Capítulo 37

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O dia dera lugar à noite na Corte Outonal.

Aalya não tinha forças para atravessar, portanto precisava caminhar todo o percurso até chegar onde poderia receber ajuda.

Não estivera presa no forte construído na fronteira da Corte, pois estava longe demais de onde quer que pudesse fugir.

Estava indo em direção ao norte, torcendo para que chegasse viva até a Corte Invernal ou, então, ir direto para a Crepuscular.

Sentia seu sangue pulsar nas veias, as magias circulando pelo corpo, tentando deixá-la sã.

Não tinha nenhuma adaga, nada que pudesse usar para se defender. Percorrer por terras feéricas de mãos vazias, como uma maldita presa para os predadores noturnos, não era nada inteligente.

Mas o que ela podia fazer?

Sua magia de cura não estava sendo suficiente para tratar seus ferimentos. As feridas que as chibatadas deixaram em suas costas estavam em carne viva. Um ferimento de um nível elevado como aquele pesava para sua magia, principalmente quando estava sendo usada pesadamente.

Percorrendo mais alguns quilômetros, graças à sua destreza feérica, Aalya sentia-se mais cansada do que antes. A noite passava, mas quanto mais a lua brilhava no céu, as dores da fêmea pioravam.

Ela sentiu tudo girar. Parou rapidamente, apoiando-se em uma rocha. Respirou fundo, percebendo sangue escorrendo pela lombar, onde não estava antes. Ergueu o tecido da camiseta e observou o sangramento. Merda. Suas feridas começaram a sangrar naquele momento?

Antes mesmo de poder pensar em estancar o sangue, Aalya desmaiou, seu corpo caindo nas folhas secas do outono.

A neve da Corte Invernal erguia-se logo à frente, mas não dera tempo para Aalya perceber.


Azriel não dormira.

Estava sozinho na Casa da Cidade, sentado em uma cadeira, posta atrás da grande mesa de jantar, enquanto repassava tudo o que tinha para encontrar Aalya.

Alguns de seus espiões estavam atrás dela, mas como poderiam achá-la?

Azriel perdia sua esperança a cada hora que passava, a cada hora sem poder sentir o cheiro da Grã-Feérica. A não ser pelo perfume que ficara em sua camiseta.

Ele não teve coragem de entrar em seu quarto novamente. Se prestasse atenção em sua cama, todas as lembranças da noite deles voltariam em sua mente. O cheiro dela devia estar ainda presente em seus lençóis.

A escuridão pintara o céu de Velaris, trazendo estrelas e a grande lua cheia para iluminar a cidade, além das luzes dos postes e das casas.

Em um rápido momento, suas sombras começaram a girar ferozmente ao seu redor, semelhante à um redemoinho. Elas reproduziam o som do vento, como uma tempestade. Sussurravam as palavras que fez com que a pele de Azriel arrepiasse.

Aalya está em perigo.

Encontre-na.

Ele ergueu-se da cadeira em um pulo. Atravessou até a varanda, abriu as asas e voou. O vento noturno rebatia contra seu rosto, bagunçando seus cabelos. Os sussurros das sombras tornaram-se mais altos e claros, como se enfatizasse a mensagem trazida.

Azriel voou o mais rápido que pôde. Não sabia para onde estava indo, apenas seguia o que as sombras mandavam. Seu corpo seguiu a rota involuntariamente, como se sua mente já soubesse, mas Azriel não enxergava.

Em minutos, saiu de Velaris, o que provavelmente Rhys já sabia e logo iria xeretar em sua mente. Logo atravessou a fronteira, seguindo para o sul. Estava nos territórios da Corte Diurna, mas onde quer que Aalya estivesse, era longe.

Espada de Sombras - AzrielOnde as histórias ganham vida. Descobre agora