Capítulo 30

3.4K 552 391
                                    

Celeste

Estava tudo branco.

A única coisa da qual eu sabia, era que estava caminhando em uma ponte de luz, por muito tempo, mas eu nunca me cansava, não sentia cansaço ou dor nas pernas, não sentia sede ou fome, apenas caminhava.

Uma música tocava ao longe, acho que era raggae.

Eu encarei Bibi que caminhava ao meu lado.

De pé nas duas patas.

— Como está caminhando comigo na ponte? -questionei.

Ela me encarou.

— Parceira, nós morreu. -ela disse.

Eu parei.

— Oi? -questionei.

— Foi parceira. —ela assentiu— tu foi dar a luz da força de Grayskull a tuas cria, então, puf, tu morreu.

— E você? —questionei— era para você estar lá com os meus bebês. -falei.

— Ah, parceira. —ela baixou o olhar— nós é fechamento, nós é parceira mana irmã, se tu morre, eu morro contigo, eu não ia deixar tu enfrentar esse mundo do Balacobaco sozinha, se uma se lasca, a outra se lasca junto.

Eu acariciei suas orelhas.

— Ah Bibi... -a encarei triste.

— Agora a gente vai caminhar junto, parceira, até a mãe do bagulho louco achar que a gente é muito problemática e mandar nós dar um rolê lá na quebrada de lucifei. -ela disse.

Eu olhei adiante, apenas a ponte que nunca acabava.

— Quando a ponte vai terminar? -questionei.

— Ninguém sabe, parceira, a ponte só acaba quando a nossa jornada acabar também. —ela disse— ninguém vai direto pro céu, mas pro inferno é só uma descida de tobogã.

— E quando a ponte acabar? -questionei.

— Daí nossa jornada começa de novo, só que em outra vida. -ela disse.

— Como sabe disso? -questionei.

— Meu amigo dogão me contou quando morreu. -ela disse.

— Mas como ele te contou se ele morreu? -questionei, piscando.

— Não sei, só sei que foi assim. -ela ascendeu seu cigarro.

Uma feerari vermelha surgiu.

— Olha aí o Miguel mouse, ele trouxe o nosso possante. -ela disse entrando no carro.

Eu entrei também, e ele começou a dirigir.

— Oi, Miguel. -acenei para ele que estava no banco de trás.

Ele acenou de volta.

Bibi abriu o porta luvas, cheio de cigarros.

Eu pisquei e ela me encarou.

— Quer um? —ela me ofereceu outro— aproveita a onda parceira, porque o nosso caminho é bem longo.

Ela jogou um para Miguel.

Eu dei de ombros ascendendo o cigarro, estou morta mesmo.

— Me diz aí, parceira, qual o teu plano? -Questionou Bibi.

Eu a encarei confusa.

— Que plano? Bibi, nós morremos, os planos deveriam ter acabado a partir daí. -falei.

Ela negou.

— A morte não é o fim, parceira, é só o começo. —ela disse— seja lá o plano da mãe parceira do bagulho doido, nós também tem que ter o nosso, me conta tuas idéias.

Corte De Mundos OpostosWhere stories live. Discover now