79| vitória

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Vitória Lacroix

-Não. É você quem tá tornando tudo mais difícil. - eu bradei, me soltando dele - Eu tô aqui implorando e você não dá a mínima.

-É complicado, Tori... - ele coçou a nuca.

-Química Analítica é complicado, isso aqui é ridículo. - suspirei fundo - Quer saber, eu cansei!

Tom me encarava meio surpreso. Provavelmente não esperava uma mudança de humor tão repentina.

-Vou te dizer uma última coisa: eu amo você e quero que escolha a mim ao invés da Laura. - o olhei no fundo dos olhos - E se não fizer isso acabou. Não quero mais te ver, não quero sua amizade, você pode ficar com a sua querida e viver feliz para sempre.

Tommy me olhou por alguns segundos, que na minha cabeça pareciam horas. Apesar de eu ter dito aquilo com tamanha convicção, podia sentir meu coração palpitar mais forte. Eu estava com medo de perde-lo novamente.

-Certo. - ele disse, por fim, respirando fundo. - Se você quer que tudo seja assim...

Em um movimento que me surpreendeu Tom me puxou para um abraço apertado. Por alguns instantes senti que tudo ficaria bem. Mas não durou muito.

-Obrigada por fazer parte da minha vida, Tori. - respondeu, assim que me soltou. - E obrigada por vir até aqui!

-Você não vai ficar, não é? - perguntei baixinho, sorrindo fraco.

Tom se aproximou lentamente de mim e depositou um beijo em minha bochecha. Um beijo triste. Como aquele abraço que havíamos dado quando terminamos a primeira vez.

-Eu espero que possamos nos ver um dia. - ele fez o mesmo que eu, pegando em minha mão. - Adeus.

Não respondi, apenas o encarei. Tommy olhou para o chão e me deu mais uma olhada rapidamente, antes de virar de costas e ir embora.

Eu o vi caminhar até a porta de entrada de embarque, onde ele sumiu. Em seguida, resolvi ir para casa, já não havia mais nada a se fazer ali.

[...]

-Eu não entendo. - Jade disse, assim que eu entrei no carro quando ela veio me buscar - Eu interpretei errado? Por que ele não ficou?

-Eu sei lá, Jade. - dei de ombros - Acho que ele realmente prefere a ela...

-Mas isso nem faz sentido! - ela bradou, parecia mais irritada que eu.

-Não sei porquê tá tão decepcionada. Eu quem perdi o namorado.

-Eu perdi um dia inteiro te ajudando nessa palhaçada pra não dar em nada. - ela começou dizendo, mas percebeu minha cara desanimada e resolveu parar - Tudo bem, vou te levar para se distrair...

-O que tem em mente? - perguntei

-Umas comprinhas não fazem mal a ninguém. - ela sorriu - Talvez pro meu cartão de crédito, mas ele que se lasque!

Como eu já havia dito inúmeras vezes, não existe tempo ruim quando estou perto da Jade.

[...]

Assim que terminamos as compras já de noite, minha amiga me deixou em casa e nos despedimos. Ela perguntou se eu ficaria bem sozinha, mas a verdade era que eu precisava de um tempo sozinha.

Abri a porta de casa, mas assim que adentrei notei algo estranho. As luzes estavam apagadas, havia silêncio no ar, mas algo estava errado.

Ouvi um barulho na cozinha, o que me fez agarrar a ponta da minha jaqueta com força. Eu queria muito dar meia volta e chamar Jade, mas ao mesmo tempo não queria entrar em pânico, pois podia ser apenas algum animal vasculhando o lixo.

Cuidadosamente peguei meu guarda-chuva que ficava atrás da porta e caminhei lentamente na escuridão, pois se fosse alguém invadindo, eu poderia surpreendê-lo. Tudo estava quieto e eu pensei até só ter ouvido coisas.

Até que senti uma mão encostar na minha e, antes que o indivíduo pudesse dizer qualquer coisa, eu o acertei na cabeça bem em cheio, fazendo-o dar um grito de dor.

-VITÓRIA, QUAL SEU PROBLEMA? - espera, conheço essa voz.

Caminhei até o interruptor, finalmente acendendo a luz para ver o meliante.

-T-Tom? - indaguei, com um misto de sentimentos invadindo meu corpo. - Espera, qual o MEU problema?? Eu é quem te pergunto. Por que tá na minha casa???

-Achei que fosse se sentir feliz em me ver. - ele deu de ombros colocando as mãos nos bolsos. Ai, meu coração.

-Eu tô sentindo muitas coisas. - cruzei os braços - Medo, por você saber como entra na minha casa; Confusão, por não saber porque você está aqui; Alívio, por não ser um assassino; Entre outros.

-É, eu sei, me desculpa por vir assim. - o garoto a minha frente coçou a nuca - É que eu precisava te ver...

-Bateu com a cabeça por acaso? - o olhei com uma careta confusa - Não se lembra que nos despedimos hoje de manha, você foi embora para viver um romance com a sua namorada e viver feliz pra sempre?

-Mas eu tô vivendo um romance com a minha namorada pra viver feliz pra sempre. - ele sorriu ao ver minha expressão - Só que eu não precisei ir embora pra isso!

-Desculpa, eu acho que perdi alguma parte da história. - respondi, após alguns segundos raciocinando.

-Olha, depois que eu me despedi de você, eu entrei no avião pra voltar a Califórnia. Eu estava convicto de que tinha feito a melhor escolha pra você e que seria melhor assim. - ele começou, abrindo a porta do freezer e pegando um saco de gelo. - Mas acho que aquela viagem foi a pior de todas...

Caminhei até ele e peguei o saco de gelo em suas mãos, o pedindo para sentar na banqueta em seguida.

-E por que acha isso? - indaguei, pressionando cuidadosamente o gelo na cabeça de Tommy, que estava com um galo roxo. Soltei uma risadinha quando vi sua careta de dor.

-Vitória, eu fui embora porque achei que isso seria melhor pra você. - ele respirou fundo - Achei que indo embora, sua vida voltaria ao normal. Você estava gostando dessa vida e quando eu voltei baguncei toda a sua cabeça!

*****

Espero que tenham gostado desse capítulo, até o próximo meus amores. Me desculpem por atrasar o dia da postagem... Estou morando sozinha agora e tudo esta uma correria (cuidar da casa, ver as aulas da faculdade, cozinhar, etc...). Vou tentar não atrasar sempre!

Obrigada por lerem até aqui e ainda hoje posto o começo da minha nova fanfic com o Peter <3 :)

Mude Por Ela ❀ Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora