Capítulo 1 - Como o vidro se quebra

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Eu pensei em colocar no começo de cada capítulo uma música, ou então uma frase, que eu possa ter usado como inspiração.

Fiz essa fic com muito amor, espero que vocês gostem.

Boa leitura.

:)

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COMO O VIDRO SE QUEBRA

"Está é a canção que só canto quando você está dormindo. Estas são as palavras que eu digo quando você não pode me ouvir. É assim que eu fico quando você não pode me ver. E você nunca vai saber."

-- Iain S. Thomas (Escrevi isso pra você)


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"Hey, você tá aí?" A voz saindo dos fones trás a atenção de Dream de volta ao que ele estava fazendo, o que naquele momento era tentar adivinhar que lugar era aquele, pelas placas, provavelmente a França. Ele põe os olhos na tela, põe os olhos em George, no Stream aberto em um dos seus monitores. Ele encara a expressão confusa e um pouco preocupada do amigo no outro lado do Atlântico.

"Desculpa, o que foi que você disse?" A voz de Dream sai rouca quando ele pergunta. Ele limpa a garganta.

Naquele momento Dream pensou em como ele estava ferrado. E meu Deus, como ele estava ferrado.

Aquele sentimento quente e confuso que surgia em seu peito sempre que ele conversava com George — um sentimento que ele não conseguia descrever de outro jeito se não como adoração, talvez algo maior, amor? Esse sentimento estava presente agora, e diferente da chama pequena derretendo aos poucos que sempre aparecia, agora, nesse exato instante, parecia que isso tinha voltado com força total, as chamas crescendo, as labaredas se espalhando e queimando Dream de dentro para fora. Era quase sufocante. George fazia aquilo com ele, e Dream não fazia ideia do que fazer com aquele sentimento. Parecia que todas as vezes que ele tentava apagar o fogo, isso só fazia as chamas aumentarem.

"Perguntei se você ainda tava aí" George responde.

Como seria se ele simplesmente falasse? Se ele dissesse a George o que ele sente por ele? Como seria se George descobrisse que todas as vezes que ele diz 'eu te amo' ele realmente quer dizer isso? Sem segundos significados, sem segundas intenções, sem ser de brincadeira.

O peito de Dream se aperta com a urgência de dizer aquelas três palavras. Mas ele não faz isso.

Acima das chamas queimando, havia outro sentimento mais forte ainda e que sempre o perseguia: o medo de estragar tudo. Porque ele não queria perder George.

"Tô sim" ele se endireita na cadeira. "Acho que a gente tá França" diz voltando à atenção para o jogo, "algum lugar perto de Paris, eu acho." O cursor flutua sobre a tela antes de clicar em um ponto do mapa, a resposta aparece, 10 milhas de distância. "É realmente a França, mas não é bem em Paris, mais pra esquerda."

"Okay" George diz, não questionando o apagão de Dream alguns segundos atrás nem a tentativa dele de mudar de assunto.

Quarenta e cinco minutos depois George finalmente está se despedindo, dando tchau pro chat. Dream observa a imagem do amigo sumir, a tela ficar preta, antes de 'Transmissão encerrada' tomar o seu lugar.

Gallery of Time (dnf)Where stories live. Discover now