Capítulo 7 - Meet Me At Our Spot

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Tocando agora
Meet Me At Our Spot by THE ANXIETY, WILLOW e Tyler Code

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Acontece que fazer nada requeria mais ação do que Dream esperava. Por isso, quarta-feira foi usada para controle de danos.

Sapnap ligou para eles surtando assim que chegou no Texas. Eram oito da noite e Dream conseguia ouvir o som dos carros no fundo. Por alguma razão, Dream estava calmo com tudo aquilo (mais do que ele achou que ficaria), na verdade ele tinha que reformular aquela frase: ele não estava surtando tanto quanto achou que surtaria.

Eles conversaram sobre isso de manhã e chegaram a um plano: eles iriam continuar fazendo nada, sem comentários, nada até a próxima semana, quando Sapnap estiver de volta. Então eles tirariam uma foto juntos os três ou algo assim e Dream postaria no seu Instagram. E seria isso, esse seria o seu face revial. Nada grandioso. Nenhum grande evento.

Ele não queria fazer isso agora, mas por um lado isso até que poderia ser bom, agora com George aqui eles poderiam fazer coisas na vida real, coisas que ele não poderia fazer sendo o cara sem rosto, eles tinham até planejado alguns vídeos com câmera, talvez um cook stream, ele não sabia direito. Mas agora eles haviam decidido, ele não iria voltar atrás. Porém, Sapnap só estaria de volta na terça, então eles ainda tinham tempo.

Dream resolve ignorar isso no momento pelo menos.

Assim logo é quinta-feira e ele está indo para a casa dos seus pais. Sua mãe ficou um pouco surpresa quando ele ligou e um pouquinho mais quando ele disse que levaria alguém, mas nem tanto, ele perguntou se tudo bem, mesmo não precisando, e ela disse algo como: é claro, tudo bem trazer o seu amigo, vai ser bom. Então era isso que ele fazia nesse exato momento, a estrada quase vazia àquela hora da manhã, Meet Me At Our Spot tocava no rádio.

O céu brilhava em azul claro, nenhuma nuvem à vista, palmeiras apontavam para cima. Dream sente o vento entrando pelas janelas abertas e bagunçando de leve os seus cabelos, ele aperta o volante com dedos tensos e então os solta, liberando o aperto e flexionando seus dedos. George estava sentado ao seu lado, pela sua visão periférica Dream conseguia senti-lo observando seu rosto.

"Você é tão esquisito. Tá olhando o que?" Ele provoca, lançando um olhar rápido para George.

"Só o seu rosto feio."

"Oh, você acha que eu sou feio, George?" Dream faz um beicinho.

"Uhum, muito." Ele fala. "Eu teria vergonha de sair de casa se fosse você. Quer dizer olha pra isso."

"O quê? Pensei que você me achasse gostoso pra caralho ou algo assim, por isso não conseguia tirar os olhos de mim desde que pousou na Flórida."

"Ahh, então é isso que você acha sobre mim? Porque você fica me encarando toda hora de um jeito esquisito."

"Um... " Ele finge refletir a respeito. "Talvez..."

"Dream!"

"O quê?! Você que começou." Ele passa a mão pela testa e tenta prender algumas mechas atrás da orelha, não dá muito certo, o vento continua soprando seu cabelo e ele sobe o vidro.

"Não, não comecei não." Outra olhada rápida em George ele tinha bochechas levemente vermelhas. Ele se inclina para aumentar o volume do rádio e encosta a cabeça na janela, os olhinhos escuros apertados observando a rua, os lábios pressionados numa linha fina que poderia ser quase o começo de um sorriso.

Ele era tão bonitinho. Pera, o que?! Os pensamentos de Dream sempre enveredavam por esse caminho, ele não conseguia evitar.

Vinte minutos depois ele está parando em frente à casa dos seus pais. Dream a observa se aproximando, era uma casa normal, num bairro normal, não tinha nada de extraordinário nela. Paredes de madeira larga pintadas num tom de azul muito perto de cinza claro, o jardim da frente bem cuidado, grama verde e algumas flores que a mãe insistia em plantar, a cerca branca de madeira envolvendo a varanda, a porta amarela, a caixa de correio, o piso de concreto que levava até a garagem, as pedrinhas que faziam caminho da garagem para a varanda. Era tudo normal em um nível que chegava a ser sem graça, mas George observava a casa como se ela fosse alguma coisa mágica, como se tivesse algo de excepcional escondido em algum lugar entre as madeiras velhas e a grande árvore no quintal.

Gallery of Time (dnf)Where stories live. Discover now