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Any Gabrielly.

— Onde você estava? — Priscila perguntou, assim que eu abri a porta da sala. Eu olhei as horas no meu celular, e pude suspirar tranquila. Ainda eram quatro e meia, e bom, Priscila e Silvio me deram ás cinco como limite para chegar em casa depois do acidente. — São quase cinco da tarde.

— Eu estava na casa da Nour. Desculpa não avisar, eu acabei esquecendo. — Disse qualquer desculpa, e subi as escadas rapidamente.

— Se arrume! Vamos ter visita. — É a última coisa que escuto ao entrar no meu quarto.

Eu fechei a porta do meu quarto, enquanto sentia falta da minha chave. Meus pais acharam melhor retirar ela da minha posse, assim que Josh passou a frequentar a nossa casa. No geral, nós sequer podíamos vir para o meu quarto, mas mesmo assim, Priscila achou melhor tirar a chave da porta. Bom, de qualquer forma, eu não entendo muito esse medo todo que ela tem de que eu faça sexo com qualquer garoto que seja. Não é algo pessoal com o Josh, eu tenho certeza. Não sei muito bem do que ela tem medo, e não sei se ela sabe que quando for para ser, irá acontecer. Ela querendo ou não.

— Graças a Deus! Você me salvou de estudar umas cinquenta páginas agora! — Sabina diz assim que atende minha ligação. — O que aconteceu, princesa?

— Eu meio que preciso da sua ajuda. — Eu mordo o lábio inferior, mesmo sabendo que ela jamais poderia ver. — Eu estava com o Josh. Ele vai fazer o Sam no musical da escola.

— Espera, o Josh no clube de teatro? O que deu nele? — Ela me interrompeu.

— Ele me disse que só entrou no clube, porque queria passar mais tempo comigo... — Eu disse com um sorriso pequeno nos lábios. — Eu acredito nele...

— Claro que acredita, Any. Você ainda ama ele. — Ela diz com enquanto sorria. Tenho certeza de que ela estava sorrindo, porque eu a conhecia bem demais pra isso. — Bom, ele já provou que te ama uma vez, acho que ele consegue provar isso de novo.

— Eu tenho medo de que ele me machuque. — Sou sincera com ela. — Ele ficou com a Maya ontem, e eu sei que ela ta enchendo a cabeça dele de linguiça.

— Odeio essa vadia! — Sabina diz com raiva na voz. — Ela se gabou pra escola inteira que fodeu com ele mesmo. Eu achei que fosse mentira, mas você me contando faz mais sentido.

— O Josh disse que foi um erro. Que ela só estava no lugar certo e na hora certa. — Dei de ombros. — Eu não sei se suporto que ele escolha ela, ao invés de mim...

— Ele já rejeitou ela uma vez, gata. Ele pode rejeitar mais umas mil vezes! — Ela diz simples. — Mas eu achei que você fosse tentar com o Max. Ele me disse que vocês tiveram uma ótima noite depois da festa.

— Eu não diria ótima. — Eu disse, e ela murmurou um hm. — Ele surtou, nós discutimos e depois ele me beijou. E agora eu nem sei se fiz a coisa certa... Eu não queria brincar com os sentimentos dele, e eu deixei isso bem claro, mas ele insistiu. Sabina, eu me lembro perfeitamente de dizer que eu ainda amo o Josh, e ele me disse que nada mais importava se ele me tivesse nos braços.

— As coisas estão bem feias por aí, huh... — Sabina murmurou, e eu suspirei fundo. Ouvi a campainha tocar no andar de baixo, e caminhei até a janela para ver quem era.

— Sabina, eu te ligo depois... Ele está aqui. — Digo e desligo a ligação no mesmo instante.

Eu franzo o cenho e vejo ele sorrir para quem abriu a porta. Em suas mãos, um buquê de flores lindo e em seu rosto, o sorriso mais alegre que ele já deu. Eu engulo em seco e passo minha mão direita no meu rosto, isso só pode ser um pesadelo. E dos grandes! Eu prendo meu cabelo em um rabo, e desço as escadas com pressa. Ele sorri para mim, assim que nossos olhares se cruzam. Priscila tem um sorriso enorme nos lábios, maior até do que ela mesma possa controlar.

HeartbrokenOnde histórias criam vida. Descubra agora