, para saber se, por um acaso, ela estava na Corte Crepuscular, mas aquilo traria problemas, principalmente para um Grão-Senhor que acabara de ser atacado. Mas os espiões de Azriel que estavam nas terras aliadas certificaram-se de que a Grã-Feérica não estava presente.

Portanto, Azriel se preocupava. Sabia que Aalya cuidava-se e era repleta de habilidades, dignas de uma guerreira que liderara um exército, mas ele podia sentir uma sensação diferente em seu estômago.

Ele voara até a Casa da Cidade, na esperança de encontrar algo que notificasse o sumiço da fêmea. Mas não havia nada, além da banheira ainda com respingos de água, provavelmente acabada de ser usada, e a camiseta que Aalya vestira durante a noite, de Azriel, dobrada e posta sobre a cômoda no quarto dele.

O macho não evitou em puxar o tecido até seu nariz e sentir o cheiro dela.

As garras de Rhysand rasparam seu escudo mental. Azriel deu-lhe acesso.

O mestre-espião levantou do sofá e caminhou em círculos pela sala da Casa da Cidade, impaciente.

Kallias respondeu. Avisou que todos estão bem, apenas alguns soldados da tropa de vigia da fronteira foram mortos. Rhys contou.

Certo. Ele não estava se importando com a investigação naquele momento.

Está bem. Quando meus espiões voltarem, lhe repasso o relatório formal.

Rhysand ficou quieto. Azriel pensou que ele havia saído de sua mente, até ouvi-lo perguntar:

Como você está, irmão?

Azriel suspirou audivelmente.

Apenas quero encontrá-la.

Ela logo estará de volta, Az. Aalya sabe se cuidar.

O mestre-espião não falou nada, recebendo uma leve carícia mental, como se o irmão estivesse ali, pondo a mão em seu ombro, e o Grão-Senhor saiu de sua mente.

Azriel sentiu um arrepio. Suas asas farfalharam e suas sombras estancaram ao seu redor, muito mais aparentes do que o normal. Acontecia quando elas percebiam alguma ameaça.

Ele não pôde pensar, antes de sentir uma dor alucinante e cair de joelhos no chão.


O corpo de Aalya oscilava de um lado para o outro enquanto os machos, postados de pé em sua frente, a espancavam. Era um espancamento mesmo. Usavam suas mãos grandes e repletas de calos, tanto quanto os cabos de madeira que seguravam.

Seu poder de cura rugia dentro das veias. Apaziguava as dores alucinantes e cuidava dos cortes, mas Aalya sabia que alguma cicatriz ficaria como um presente. Um presente que carregaria memórias daquilo que ela aguentara, pela Corte do irmão, pela Corte Noturna, da nova família que encontrara.

Ela percebeu que a pessoa que ordenara para não machucá-la era o mestre ou a mestra, pois, após ouvir alguns machos que estavam de vigia na porta dizerem que Elijarik ordenaria no momento, não tendo nenhuma superioridade por algum tempo, dando a entender que a pessoa saíra, eles foram atacá-la.

Espada de Sombras - AzrielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora