Capítulo 18

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Celeste

— Fala logo, o livro ainda tá mirado! -falei o encarando séria.

— Acalme-se. -ele disse.

— Acalme-se uma porra! Conta logo que eu quero ir dormir e fingir que não ouvi nada amanhã. -exclamei.

Ele suspirou.

— Houve uma época... Em que eu me deitei com uma bruxa.

— Pronto, não quero detalhes da transa, quero saber o que diabos eu tenho haver com você. -falei.

— Eu me deitei com uma bruxa. —ele repetiu— e conversei com ela, ela me contou que estava a fazer um feitiço para o seu cliente, para que ele pudesse ter um filho, sem precisar ter que ter um relacionamento com alguém.

Eu o encarei.

— Eu já sabia que por mais que eu tentasse, nunca teria uma família. —ele suspirou— Rhysand e Cassian se casariam, e no fim eu ficaria sozinho, ficaria só outra vez, então eu pedi um favor a ela, que me ajudasse a... A ter um filho.

Minha cabeça estava doendo com tantas informações.

— Ela me ajudou, e antes de ir embora, me disse que eu deveria oferecer um pouco de meu sangue e queimar a erva de prata nele, e então, então eu pediria a mãe que moldasse em seu poder um ser sangue do meu sangue, que pediria em uma prece o que eu desejava, um filho. -ele disse.

Eu apertei o livro em minha mão e Rhys apertou levemente meus  ombros.

— Eu sonhei com seu rosto e enviei essa memória através da magia. —ele fechou lentamente os olhos— te moldei, te criei, e então a mãe fez o seu trabalho, mas, o que a bruxa me deixou claro, foi que o filho "nasceria" em outro lugar, talvez perto ou não do pai ou mãe que deveria procurá-lo. Te procurei por anos e não a achei.

Eu estava tremendo.

— Eu me nego.

— Por favor...

— Você, você não pode ser. -sacudi a cabeça.

Ele se ergueu da cama.

— Eu sou o seu pai.

— Meus pais morreram queimados em um acidente de avião! —gritei em meio as lágrimas— eles morreram e eu estava junto! Eu quase fui morta pelo o fogo, eu fui a única que sobreviveu a aquela tragédia! A única! -soluçei.

Rhysand me abraçou.

— Inferno! -soluçei um grito outra vez.

Azriel se aproximou.

— Fique longe de mim. -falei.

Ele deu outro passo.

— Azriel.. -Rhys rosnou em aviso.

Ele deu outro passo e eu acertei o livro em sua cabeça fortemente, vendo o illyriano ir ao chão.

— Nunca mais chegue perto de mim! -soluçei, correndo.

Bibi me seguiu, correndo atrás de mim enquanto eu chorava.

Eu me tranquei no quarto com ela.

Descendo na porta, indo de encontro ao chão enquanto chorava.

— Bibi, está doendo. -soluçei.

Ela choramingou, se aconchegando a mim, lambendo o meu rosto.

— Celeste, abra a porta. -disse Rhysand batendo suavemente.

— Não quero ver ninguém, eu quero ficar sozinha. -soluçei.

— Eu não vou te deixar neste estado. -ele disse.

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