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Minha cabeça doía e eu mal conseguia me mover. Estava escuro, então eu não sabia ao certo onde estava. Tudo o que eu conseguia ouvir, era uma música distante. Eu levei alguns minutos para me lembrar o que tinha acontecido, e assim que me lembrei, tentei procurar meu celular em algum dos meus bolsos. Minhas mãos estavam amarradas em volta de uma grande viga de madeira e a corda estava mais do que apertada. De repente, as palavras de Chad invadiram a minha cabeça outra vez, e eu suspirei fundo. Dessa vez a brincadeira tinha ido longe demais.

A pouca iluminação que eu tinha, era a da lua que estava cheia hoje. A iluminação passava através de uma claraboia que estava fechada, mas eu tenho quase certeza de que não estava trancada.

— Vamos lá... Eu preciso me soltar. — Murmurei para mim mesma, enquanto olhava em volta. Nada que poderia realmente me ajudar. Olhei para a viga de madeira, e encontrei um prego um pouco mais acima de mim. — Perfeito!

Usei todo o esforço que eu pude para me levantar, o que me custou alguns arranhões que ficariam bem feios mais tarde. Eu comecei a esfregar a corda contra o prego, para que eu pudesse cortá-la aos poucos. Levaria tempo, mas era a única coisa que eu podia fazer. Eu lidaria com a raiva e o medo outra hora, mas por enquanto, o mais importante é sobreviver. Meus pulsos ardiam, como se estivessem queimando, mas mesmo assim eu não parei.

— Merda. — Reclamei de dor, quando senti o prego pegar na minha pele sem querer. Eu respirei outra vez e retomei os movimentos, estava quase acabando.

— Você é maluco, Chad? — Ouvi alguém falar do outro lado da porta, e senti meu corpo entrar em alerta. Praguejei baixinho, enquanto ainda tentava me soltar da corda. Agora, mais rápido do que antes. — Você sequestrou uma garota! Puta merda! Você é um grande imbecil!

— Eu não a sequestrei! — A voz, que eu deduzi ser Chad agora, falou do outro lado. — É só um trote! Você sabe que é tradição entre a Killdare e a Maine Sky!

— Isso não é mais a porra de um trote! Já passou de só um trote há muito tempo! Seu maluco do caralho! — A outra pessoa gritou. Pareceu haver um momento de silêncio entre eles, enquanto eu terminava de cortar a corda com o prego. Assim que tive minhas mãos livres, eu procurei me esconder o mais rápido possível. — Onde ela está?

— Eu a prendi no porão. — Ele respondeu simples. — Ela ainda deve estar apagada. A Chloe não foi cuidadosa ao despejar clorofórmio no pano.

— Não vai matar ela?

— Não... Bom, eu acho que não. — Ele disse agora mais preocupado do que antes. — Vamos voltar lá pra cima e curtir a festa, huh? Eu cuido dela depois.

— O que você vai fazer com ela? — A outra voz, que me parece de uma garota, perguntou um pouco apreensiva.

— Nada demais. Eu só quero curtir um pouco do que é do Beauchamp, por enquanto. — Eu não conseguia vê-lo, mas sabia que ele estava sorrindo. — Vamos.

— Você é um maluco, Herrero.

Agora, com as minhas mãos livres, e uma ideia do que eles iriam fazer comigo, eu precisava me apressar para sair daqui. Olhei em volta para procurar por alguma outra saída, mas a única coisa que eu conseguia ver, era a claraboia e a própria porta. Olhei para cima e calculei, mais ou menos, a altura da claraboia. Dois metros e meio. Bom, eu tenho um metro de meio, falta apenas mais uma de mim para que eu consiga alcançar a claraboia.

— Calma. Eu tenho que manter a calma. — Disse respirando fundo. Eu sou uma amante de filmes de terror, e bem, eles me renderam algumas dicas para se caso eu precisasse me soltar de algum lugar. Eu nunca achei que fosse realmente precisar, mas já que estou aqui, preciso usar o que eu sei.

HeartbrokenOnde histórias criam vida. Descubra agora