Capítulo 29

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Rhysand

Eu encarei meus filhos, os três, eles não tinham nada haver comigo, não se pareciam comigo.

São a cara da mãe.

Cabelos pretos, pele clara, narizes arrebitados, gêmeos idênticos... E todos são a cara de Celeste em tantos pontos que me deixa assustado.

Nenhum tem algum traço meu além das asas illyrianas.

Seus olhos são os mais profundos olhos azuis, de todos os três.

— São a cara da mãe, graças a mãe. -Cassian brincou, mas seu sorriso era triste.

Eu assenti.

— São lindos. -murmurei.

Ela nem ao menos teve a oportunidade de vê-los direito.

Eu saí do quarto, não aguentando ficar ali muito tempo, deixando Cassian com as crianças.

Eu caminhei até o ringue, precisava tirar um pouco a tensão, precisava...

Ouvi um rosnado bruto, então, encaro Azriel.

Ele estava com os olhos negros, rosnando em minha direção.

— Seu desgraçado. -ele grunhiu.

Ele descobriu..

Ele se lançou contra mim e fomos ao chão, aos socos.

— Você fez a minha filha sofrer até o último segundo! -ele rugiu em meu rosto, me batendo.

Eu desviei de seu soco, mas não foi rápido para desviar do segundo soco que me acertou em cheio na jugular.

— Seu canalha, desgraçado. -ele disse me atingindo.

E eu parei de revidar, deixando ele me bater.

Eu merecia, merecia cada soco que ele está me dando.

— A minha filha sofria cada dia e cada noite, ela era obrigada pela porra do destino a ter relações com você mesmo não querendo! -ele gritou.

Eu deixei uma lágrima cair, outro soco, eu já sangrava, e não ligava.

Ele podia me matar, e eu deixaria, assim, assim me juntaria a ela, e lhe pediria perdão de joelhos diante da mãe.

Azriel me acertou outra soco e ouvi o osso de meu nariz estalar, junto da dor aguda.

Azriel saiu de cima de mim, cambaleando, podia ouvir claramente o choro do meu irmão, e aquilo me quebrava, de muitas formas.

— A minha menina não tinha culpa de nada. —ele balbuciou— de nada, e você! Seu canalha! Destruiu a minha filha! Tirou o sorriso dela.

Lágrimas caíam de meus olhos inchados.

— Ela era só um bebê. -ele sussurrou.

Ele atravessou, e eu fiquei ali, caído no ringue.

Celeste... Minha Celeste...

Eu solucei baixo, chorando.

Me perdoe.

Me perdoe.




Azriel

Eu adentrei o quarto das crianças, vendo que Cassian estava com um no colo, um deitado em seu bíceps e outro dormindo em sua cabeça.

— Pela mãe! Cassian, ainda são muito pequenos! -corri.

Eu peguei as crianças com cuidado, as pondo no berço com delicadeza.

Corte De Mundos OpostosWhere stories live. Discover now